< Do Creative Ads:
Arquivo da tag: publicidade
Choque de culturas
Abaixo estão duas peças publicitárias que buscam vender cerveja.
A primeira é da Bélgica:
A segunda do Brasil:
[Dica do Blue Voador]
Jornalista, 40, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.
‘Ley de Medios’ argentina pode servir como experiência para marco regulatório no Brasil
Para jornalista, comunicação é um direito e deve ser garantida pelo Estado
da Ciranda.net
Para Rosane Bertotti, coordenadora do Fórum Nacional para a Democratização da Comunicação, se a comunicação é um direito, ela deve ser garantida pelo Estado. “E, como direito, ela não pode ser estatal, mas pública”, emendou. Bertotti participou do eixo Políticas Públicas do III Fórum de Mídia Livre, que aconteceu neste sábado em Porto Alegre.
Para ela, que também é secretária nacional de comunicação da CUT, se não existir uma regulamentação para garantir a liberdade de expressão, ganha a lei do mercado. “É fundamental democratizar a produção, a distribuição e o acesso”, explicou. A jornalista afirmou ainda que a luta deve articular não só as mídias digitais, mas também o espectro de radiodifusão.
Como solução, Bertotti apontou a concretização de um marco regulatório. “Precisa haver uma convergência entre vontade política, compreensão da necessidade por parte da sociedade e mobilização social”, reforçou. “Precisamos nos organizar, fazer propostas e ir para a rua defender o que queremos.”
Kirchners tinham interesse em regulamentação
A professora da Universidad Nacional de Córdoba, Judith Gerbaldo, contou como foi o processo de aprovação da Ley de Medios na Argentina. Com a lei, promulgada em 2009, o espectro de radiodifusão no país foi dividido em três: um para o governo, outro para as empresas privadas e o terceiro para organizações sociais, como ONGs e universidades.
“Foi uma campanha intensa. Elaboramos desde quadrinhos a spots de rádio, passando por oficinas e debates em vários lugares do país”, explicou a ativista, que disse ter havido vontade política da presidente Cristina Kirchner. “Mas agora, mesmo com a aprovação, a luta não terminou. Temos que acompanhar e cobrar a regulamentação.”
Depois das falas, a participação do público foi intensa. “A lei só foi enviada pela presidência ao congresso porque os Kirchners tinham interesse em derrubar o Grupo Clarín, um dos principais opositores do governo”, disse este repórter, em uma intervenção. O Grupo Clarín é o maior conglomerado de comunicação da Argentina, com serviços deTV aberta e fechada, internet, rádio, jornal e distribuição de sinal a cabo. “Temos que saber quem vai receber as concessões da sociedade civil. Serão só entidades governistas?”, questionou.
Outros presentes também mencionaram a importância, como política pública, de uma divisão equilibrada entre os recursos publicitários do governo. Sugeriram também a elaboração de uma cartilha jurídica para evitar excessos do poder público no trato com ativistas. O membro da Ciranda.Net Nelson Pombo, por exemplo, disse já ter sido impedido diversas vezes de filmar manifestações.
Choque de culturas
Abaixo estão duas peças publicitárias que buscam vender cerveja.
A primeira é da Bélgica:
A segunda do Brasil:
[Dica do Blue Voador]
Jornalista, 40, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.
Polícia de Pernambuco é condenada por outdoors contra o MST
Uma decisão do Ministério Público de Pernambuco obriga a Associação dos Oficiais, Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar/Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (AOSS) e a empresa de outdoors Stampa, a veicular 21 outdoors com mensagens de promoção e defesa dos direitos humanos e da Reforma Agrária. Arte será definida pelo MST e aprovada pelo Ministério Público.
A entidade, atualmente denominada Associação dos Militares de Pernambuco (AME), terá ainda que publicar retratações públicas ao MST no Diário Oficial, no jornal interno da policia militar e no página na internet da associação. A contrapropaganda deve ser veiculada a partir de março de 2011. A decisão é resultado do Termo de Ajustamento de Conduta no procedimento administrativo Nº 06008-0/7, no Ministério Público de Pernambuco.
O pedido foi apresentado pela organização de direitos humanos Terra de Direitos, pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e pelo MST por danos morais e direito de resposta contra a AOSS, em virtude da “campanha publicitária” contra o MST realizada pela Associação em 2006.
A AOSS distribuiu nas principais vias públicas do Recife e nas rodovias do Estado de Pernambuco outdoors e jornais, além de propagandas nos horários nobres das rádios e televisões, peças com conteúdos difamatórios e preconceituosos contra os Sem Terra.
Nos outdoors, veiculava-se a seguinte mensagem: “Sem Terra: sem lei, sem respeito e sem qualquer limite. Como isso tudo vai parar?” A campanha tinha o claro objetivo de criminalizar o MST e seus militantes e deslegitimar a luta pela Reforma Agrária dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, incitando a sociedade e os próprios policiais militares à violência contra os Sem Terra.
À época da campanha, o presidente da AOSS era o atual deputado estadual Major Alberto Jorge do Nascimento Feitosa, que assinou pessoalmente os materiais da campanha junto com a associação. Durante inquérito para apurar o caso, o Ministério Público ouviu representantes da AOSS e das organizações de direitos humanos.
De acordo com o depoimento do capitão da PM-PE Vlademir José de Assis, que assumiu a presidência da AOSS depois da saída do Major Feitosa, a campanha foi financiada por grupos empresariais, proprietários de empresas de TV e políticos pernambucanos.
O Ministério Público considerou a campanha um abuso aos direitos humanos e um desrespeito aos princípios constitucionais de liberdade de reivindicação e de associação, e acima de tudo, uma ofensa à dignidade da pessoa humana.