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É tempo de união!

Os tempos mudam

Todo tempo é tempo

Se estivermos atentos e atentas

Cada instante é uma estreia

Ou uma re-estreia

Podemos nos eternizar

Se vivermos desde a nossa realidade

Nenhuma pessoa é um ser genérico

Somos seres singulares e únicos

Temos nos acostumado

Ou não

A agirmos como se fossemos uma massa indiferenciada

Nenhum de nós pode viver uma vida que não seja a própria

A viver então

O medo foi afastado

O amor veio para o meio

A esperança voltou para cá

A força da vida

A libertação

A felicidade

São coisas concretas

A vida é uma coisa concreta

Eu não vivi até aqui

Para agora jogar tudo fora

Floresço e cresço com um povo

Feito de pessoas que querem também florescer e crescer

Como quando cheguei ao Brasil

Esse mesmo espírito é o que me guia agora

Não há tempo a perder

A hora é agora

“Quem corre cansa, quem anda alcança” diz o dito popular

Arco-íris nos ensina

Cada cor é uma emoção e uma sensação

Uma compreensão e uma ação

Vamos com este guia que nos guia

A cada momento podemos e devemos

Agir ordenadamente, integradamente

Tijolo por tijolo

Como ensinava Paulo Freire

Assim se faz uma casa

Uma igreja

Um hospital, um posto de saúde

Um cinema

A calçada por onde vamos

(Colho neste momento da minha vida

A soma dos tempos

A experiência reunida)

É tempo de união

Reunião

Celebração

Ação

Comunidade

Humanidade.

Consciência a gente vê por aqui

No meio a um mundo em que prevalece frequentemente a aceitação acrítica de visões disseminadas pelos setores de poder

Prosseguimos numa tarefa miúda de voltar o olhar, a atenção, a ação e o sentimento, para a responsabilidade pessoal pela vida e pelas consequências dos nossos atos

A compreensão é libertadora, e esse é o nosso foco

“Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho ou sozinha. As pessoas se libertam umas às outras em comunidade, mediadas pelo mundo” (Paulo Freire)

Poucas palavras. Atenção ao sentimento. Foco nas emoções, naquilo que nos une como humanidade.

Discursos frequentemente escondem o afã de dominação. A visão se restabelece na brevidade de uma palavra, uma imagem, um som, uma canção, um abraço, um aperto de mão, um olhar.

Poesia é a preferência, por ir direto ao ponto

Criar mais do que consumir

Estes são alguns dos nossos valores norteadores

Aqui é um lugar para respirar.

Somos criaturas efêmeras. Que valha cada instante, cada segundo, todos os momentos!

Encadernemos a nossa vida no dia a dia, ano após ano, até nos apossarmos da totalidade da nossa experiência!

Restabelecer a humanidade

Pode ser restabelecida a humanidade?

A democracia foi restabelecida.

Foi um passo importante.

Restabelecer a humanidade é o passo seguinte

Será tão difícil assim?

Nada é impossível quando percebemos que somos uma unidade.

Humanidade

Human idade

É tarefa para o dia a dia.

Hora de trabalhar

Cantar

Criar

Construir

Abraçar

Confiar

Acreditar

Mas acreditar de verdade

Oração

Ação

Arte e cultura

Educação

Justiça

Segue a lista.

Qual tem sido a tua experiência?

Qual tem sido a minha experiência?

Quando me faço esta pergunta, abre-se um espaço.

Respiro aliviado.

Espero

Vejo a minha vida na sua totalidade

Obstáculos ou dificuldades criadas pela mente se desvanecem

Vejo que posso. Posso ir. Posso fazer. Posso falar

Não preciso confrontar nem temer quem estiver por perto

Também não preciso receber aplauso ou elogio constantemente

Posso estar no meio das pessoas simplesmente vivendo a minha vida

Tenho um lugar no mundo

Sempre tive

Mantenho o meu lugar não me julgando nem me condenando

Escuto e me escuto

Me desexijo e relaxo

Vejo, sinto e compreendo

Então desaparece a tensão criada por programações opressoras

Não preciso me maltratar nem maltratar

Não gosto de pressionar nem de ser pressionado

Não vou agradar todo mundo

Nem preciso chocar com todo mundo

Do mesmo modo como tenho um lugar no mundo, as demais pessoas também o têm

Fico em paz vendo as minhas cores, as cores do arco-íris, que são os sentimentos que me constituem

Vejo, sinto e compreendo

Então estou em paz

A minha experiência me habilita para uma coexistência em que há lugar para todas as pessoas, inclusive eu

Primeiramente eu, devo dizer com clareza, já que fui treinado para me negar em nome de.

O treinamento da anulação está espalhado por aí

Já cultivei ódio para quem tentou me anular, me por contra mim mesmo. Hoje descarto qualquer vínculo com quem me fez mal

Jogo fora o que não me pertence e fico comigo mesmo e com a minha experiência, que é um fluir singular

Uma luz que vejo

Amarelo no meio ao vermelho

Celeste

Aí vem o arco-íris.

Por que escrever? Para que escrever? Para que viver? Por que viver?

As perguntas abrem um espaço. Abre-se uma possibilidade. Nos dias de hoje age-se muitas vezes irrefletidamente. Alguém dá um comando e eu reajo. Aceito e acato. Ajo sem saber por que nem para que. Assim, a ação não é propriamente minha, muitas vezes.

A minha experiência de vida me ensinou que o que não escrevo se desvanece, desaparece, é como se não tivesse existido. Assim, escrevo constantemente. Desta maneira vou me construindo.

Escrever é ir pondo tijolo por tijolo, construindo espaços, fazendo a vida acontecer. É como desenhar, em certo sentido. Vou fazendo a minha cara. Faço as minhas raízes. Determino se o sol irá entrar ou não na minha casa.

O que se verifica muito frequentemente nos dias de hoje, é uma semi-existência, uma quase inexistência, um viver fronteiriço, que não pode se dizer que pertença propriamente ao sujeito. A pessoa está, mas não lhe pertencem os seus comandos. A rigor, ela não se pertence. Isto leva a uma irresponsabilidade, a uma desistência, um sem-sentido.

É de uma importância crucial que se volte à educação, entendida como o processo do vir a ser pessoa, um processo contínuo. Educação em casa, na família, e também na escola, no trabalho, na rua, na universidade, na cidade, onde for.

Sem educação libertadora, não há humanidade. Isto implica em consciência. E aqui chegamos às perguntas iniciais deste escrito. Escrevemos para viver. Para saber quem somos. Para encontrar e fazer sentidos. Para nos comunicar com o mundo em volta: gente e ambiente. Simples assim.

Talvez tenhamos aprendido

As armas matam

Um revolvinho incita à violência

A violência destrói.

Eu não sou mais do que alguém por ser branco

Ninguém é mais nem menos do que ninguém

Somos diferentes, isto é tudo

E a diferença é uma riqueza, não uma ameaça.

O ódio só destrói

As palavras têm força, movimentam

Que seja para a realidade, a solidariedade, a construção coletiva, o crescimento em conjunto.

Não digamos qualquer coisa, sem saber o que estamos dizendo

Uma palavra fora de lugar machuca.

Me perco quando te julgo e quando me julgo.

A realidade é uma universidade

Uma escola.

Todas e todos aprendemos.

Amar é mais do que um sentimento

É união, unidade, compreensão.