Olho para dentro e para perto, e vejo algo diferente. Um sorriso, uma mão estendida, uma palavra alentadora.
Põem-nos ou querem nos pôr para mudar o cenário macro. Deveria mudar, com certeza. Comida para toda a gente, escola acessível, serviço de saúde, emprego, salário, coisa e tal.
Mas o tempo é escasso. A vida não para. O que é que podemos fazer, de fato, para sermos felizes num cenário como este?
Voltarmo-nos para esse interior que sobrevive sob qualquer circunstância. O entorno próximo, em que acontece a vida cotidiana.
As pessoas reais e efetivas: essa pessoa que nos estimula a acreditarmos em nós, aquela outra que nos faz rir e é otimista, uma terceira que somente vê as nossas qualidades.
Comunidade, a vida mais perto. Não estou a pregar uma indiferença ou omissão diante do que se apresenta como mal inevitável. Nada disso.
Não poderia ser tirada uma conclusão mais diametralmente oposta aos meus princípios e trajetória de vida.
O que quero dizer e digo, é o seguinte: no meio a todas as adversidades, existe um espaço interno e próximo. Esse espaço é onde podemos refluir para encontrar forças para seguir adiante.
Doutor em sociologia (USP). Terapeuta Comunitário. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Autor de “Max Weber: ciência e valores” (São Paulo: Cortez Editora, 2001. Publicado em espanhol pela Editora Homo Sapiens. Buenos Aires, 2005), Mosaico (João Pessoa: Editora da UFPB, 2003), Resurrección, (2009). Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/