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Jornalismo

Para quem gosta de jornalismo, boa informação, princípios. Para quem ainda julga as coisas como elas são, questiona, duvida. Este é um filme absolutamente essencial. Al Pacino, interpretando um jornalista numa cena real nos anos 90, no maior escândalo da indústria do tabaco nos anos 90, resume do que se trata o jornalismo: “Are you a business man or are you a news man?”

Não vou em hipótese alguma explicar o filme. Simplesmente assista. O nome é “O Informante” (Insider).

“Cigarro adverte: o governo faz mal”

“Em resposta à lei antifumo de Serra, preciso achar a camiseta que comprei anos atrás e trazia uma caveira com cigarro e os dizeres: ‘O cigarro adverte: o governo faz mal à saúde’.

Grande verdade, porque nada aumenta tanto a pressão sanguínea quanto pagar impostos escorchantes, que, no limite, serão usados para pagar empregadas domésticas de parlamentares.

O Estado de São Paulo se esvai em dengue, febre amarela e malária, e o governador Serra se preocupa com os fumantes. E para quê?

Para aparecer, porque se fosse por preocupação com a saúde dos eleitores e contribuintes, o governador se dedicaria a enfrentar as doenças medievais que estão à solta e sem combate adequado em nosso Estado”

O jornalista Ricardo Kotscho, na revista Brasileiros, reproduz carta de leitores sobre o tema, clique no título para ler.

Semana Comemorativa do Dia Nacional de Combate ao Fumo na UFRJ

O Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo (NETT) promove no dia 29 de agosto (sexta-feira), durante a Semana Comemorativa do Dia Nacional de Combate ao Fumo, um conjunto de quatro atividades para ampliar o debate e a conscientização sobre o tema. O NETT é vinculado ao Instituto de Doenças do Tórax (IDT) do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) da UFRJ.

Ocorrerão as seguintes atividades: (a) Exposição: Tabagismo e Mulheres; (b) 2ª Mostra de Trabalhos de Alunos da E. M. Tenente Antônio João: Esporte e Cigarro; (c) Avaliação do Grau de Dependência à Nicotina (Teste de Fagerström e Nível de Monóxido de Carbono no Ar Expirado); (d) VI Encontro de Pacientes do NETT: Palestras (Manejo do Estresse, Benefícios e Dicas para resistir sem fumar), Depoimentos de Pacientes, Premiação simbólica e confraternização. Confira a programação completa clicando no título.

Fumo matará 1 bilhão de pessoas, diz OMS

Mario Cesar Carvalho, Folha de S. Paulo – Se nada for feito nos países pobres para diminuir o número de fumantes, o cigarro pode matar 1 bilhão de pessoas no século 21, segundo relatório divulgado ontem pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A previsão multiplica por dez o número de mortes causadas pelo tabaco no século passado – 100 milhões, mais do que a soma de todas as vítimas de guerras entre 1901 e 2000.

O cigarro mata 5,4 milhões por ano no mundo (mais do que a soma das vítimas de tuberculose, malária e Aids), número que deve crescer para 8 milhões em 2030, de acordo com projeção da OMS. O novo documento enfatiza o impacto do fumo nos países pobres, porque 80% das mortes previstas para 2030 vão ocorrer nessas nações, de acordo com a entidade. O consumo de tabaco está em queda nos países ricos, mas é crescente nos pobres e de renda média, segundo a OMS. Cigarro é a principal causa de morte evitável no mundo, de acordo com um consenso médico internacional. Leia a matéria original (com senha UOL ou FSP) clicando no título.

Futuro enfumaçado

Gustavo Barreto

Não sei bem quais são os atuais interesses da Philip Morris Brasil, mas é no mínimo interessante notar que os programas de treinamento em jornalismo dos dois maiores jornais de São Paulo – Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo – são patrocinados por esta indústria do tabaco. Só para lembrar, a indústria do tabaco é uma das mais danosas para o planeta em termos de saúde humana. A Organização Mundial de Saúde (OMS) reforça que o tabaco, uma epidemia global, é mortal “em qualquer forma ou disfarce”. Ainda segundo a OMS, “a indústria do tabaco continua a colocar os lucros à frente da vida; sua própria expansão antes da saúde das futuras gerações; seus ganhos econômicos à frente do desenvolvimento sustentável dos países”.

A OMS destaca que a indústria criou falsas variantes do cigarro com nomes como “light”, “mild” (suave) e “low tar”, criando a ilusão de que os novos produtos são mais saudáveis. “Eles continuam a levar novos e antigos consumidores a níveis mais traiçoeiros de decepção ao promover e vender novos produtos disfarçados com nomes mais saudáveis, sabores diferenciados e pacotes mais atrativos”, denuncia a Organização, em campanha no ano passado, durante o Dia Mundial Sem Tabaco.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que o tabagismo é diretamente responsável por 30% das mortes por câncer em geral, 90% das mortes por câncer de pulmão e 25% das mortes por doença coronariana. Um fumante introduz em seu organismo mais de 4.700 substâncias tóxicas com o consumo do cigarro. As mais conhecidas são a nicotina, o alcatrão e o monóxido de carbono.

Até que ponto a imprensa, supostamente responsável por aumentar a participação cidadã da população por meio da informação, deve fazer negócios com uma das indústrias de maior impacto social negativo para o mundo, com 5 milhões de mortes anuais e em crescimento?


Gustavo Barreto é editor de meios da imprensa alternativa. E-mail: consciencia@consciencia.net