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A Terapia Comunitária Integrativa, na 17a. Conferência Nacional de Saúde

Por Maria Lucia de Andrade Reis

Veja aqui uma síntese da participação da ABRATECOM-Associação Brasileira de Terapia Comunitária Integrativa, neste evento de enorme importância.

Relatório_17aCNSsíntese

A TCI é uma ação cidadã humanizadora, restabelecedora de vínculos, potenciadora da autoestima e do empoderamento de pessoas e comunidades.

Seguir em frente

Manter uma revista no ar

Um esforço coletivo

Dia a dia a vida vai e vem

O que é que importa partilhar?

Esperança, esforço coletivo, construção comunitária

Fe em si mesmo, em si mesma

Arte, literatura, poesia, pintura, desenho

Meditação, oração, amizade, família

Potenciar a força resiliente

Seguir em frente

Um horizonte se abriu novamente

Vamos juntos e juntas!

Propósito

Uma revista com formato de diário

É um convite para a introspecção

Um olhar para dentro e desde dentro

Uma escuta desde o coração

Uma ação integrada

Toda vida é uma intersecção de caminhos

Uma costura de tempos

Um entrelaçamento de lutas e vitórias

Quedas e recomeços

Um espaço para o ser

Um convite para a autenticidade

Escrever e publicar

É uma ponte para a vida

Um agir em comunidade

Um crescer juntos e juntas

A vida cotidiana

A vida vivida

São a matéria da existência

Termos consciência da nossa vida

Consciência do viver

É uma arte

A arte de nos tornarmos quem somos!

Sentido de Consciência

Mês da comemoração do aniversário de Consciência. Sinto necessidade de partilhar alguns sentimentos que me acompanham quase desde o nascer desta revista.

Creio já ter dito alguma vez, que serei eternamente grato a Gustavo Barreto pelo espaço que deu aos meus escritos, desde o começo. Eu lutava então contra uma depressão e outras mazelas.

Ver o meu nome na revista me alegrava. Alimentava uma esperança. Algumas pessoas comentavam. Uma chegou a encadernar meus escritos e mos mandou por correio.

Assim nasceu meu livro Resurrección, em 2009. Assim eu ia vendo a luz de novo. Saindo e saindo e saindo mais uma vez.

Agora as revistas parecem não ter um lugar tão importante para algumas pessoas. Para aqueles e aquelas que nos aninhamos aqui, sim. Continuamos a fazer aqui a nossa casa. Uma casa aberta. Um espaço plural. Acolhedor.

Caminhando juntos

Desde os meus tempos de estudante, pude comprovar que quando fazíamos juntos e juntas, tudo estava bem. Não havia disputas a ver quem estava mais certo ou errado.

O tempo passou e agora novamente me encontro participando de coletivos em que todos e todas temos algo a fazer.

Nessas horas, o outro ou a outra, são vistos como colaboradores, colaboradoras. Quando a atividade fica nas costas de umas poucas pessoas, a tendência pode ser a de desanimar ou decair.

Confesso que já tanto me habituei ao fazer juntos e juntas, que tendo a ir constantemente nessa direção. Ao invés de salvadores ou salvadoras da pátria, co-responsáveis.

O fazer juntos pode ser mais lento do que quando se age individualmente apenas. Mas o fato de termos que ir ao compasso de diversos ritmos e maneiras de fazer, cria uma liga.

Solidariedade se faz fazendo. Saímos das abstrações e da solidão, e sentimos a força do coletivo. No momento da vida em que me encontro, fica uma sensação de segurança quando me vejo no meio desta marcha coletiva.

Sei que tenho um lugar, bem como as demais pessoas ao meu lado. A esperança se fortalece. A confiança se reforça. Inclusive quando se trata de questões pessoais, o campo emocional.

Sei que posso contar com o acolhimento comunitário. Uma rede firme e sólida. O horizonte então ganha de novo um tom atraente.

Estas reflexões pretendem animar ainda mais o espírito construtivo da ação cidadã. Na Terapia Comunitária Integrativa, focalizamos a ação que une, que reforça os laços positivos, potenciando a solidariedade.

Quando me fecho em mim mesmo, tende a prevalecer o que falta, o que não há, o que está errado. Ao me abrir humildemente para dar um passo, recebo de volta o melhor de mim e da comunidade. Refaço o meu senso de viver. Nasço e renasço cada vez. A autoestima cresce e aparece.

Ilustração: “Nascendo.”

Pertencimento

A celebração do aniversário de Consciência me trouxe as vozes e o afeto, a proximidade e o reconhecimento, a sensação de pertencimento. Tudo de que preciso para seguir em frente, mais contente e confiante.

Essas expressões vieram nas e das redes da Terapia Comunitária Integrativa. Um espaço de construção coletiva em que a nossa revista é apreciada.

Venho trabalhando na mirada poética, esse mínimo em que consiste a vida. Aquela eternização que está ao nosso alcance quando nos tornamos acessíveis à beleza. Um lugar de pertencimento essencial. Na altura da vida em que me encontro, tudo vêm convergindo. Já não há mais dissociações, ou as que ainda persistem, tendem a se dissolver numa integração.

Descomprimir. Desexigir. Deixar mais espaço. Ver que há mais espaço. Positivar o esforço resiliente. A construção de vínculos. A potenciação da solidariedade que nos faz ver que sempre há alguém a nosso favor, em qualquer circunstância. Deixar a mania de achar que sabemos mais do que alguém. Abrir a possibilidade da colaboração e da complementação.

A integração de saberes, a ênfase na experiência, recompõem um senso de pertencimento que costura as fendas da coesão social. Ao invés de uma sensação de estranheza e alheamento, passamos a viver com um sentimento mais benigno: a segurança. A confiança que nasce de saber que temos um lugar no convívio social.

Ilustração: “O tecido do universo”

O sentido do trabalho

Não poderia deixar passar este dia em que comemoramos a nossa condição. Nosso pertencimento à classe trabalhadora.

Lembrar que tudo que é humano e valioso é fruto do trabalho. Estamos numa situação em que o setor produtivo volta a ser o centro da vida social e nacional. É motivo de comemoração. Celebro esta data.

E desejo que este exemplo se espalhe por outros países, pelo mundo inteiro. Inclusão social e integração social. Ninguém fora da sociedade. Casa, comida, trabalho, salário digno, educação e cultura, saúde, são para todas as pessoas, sem distinção.

Não é apenas o programa de um partido ou coalizão de partidos e movimentos. É uma meta da humanidade. Atingi-la é a nossa motivação principal.

Não existe trabalho mais precioso do que aquele que conduz a pessoa de volta para ela mesma. O trabalho comunitário de nos tornarmos quem somos. Isto vale todo o empenho, e dura pela vida afora.

Sair da condição de vítima para a de vencedores e vencedoras.

Revista en movimiento

Con el pretexto de mantener este vehículo de prensa activo

Activo mis sentimientos de creatividad

La oportunidad de acceder a un público inteligente

Dialogar con gente

Salir en fin un poco de mi escondite

Ahora que la democracia volvió a Brasil

Respirar juntos y juntas

Más allá de que se haga la justicia imprescindible

Y el nazifascismo sea de hecho barrido del mapa

Respirar y agradecer

Hoy estoy vivo

Vuelve Brasil

Vuelve la canción

Vuelve la alegría y la esperanza

Esto ya me alcanza para saber que este pretexto

Es más que una razón válida para seguir escribiendo

Seguir volviendo

Una necesidad vital.

Tal cual.

Sonhos

Lula realizou no Brasil e para o Brasil o sonho que tive para a Argentina. Um país sem fome. Aqui isto se realizou, e volta a se trabalhar nessa direção e com esse propósito.

Quando eu era jovem, muito mais jovem do que agora, sonhava com uma Argentina sem fome, sem violência e sem dominação.

Sonhava também com o amor de uma mulher. Uma mulher que me pudesse amar. Era isto que me mobilizava.

Sonhos nos movem. Sem sonhos somos menos que gente. É o sonho que nos faz trabalhar por uma vida feliz, como Lula fez, como o PT fez e faz.

Fazem. Não sou petista. Não sei o que possa ser ver o mundo desde a janela de um partido. Não deixo de admirar, com tudo, o que fizeram para tirar o Brasil do mapa da fome.

Nunca compreendi como é que podia haver fome num mundo em que, as estatísticas já demonstravam nos anos 1960, há alimentos de sobra para várias vezes a população da terra.

Isto me parecia inconcebível. Conhecendo o capitalismo e a oligarquia, e a ignorância e preconceitos em que se baseia a dominação e a exploração, compreendi.

Compreendo que sem estudo, sem pesquisa, sem reflexão, sem prática libertadora, não nos tornamos gente. Somos brinquedos manipuláveis.

Lula refez a esperança Brasil. Sonho essa esperança para Argentina. Para o mundo. Vamos sonhar juntos e juntas!

Lula me reconciliou com a sociologia que quis, quero e faço. Uma sociologia que se faz com as pessoas, para as pessoas (dentre as quais eu mesmo) e para a humanidade.

A integração social e a inclusão social se tornaram realidade num país inteiro. Um país de dimensões continentais. Tais dimensões foram vencidas pelo esforço e o trabalho.

Pela sabedoria de quem aprendeu com a dor, com a luta e com a esperança. Sem rancores nem ressentimentos, Lula continua a ensinar humanidade.