Ubajara amanhece esplendorosa com seu filho Roberto de volta à terra

Ubajara amanhece esplendorosa com seu filho Roberto de volta à terra

 

As veredas trilhadas em missão

Frei Roberto com seu povo rememora

Pelo espírito guiado, em boa hora

Os relatos mais vivos se ouvirão

Em meio século de profética ação

Tem raiz em Ubajara – Sítio Pitanga

Fez-se dos pobres a causa. Por isto zanga

Os “de cima”, em sua tirania

Só à causa do Reino se filia

Ajudando o cativo romper a canga!

 

Associo-me, solidário, às homenagens a Frei Roberto, pelos 50 anos de Missão itinerante pelo Nordeste – sertão sergipano, brejo paraibano, agreste e sertão pernambucanos, além de experiências missionárias em seu Estado natal.

Comemoração que, ao longo deste ano, ele tem feito questão de celebrar comunitariamente, com o povo dos pobres, “caminhando com Jesus”. Uma marca profunda e contínua deste profeta itinerante tem sido o compromisso libertador com a causa dos pobres, sempre vivendo como pobre. Fiel à vocação missionária itinerante – marca tão genuína do povo cearense, nas pegadas de Antônio Conselheiro, Beato José Lourenço, Padre Cícero, Dom Helder… -, Frei Roberto segue testemunhando o Evangelho, sempre a serviço dos pobres – povos originários, comunidades quilombolas, camponeses e camponesas, pobres, pretos, favelados.

Sua trajetória tem profunda raiz familiar, desde Ubajara e, mais precisamente, desde o sítio Pitanga. Sempre prezou suas raízes familiares, sem que isto o tenha afastado de uma família mais ampla, a humanidade, especialmente o povo dos pobres. Guarda forte lembrança e gratidão dos seus irmãos e irmãs, a começar por Sueli, grande incentivadora, companheira em sua formação e em seus primeiros passos missionários. Lembra ainda, com afeto, do seu tio Padre, Mons. Gonçalo Eufrásio, bem como dos seus tios, primos e sobrinhos, parte dos quais a celebrarem hoje os seus 50 anos de missionário itinerante, justamente reunidos no sítio Pitanga.

Compartilho apenas um, dentre tantos episódios edificantes da vida missionária itinerante de Frei Roberto, pelas estradas do Nordeste. Certa vez, em missão em terras do sertão sergipano nas cercanias de Propriá, foi parar no casebre de um mendigo, a quem pediu abrigo. Pouco depois, visca em frente ao casebre, em seu carro, o principal fazendeiro da região, a insistir em que Frei Roberto fosse hospedar-se em sua casa, como faziam os outros Padres. Frei Roberto agradeceu-lhe pelo convite, dizendo que já estava bem acolhido naquela casinha. Furioso, o fazendeiro levantou sua voz contra o Frade, prometendo denunciá-lo ao Bispo, além de dizer-lhe que não lhe entregaria a chave da Capela para aquela missão popular… Exemplo ilustrativo da postura de missionário itinerante de Frei Roberto, a quem agradecemos por tão frutuoso legado, em ação de graças ao Deus da vida, ao espírito do ressuscitado.

João Pessoa, 02 de Outubro de 2021.

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