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Repúdio à campanha genocida de Israel

Celso Lungaretti, colaborador Consciência.Net

Não me considerando autoridade em assuntos do Oriente Médio, mas compartilhando a indignação que a atual campanha genocida de Israel provoca nos cidadãos decentes do mundo inteiro, faço minha as palavras do ex-secretário de Estado de Direitos Humanos do governo brasileiro, Paulo Sérgio Pinheiro, em seu brilhante artigo de hoje na Folha de S. Paulo. Leia mais clicando aqui.

“Guerra total: massacre de civis”. Eis os trechos principais:

“Gaza tem a mais alta densidade demográfica do mundo: mais de 4.000 pessoas por km2. Cerca de 1,5 milhão de pessoas numa área de 360 km2, imprensadas entre o mar e as fronteiras com Israel e Egito.

“Puro engodo bombardeios aéreos israelenses com ‘precisão cirúrgica’. Impossível evitar vítimas civis como ‘dano colateral’. Não há para onde escapar.

“Em pouco mais de uma semana, 512 palestinos foram mortos. Um quarto das vitimas, segundo a ONU, é de civis, mulheres e crianças. Os feridos já são mais de 2.000 – e os hospitais não dão conta das amputações.

“Trinta e um soldados israelenses foram feridos nos ataques por terra e quatro civis israelenses foram mortos por foguetes de grupos do Hamas.

“A desproporcionalidade entre a guerra total de Israel e os ataques de foguetes do Hamas ou a resistência à ocupação israelense – dos dois lados crimes de guerra sendo cometidos contra civis – fica patente, apesar do bloqueio à entrada de qualquer jornalista ocidental: o ocupante não quer testemunhas do massacre.

“Israel, ao fechar os acessos da fronteira de Gaza há meses, descumpre suas obrigações como potência ocupante e pune coletivamente a população civil. O sistema de água e esgoto beira o colapso, pois os bombardeios destruíram as linhas de eletricidade e há meses não há combustível para gerar energia. Em flagrante descumprimento das convenções de Genebra e seus dois protocolos, estão sendo sistematicamente arrasados hospitais, ambulatórios e escolas, e mulheres e crianças são aterrorizadas.

“…(a) política desastrada de isolamento do Hamas transformou Gaza num enclave condenado a condições de vida a cada dia mais semelhantes aos bantustões do regime do apartheid sul-africano.

“O que se pode esperar nos próximos dias? Nada ou muito pouco, a não ser a intensificação da dança diplomática de visitas a Jerusalém e a Ramallah… Como pano de fundo, bombardeios, o avanço da invasão por terra (e mar), a reocupação, massacre de civis, mais foguetes do Hamas, a caçada letal aos líderes do Hamas (e o trucidamento de suas mulheres e crianças) e mudança de regime em Gaza dissimulada. Tudo deverá continuar até 20/1, quando tomará posse o presidente Obama, do qual se poderia esperar ao menos uma lamentação pelas perdas civis. Trágico começo de ano.”

Assistência a brasileiros na Faixa de Gaza

O Itamaraty informou há pouco que o governo brasileiro está acompanhando com atenção os acontecimentos na Faixa de Gaza. A Embaixada do Brasil em Tel Aviv e o Escritório de Representação em Ramallah têm, desde o início da crise, mantido contato com a comunidade brasileira residente no local de modo a prestar-lhe a assistência necessária, diz a nota. “O Ministério das Relações Exteriores permanecerá atento à situação, com vistas a assegurar toda a proteção consular aos brasileiros eventualmente afetados pelo conflito”.

Israel segue rejeitando cessar-fogo

Da Agência Adital

Após dez dias consecutivos de bombardeios à Faixa de Gaza, o governo israelense segue recusando-se a estabelecer um cessar-fogo com o movimento islâmico Hamas. Israel rejeitou hoje (5) a proposta da União Européia de realizar uma trégua nos ataques à Gaza. Por outro lado, governos de diversos países da América Latina se pronunciaram contra a ofensiva israelense que já deixou mais de 500 mortos e centenas de feridos. Leia mais clicando aqui.

O governo equatoriano condenou os ataques e se juntou aos outros países e às Nações Unidas no pedido de um cessar-fogo para que se possa iniciar uma solução pacífica e negociada do conflito, pondo fim às mortes de civis. O chanceler do Equador, Fander Falconí, demonstrou solidariedade com o povo palestino por causa do bloqueio de alimentos e medicamentos por parte de Israel, realizado há um ano e meio.

Em um tom mais agressivo, o presidente da Bolívia, Evo Morales, acusou os Estados Unidos de usar Israel para atacar os palestinos. Morales afirmou que a chancelaria boliviana realiza mobilizações ante a comunidade internacional para frear a intervenção israelense, qualificada de “selvagem, inumana e criminosa” pelo presidente boliviano.

Nesta semana, a Assembléia Nacional da Venezuela pretende divulgar um acordo de rechaço e condenação em relação às ações militares israelenses. Os parlamentares afirmaram que essas ações são frutos de uma política irracional executada pelo governo de Israel. Os deputados lamentaram ainda o veto feito pelos Estados Unidos à resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que condena Israel.

No Chile, o governo também condenou energicamente os ataques. Os Socialistas Allendistas demandam que o governo retire a embaixadora chilena em Israel e declare persona non grata o embaixador israelense no Chile. Em uma declaração publica, eles comparam esses ataques aos extermínios realizados pelo nazismo. Além disso, pedem que os governos latino-americanos agrupados na Unasul e no Grupo do Rio tomem medidas de rechaço à violações de direitos humanos na Faixa de Gaza.

A organização não-governamental Avaaz (que significa “voz” em várias línguas européias e asiáticas) iniciou uma campanha emergencial com um abaixo-assinado que será entregue ao Conselho de Segurança da ONU e às principais potências mundiais, na tentativa de pressionar por um cessar-fogo imediato e por medidas de atenção à escalada da crise humanitária na Faixa de Gaza, além de outras providências para que se possa atingir uma paz real e duradoura na região.

Para ter participar da campanha, acesse: http://www.avaaz.org/po/gaza_time_for_peace

Conferência Islâmica alerta Obama sobre repercussão da ofensiva israelense

Da Efe, em Yeda (Arábia Saudita), via Folha Online

A Organização da Conferência Islâmica (OCI) alertou hoje o presidente eleito dos Estados Unidos, o democrata Barack Obama, sobre as repercussões negativas que o bombardeio israelense contra a Faixa de Gaza pode ter sobre o processo de paz no Oriente Médio. Leia mais clicando aqui.

A advertência foi feita pelo secretário-geral da OCI, Ekmeleddin Ihsanoglu, na abertura de uma reunião de nível ministerial realizada na sede do órgão, na cidade saudita de Yeda. “Fazemos um apelo à Administração americana, especialmente ao presidente eleito [Barak] Obama, para que considere as repercussões da agressão israelense na Faixa de Gaza sobre o futuro do processo de paz no Oriente Médio”, afirmou Ihsanoglu.

O secretário-geral da OCI também pediu aos quatro países-membros da organização que ocupam postos não-permanentes no Conselho de Segurança da ONU (Burkina Fasso, Líbia, Turquia e Uganda) que intensifiquem sua pressão para que Israel aceite uma trégua em Gaza e permita a chegada de ajuda humanitária às vítimas. Leia mais clicando no título.

Ataque israelense contra mesquita mata dez em Gaza

Da Agência Estado com AP

Autoridades médicas palestinas afirmaram que um ataque aéreo de Israel contra uma mesquita, hoje, na cidade de Beit Lahiya, no norte de Gaza, matou dez pessoas e feriu mais de 30. No mínimo sete pessoas estão em situação crítica. Ainda não está claro se as vítimas são militantes do Hamas. A mesquita tinha o nome de um fundador do grupo islâmico, que foi morto por Israel em 2004.

Hoje, o Hamas ameaçou capturar mais soldados rivais se Israel lançar uma ofensiva terrestre à Faixa de Gaza. “Se eles invadirem, Shalit terá mais companheiros”, anunciou o Hamas em uma mensagem da rádio interna do grupo. O recado se refere a Gilad Shalit, um soldado israelense capturado pelo Hamas. Ele continua detido em Gaza. Com informações da Dow Jones.

Israel decreta boicote à emissora Al Jazeera

Guila Flint, de Tel Aviv, para a BBC Brasil – O Ministério das Relações Exteriores de Israel decretou nesta quarta-feira um boicote à emissora de TV Al Jazeera, do Catar, o canal com a maior audiência no mundo árabe. De acordo com as autoridades israelenses, a emissora “incita o terrorismo”. O vice-ministro das Relações Exteriores de Israel, Majali Wahabe, afirmou que a Al Jazeera “é inconfiável, prejudica Israel e incita as pessoas a atividades terroristas”. “Israel não vai mais prestar serviços a um canal que pode nos causar sérios danos”, disse Wahabe. O ministério também afirma que a Al Jazeera é “tendenciosa em favor do Hamas”.

(…) O diretor da Al Jazeera em Israel, Walid El Omari, disse “estar espantado” com a decisão do governo israelense. “É surpreendente que um país que fala tanto de democracia persiga jornalistas e tente reduzir a liberdade de expressão e de movimentação”, disse El Omari. A crise entre a emissora e o governo israelense se agravou depois da cobertura do canal aos últimos choques na Faixa de Gaza, que deixaram mais de 120 palestinos mortos. De acordo com as autoridades israelenses, a cobertura foi “propaganda do Hamas”. O boicote à Al Jazeera foi criticado por especialistas em mídia de Israel. Leia matéria da BBC Brasil clicando no título.