No dia 11 de maio de 1998, ele era presidente da República e disse que quem se aposenta antes dos 50 é “vagabundo”.
Ele falava da pressão fiscal, ao defender a sua reforma da Previdência. Leia em http://bit.ly/1xbkXcz (FSP, 12/05/1998) e http://bit.ly/1xbl5bO (FSP, 13/05/1998). Está gravado e disponível no YouTube, mas as matérias são claras sobre a declaração. A imprensa cobriu amplamente.
O que ele “esqueceu” de dizer, à época, é que ele próprio se aposentou aos 37 na USP, e sua então esposa aos 55.
FHC trabalhou apenas 12 anos nesta universidade e, à época, ganhava R$ 5.450. Hoje, por estes serviços prestados, ganha mensalmente R$ 22.151 (http://bit.ly/1xblA5X), que é o valor corrigido ao longo do tempo.
O motivo das matérias, agora, é outro: a crise na USP (http://bit.ly/1xblWcI).
Mas não deixa de ser curioso.
Nada contra, claro, as pessoas ganharem o que lhes é devido. Há uma lógica para cada vencimento, de acordo com a complexa rede de legislações de cada período. Em todo lugar do mundo é assim. É complicado mesmo.
No entanto, com a ajuda da História, a gente consegue entender como funciona o pessoal do “empreendedorismo”.
Jornalista, 41, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.