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Tupinambás são feridos em confronto com policias federais

Três índios Tupinambás da Serra do Padeiro, sul da Bahia, ficaram feridos em um confronto com agentes da Polícia Federal (PF), no dia 20 de outubro. O Tribunal Federal da 1ª Região havia concedido o prazo de 180 para que a Fundação Nacional do Índio (Funai) finalizasse o relatório de identificação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença. Como o prazo não foi cumprido, a Polícia Federal determinou que fossem executadas as liminares de reintegração de posse das áreas retomadas pelos indígenas.

Os índios podem perder terras essenciais para sua sobrevivência, onde existem projetos agrícolas em andamento, casas de farinha e escolas construídas com recursos do Governo Federal. Eles também temem por sua integridade física. A PF já cumpriu alguns dos mandados de reintegração de posse, mas os indígenas afirmam que continuarão resistindo. Eles pedem que a Funai tente um acordo para o adiamento do prazo de reintegração de posse para que possa concluir o relatório de identificação da Terra Indígena Tupinambá.

Milícias atacam acampamento em Redenção, no Pará

No dia 16 de outubro último, cerca de oito pistoleiros atacaram o Acampamento Sardinha, organizado na Fazenda Vaca Branca, conhecida também por Fazenda Santa Maria, no Município de Redenção, no sul do Pará.

Eles estavam encapuzados e fortemente armados, com pistolas, revólveres e espingardas, dispararam vários tiros, humilharam, ameaçaram as pessoas de morte, incendiaram os barracos com tudo o que tinham dentro, inclusive mantimentos, e expulsaram as 27 famílias ali presentes. Apavoradas, elas se refugiaram na cidade de Redenção, na casa de familiares e amigos.

O crime foi comunicado à DECA (Delegacia de Conflitos Agrários), que lamentavelmente limitou-se a registrá-lo como ameaça, quando está configurado o porte ilegal de arma, disparos de arma de fogo, incêndio e formação de quadrilha ou bando.

É escandalosa a forma com que a policia do Pará continua a tratar os crimes praticados pelas milícias privadas contra os trabalhadores rurais sem terra. Agindo assim, o Delegado da DECA, Newton Brabo, já decretou a impunidade dos pistoleiros. Clique no título para ler mais.

Mais uma vez, funcionários de arrozeiros ameaçam de morte indígenas em Raposa Serra do Sol

Do Cimi – Dois jovens indígenas, Clenildo Conceição André e Cassiano Filho, foram ameaçados de morte por Rubilar Jesus e Edmundo Viriato Amaro, funcionários da Fazenda Depósito do arrozeiro Paulo César Quartiero, na terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Na sexta-feira passada (4) os jovens foram surpreendidos nas proximidades da comunidade Dez Irmãos, a mesma em que um grupo indígenas foi atacado pelos invasores de suas terras no dia 5 de maio. Os agressores estavam embriagados, armados e forçaram os jovens a entrar no carro que conduziam. Clique no título para ler.

Comissão Pastoral da Terra lança o ‘Conflitos no Campo Brasil 2007’

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou, nesta terça-feira, 15 de abril, os dados dos conflitos e da violência presentes na obra Conflitos no Campo Brasil 2007. O ato foi realizado durante a programação do Acampamento de Lançamento da Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra (montado no Estádio Mané Garrincha), em Brasília, Distrito Federal.

Em 2007 foram assassinadas 28 pessoas em conflitos pela terra, número menor que em 2006, quando foram registrados 39 assassinatos. Esta diminuição se deu porque no Pará, em 2007, se registraram cinco mortes, quando em 2006, foram registradas 24. Em contraposição a essa forte retração no Pará, no restante do país houve um aumento de 50% no número dos assassinatos, que aconteceram em 14 estados, quando em 2006, as 39 mortes se concentraram em oito estados.

Isto mostra que a violência se espraia pelo Brasil, dominando novos espaços. No ato do lançamento serão apresentados, ainda, números de ameaçados de morte, de tentativas de assassinato, de expulsões, despejos judiciais, ocupações, trabalho escravo, dentre outros. Clique no título para ler mais.

“Aldo Rebelo é quem deveria estar no presídio da Papuda”

No dia 23 de julho, durante o Encontro Nacional dos Povos do Campo, em Brasília, Dom Tomás Balduíno concedeu uma longa entrevista à Agência Repórter Social. Por sua importância histórica, ela é reproduzida aqui na íntegra. O coordenador da Comissão Pastoral da Terra fala de conjuntura, mas percorre em sua fala centenas de quilômetros de uma história fundiária violenta. E faz projeções nada otimistas em relação ao futuro do País, que estaria sofrendo uma “guinada para a direita”, “pela pressão dos meios de comunicação”.

Ele defendeu uma nova Constituinte antes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva falar disso, com repercussão bastante negativa. Motivo: o Congresso elege as elites, conforme o que o sociólogo Chico de Oliveira chamou de “fila dos idiotas”. Dom Tomás não deixa pedra sobre pedra. Sobre o episódio do MLST, disparou: “Aldo Rebelo é quem deveria estar no presídio da Papuda”. Clique no título para ler ou vá direto à Agência Repórter Social.

Conflito agrário alimenta lista de ameaças de morte

Da Agência Estado – Na última sexta-feira, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Marabá, a 500 quilômetros de Belém, divulgou uma relação atualizada de pessoas ameaçadas de morte no Estado do Pará. São 35, entre posseiros, líderes sindicais e de movimentos sociais. O Estado detém o triste recorde de mortes nos conflitos pela posse da terra. Segundo a CPT nacional, das 1.379 mortes ocorridas em todo o País, entre 1985 e 2004, 523 foram no Pará. Só este ano são sete mortes, entre elas a da irmã Dorothy Stang, em Anapu.

No cemitério mal cuidado de Vila Murumuru, um povoado a 12 quilômetros de Marabá, o presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais do município, Antônio Gomes, mostra a sepultura nua de seu antecessor no cargo. José Pinheiro Lima, o Dedé, sua esposa Cleonice e seu filho Samuel, 15 anos, mortos por um pistoleiro em 9 de julho de 2001, foram ali enterrados no dia seguinte. “É aqui que as ameaças terminam”, comentou Gomes.

(…) Dos que já se foram há mais tempo, todos integrantes das listas macabras, conhecia, bem, pelo menos meia dúzia, entre eles o padre Josino Tavares, de forte influência em sua formação de católico praticante da Teologia da Libertação. A morte é freqüente nos sonhos que tem. “Já levei tiro, já vi meu corpo cercado de velas, já ouvi discursos no meu enterro, mas não esquento a cabeça com isso.” Clique no título para ler a matéria na íntegra.