”Resolvemos trazer a cozinha para dentro do acampamento. E foi incrível, porque como a gente não tem fogão, gás nem água encanada, todo mundo ficou sem saber como agir e então chega um morador de rua, que domina a tecnologia de morar na rua, e começa a fazer oficina com as pessoas que não têm essa vivencia. A cozinha hoje é quase 100% gerida pelos moradores de rua e não existe mais separação. São pessoas sedentas pelo movimento, pela ação”, relata Kleper.
A convivência com os moradores trouxe também outras bandeiras para o OcupaRio, como o caso de Bruna, que vivia nas ruas da Lapa e por apanhar do companheiro foi separada por agentes da Prefeitura da filha recém-nascida, que foi levada para um abrigo. Ao relatar o caso aos acampados, com os quais convive atualmente, foi ajudada pelo GT Jurídico, que localizou o paradeiro da criança e agora trabalha para reunir mãe e filha. (…)
Talvez por conta do caráter global do movimento e temendo uma repercussão negativa, a polícia não tem ameaçado despejá-los e há até quem diga que no final do expediente guarda civis tiram seus uniformes e se juntam aos acampados em suas rodas de violão.”
Leia matéria da agência EFE no iG clicando aqui.
Jornalista, 41, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.