Por Tulio Vianna, no Trezentos.
Antonio Arles enviou-me o vídeo abaixo, alertando-me para um fato que passou despercebido pelos jornalões (ou teriam simplesmente tentado esconder?): o comandante da operação na USP Cláudio Lobo declarou para a rede Globo (aos 2 min do vídeo): “Existe uma ordem pra prender alguns líderes que estão incitando esta greve. A juíza expediu uma ordem de reintegração de posse e liberdade de ir e vir. Eles não estão acatando.” Veja o vídeo da entrevista.
Como assim ordem de prisão? A ordem de reintegração de posse tem natureza civil e, portanto, jamais ordenaria a prisão de quem quer que seja. A juíza cível, aliás, é incompetente para ordenar prisões, salvo no caso de pensão alimentícia. Então havia duas ordens: uma da juíza (de reintegração de posse) e outra de prisão. O comandante não deixa claro quem deu a ordem de prisão e a repórter lamentavelmente perde a oportunidade de fazer a pergunta-chave: de quem foi a ordem de prisão, comandante?
O imóvel particular de 3 andares foi ocupado há dois meses pelo movimento. “Tentamos de qualquer forma que a juíza desse mais 20 dias para que as famílias fossem atendidas pela prefeitura, mas a juíza não atendeu ao movimento”, assinalou Souza. A prefeitura de São Paulo indicou que atenderia às famílias no programa Parceria Social.
Destino das famílias
O coordenador também afirmou que as famílias não ficarão ao relento. “O MMRC tem outros parceiros como o Movimento Sem-Teto do Centro (MSTC) e a Frente de Luta por Moradia (FLM) e pedimos a eles que atendessem às famílias. Os coordenadores destes movimentos solidarizaram-se conosco e a Associação Mauá acolherá temporariamente estas famílias, que não ficarão na chuva e nem sofrerão mais um desgaste”, concluiu Nelson. Mais informações em www.programaurbano.com.br