Ainda acredito que seja um fenômeno de uma natureza tal que, embora seja objeto da atenção científica tanto quanto do interesse de pessoas comuns, vai continuar a nos surpreender. Sempre aparecem novas facetas.
Atualmente me encontro na posição de quem sabe que esta rede, esta maneira de estar no mundo, este modo de ser, têm talvez a virtude maior de ser um lugar de acolhimento. É tudo de que precisamos, como seres humanos.
Um espaço onde não vamos ser julgados ou julgadas. Ninguém vai nos dizer o que devemos fazer, e ninguém vai nos dar conselhos. Não vamos ser interpretados ou interpretadas. O que nos une é o sentimento. Isto é o que cria comunidade.
Quando estou neste espaço, sei que vou encontrar forças para prosseguir. Sei que no espelhamento mútuo e no acolhimento da pedagogia da libertação, irei respirar melhor. Em tempos de pandemia e de restrição do espaço público de liberdade e mobilidade, é tudo que poderia desejar.
Nos dias de hoje parece ter-se instalado em muitas consciências, infelizmente, um tipo de fatalismo. Uma desistência. Uma claudicação moral que poderia nos fazer crer que não existe futuro nem esperança. Nada mais contrário à realidade. A humanidade é um prosseguimento, uma construção sequencial.
Qualquer passo que demos em qualquer direção, têm consequências. Que toda escolha seja nossa. É disto que se trata. É a isto a que nos estimula a TCI. Temos o direito de ser felizes. Ninguém nasceu para ser usado ou usada e descartado ou descartada.
A guerra que hoje é travada, como toda guerra, ocorre no campo da consciência. Tentam-nos convencer de que não há jeito. Que só vai piorar. O individualismo egoísta não é uma boa opção. É um suicídio. E esta ideologia nociva se espalha por toda a parte como se fosse natural.
O trabalho colaborativo é o que costura sentimentos e constrói vínculos. Numa sociedade fragmentada pelas forças dissolventes de uma cultura desagregadora, precisamos nos unir. Juntar forças. Seguir adiante. A TCI estimula nessa direção. Valorizar as diferenças. Propiciar a construção de pontes. Promover a vida. É isso aí.
Doutor em sociologia (USP). Terapeuta Comunitário. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Autor de “Max Weber: ciência e valores” (São Paulo: Cortez Editora, 2001. Publicado em espanhol pela Editora Homo Sapiens. Buenos Aires, 2005), Mosaico (João Pessoa: Editora da UFPB, 2003), Resurrección, (2009). Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/