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Delegacias do Rio incluem nome social de travestis e transexuais em Registros de Ocorrência

 

A chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha recebeu o superintendente e coordenador do Programa Estadual Rio Sem Homofobia, Cláudio Nascimento e cerca de quinze travestis e transexuais em seu gabinete na última segunda-feira (30), para cumprimetar as lideranças de travestis e transexuais pelo Dia Nacional da Visibilidade Trans e anunciar a inclusão do nome social nos registros de ocorrência das delegacias. A ação, em consonância com o conjunto de medidas do Programa Estadual Rio Sem Homofobia, proporcionará a composição de dados oficiais sobre homicídios e outros crimes praticados contra travestis e transexuais – população que mais sofre com a transfobia e discriminação.

Atividades também estão sendo realizadas em todo o estado do Rio a fim de celebrar uma das datas mais importantes da comunidade LGBT. A Superintendência de Direitos Individuais Coletivos e Difusos da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos e ONGs estão realizando atividades para celebrar a data, como seminários, jornadas, exibição de filmes e espetáculos.

“O Programa Estadual Rio sem Homofobia é um conjunto de políticas públicas para combater a homofobia e promover a cidadania LGBT. É importante lembrar que a comunidade de travestis e transexuais é a mais atingida pela intolerância e o ódio. Elas são xingadas, violentadas e carregam um estigma criminoso que deve ser revertido. Neste dia queremos esclarecer que travestis e transexuais também são cidadãs e possuem seus direitos, como todos nós!”, enfatiza o superintendente e coordenador do Programa Estadual Rio sem Homofobia, Cláudio Nascimento.

Estado reconhece outros direitos de travestis e transexuais

Em 8 de julho de 2011, o Governador Sérgio Cabral assinou o decreto de n.º 43.065 que dispõe sobre o direito ao uso do nome social por travestis e transexuais na administração direta e indireta do estado do RJ.

Um dos destaques da justificativa para o decreto foi que as políticas governamentais devem se orientar na promoção de políticas públicas e valores de respeito à paz, à diversidade e a não-discriminação por identidade de gênero e orientação sexual.

29 de janeiro: Dia Nacional da Visibilidade Trans

Para celebrar o Dia Nacional de Visibilidade Trans (29 de janeiro), o Programa Rio sem Homofobia, executado pela Superintendência de Direitos Individuais Coletivos e Difusos da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, lançará nesta sexta-feira (28) materiais informativos sobre os direitos civis de travestis e transexuais, que circularão pela web, bares e locais de convivência deste público e também por delegacias, postos de saúde, escolas e outros órgãos.

“O programa Rio sem Homofobia é um conjunto de políticas públicas para combater a homofobia e promover a cidadania LGBT. É importante lembrar que a comunidade de travestis e transexuais é a mais atingida pela intolerância e o ódio. Elas são xingadas, violentadas e carregam um estigma criminoso que deve ser revertido. Neste dia queremos esclarecer que travestis e transexuais também são cidadãs e possuem seus direitos, como todos nós!”, enfatiza o superintendente e coordenador do programa Rio sem Homofobia, Cláudio Nascimento.

Reveja conceitos

Travestis são seres humanos, cidadãs dotadas de direitos e deveres, sendo que o sexo biológico não define a sua identidade de gênero.  São pessoas do sexo biológico masculino que têm a identidade de gênero feminina e que devem ser tratadas pelo nome feminino. Social e politicamente desejam ser classificadas como travestis e não como mulheres.

Transexuais são seres humanos e cidadãos com direitos e deveres e que estão divididos em dois grupos:

Mulheres transexuais – são mulheres nascidas com genital masculino. A cirurgia de readequação genital (mudança de sexo) é reconhecida como importante medida de garantia da saúde destas pessoas. Pode ser realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do Ministério da Saúde. É importante ressaltar que a realização da cirurgia não é o que define a transexualidade de alguém, pois uma pessoa pode ser considerada mulher, mesmo sem a realização da cirurgia, que é um complemento estético ao seu estado psicológico.
Homens transexuais – são homens nascidos com genital feminino. Eles não se reconhecem enquanto mulheres e sim, como homens. Também, neste caso, o SUS já autoriza a cirurgia de mudança de sexo, que compreende a retirada das mamas (mastectomia) e do aparelho reprodutor (esterectomia).

Mude opiniões

O desconhecimento sobre travestilidade, transexualidade e seu cotidiano apenas faz agravar o quadro de rejeição social diante desta parcela populacional. A falta de informações corretas e a imagem criada historicamente no imaginário social ajudam na composição dos estereótipos e estigmas de marginalidade sempre associados à população travesti e transexual.

A vida de travestis e transexuais geralmente é marcada por episódios de violência e exclusão. Ao longo de sua trajetória, os indícios de que sua identidade de gênero não se adequa ao sexo biológico geram uma situação de extremo preconceito e discriminação em várias esferas da sociedade, especialmente a família e em áreas como educação, saúde, segurança e trabalho.

Entre março e dezembro de 2010 foram 92 protocolos de atendimento a travestis e transexuais, sendo que aproximadamente 60% (ou 55 protocolos de atendimento) dizem respeito à violência. Os demais estão relacionados, principalmente, com a retificação de registro civil (mudança de nome) e busca por outros direitos.

Ato LGBT pelo Estado laico e criminalização da homofobia

 

A manifestação acontece na próxima quarta-feira (20/10) às 16h em frente à Câmara dos Vereadores, na Cinelândia.

 
A cada dois dias, um homossexual é assassinado em virtude de sua orientação sexual ou identidade de gênero. Até quando o Estado será indiferente a esta realidade? O Fórum Estadual LGBT, entidade formada por 25 Organizações, está organizando um grande ato na Cinelândia para dar visibilidade a esta triste e sangrenta situação, de modo a sensibilizar a população de que vidas estão sendo tiradas pela simples ignorância, preconceito e discriminação.

 
O objetivo da manifestação – que terá muitos de seus ativistas pintados de tinta vermelha para simbolizar as inúmeras mortes – é chamar a atenção da sociedade de que a questão do Estado laico, democrático e de direito de fato se coloque como uma premissa para se discutir um projeto de nação, respeitando todas as religiões e garantindo uma desvinculação delas com o Estado e vice-versa.

As travestis são as principais vítimas desta violência, só nos últimos dois meses foram oito travestis assassinadas no estado do Rio de Janeiro. O expressivo número dos casos, assim como as cruéis e diversificadas formas dos assassinatos, é o penúltimo estágio do grande fluxo de violência a que estão sujeitas travestis e transexuais brasileiras.

Além disso, o ato reivindica um Estado que reconheça os direitos de todos e todas, respeitando as diferenças como elemento que enriquece a humanidade. Todos e todas por um país sem homofobia! Aprovação do PLC 122/06 já!
 
Serviço
ATO LGBT PELO ESTADO LAICO E CRIMINALIZAÇÃO DA HOMOFOBIA
Dia: 20/10/2010 (4ª feira)
Horário: 16h
Local: Cinelândia (em frente à Câmara de Vereadores do Rio)

Grupo Arco-Íris reivindica providências para o caso de travesti assassinada no Jardim Botânico

Foi com grande pesar que o Grupo Arco-Íris recebeu a notícia do assassinato da travesti Thalia na noite do dia 22/5 (sábado) pelo estudante de Direito e lutador de jiu-jítsu Leonardo Loeser de Oliveira, 27. Infelizmente, a TRANSFOBIA (aversão e ódio de travestis e transexuais) é a expressão mais sangrenta dos crimes de discriminação contra a comunidade LGBT. O Grupo Arco-Íris une-se a Associação de Travestis e Transexuais do RJ (Astra-Rio) e outras organizações fluminenses para uma manifestação que será realizada no início de junho na Lapa.

“O assassinato de travestis e transexuais ainda é uma revoltante realidade de nosso estado. No entanto, o que mais nos entristece é o descaso das autoridades quando os crimes ocorrem com este segmento. A descaracterização de crime baseado na orientação sexual e na identidade de gênero é uma tentativa de ‘despolemizar’ um homicídio baseado na rejeição a homossexuais com requintes de crueldade”, explica a presidente do Grupo Arco-Íris, Gilza Rodrigues da Silva.

Leonardo Loeser de Oliveira

Segundo o portal de notícias das Organizações Globo, o G1, a delegada Tatiana Queiroz, da Divisão de Homicídios, diz “não se tratar de crimes de ódio contra homossexuais”. Entretanto, a história se repete. Somente em dois meses (abril e maio) sete travestis foram assassinadas no estado do Rio de Janeiro, nesta mesma conjuntura: prostituição acrescida de agressão de seus clientes e seguida de morte. Abaixo, seguem os dados coletados pela Astra-Rio:

 

Nome Social Nome Batismo Tipo de Crime Data Local
Baiana Ângelo da Costa Assassinada a tiros 13/04/2010 Zona Portuária do Rio de Janeiro
Dandara ——————— Assassinada a tiros 20/04/2010 Itaboraí – RJ
Ramona ——————— Espancamento 30/04/2010 Nova Iguaçu – RJ
Renata ——————— Espancamento 30/04/2010 Nova Iguaçu – RJ
Sheila ——————— Assassinada a tiros 05/05/2010 Nova Iguaçu – RJ
——————— Cesar Henrique Vendrame Espancamento 17/05/2010 Resende – RJ
Thalia José D B dos Santos Júnior Assassinada e carbonizada 23/05/2010 Jd. Botânico – Rio de Janeiro

 

 

O Grupo Arco-Íris, enquanto Organização mista de proteção e garantia dos direitos LGBT se solidariza com a luta de travestis e transexuais a fim de reverter esta conjuntura de desgraça e morte. Travestis são cidadãs e não devem ser tratadas como escória de uma sociedade que se diz democrática, mas que na verdade julga, humilha e mata em nome de uma moral higienista e elitizada.