Uma revista não é um empreendimento individual. Não pode ser carregada apenas pelo trabalho de uma ou duas pessoas. É preciso uma equipe. Um movimento não importa de quantas pessoas, mas um coletivo em marcha.
Assim é possível prosseguir. O contrário é uma espécie de ilusão. Só a comunidade liberta. A soma de ações é que gera uma força transformadora. Atualmente não se aposta muito nisto. Há mais investimento no individual, e um individual não comunitário. Cria-se um muro em volta da pessoa. Uma muralha. E tudo que vêm de fora ameaça.
Isso é uma loucura! Vamos nos enfiando mais e mais numa espécie de isolamento que julgamos ser a liberdade. E em nome dessa “liberdade” andamos sem rumo. Vamos em qualquer direção. O tempo é curto. Não temos tempo a perder.
As novas tecnologias da informação alimentam a ilusão de um eu separado e oposto. Perde-se facilmente a noção de realidade. Precisamos olhar mais para o que permanece. Os fundamentos da vida em sociedade.
O processo de nos tornarmos humanos e humanas. O valor da arte e da literatura como formas de libertação. Os diversos caminhos pelos quais ao longo da história, a humanidade foi tentando abrir espaço para uma vida que seja digna. Justa e amorosa.
Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ-Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Autor de “Max Weber: ciência e valores” (São Paulo: Cortez Editora). Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/
Muitas vezes me pergunto que razões me movem a insistir neste espaço. Não são poucas. Acredito nos esforços a longo prazo. A resistência que se nutre da expectativa de uma vida melhor. Mais justa e amorosa.
Acredito no trabalho colaborativo. Na soma das diferenças. Na síntese do diverso. Na pluralidade que nos enriquece. Na nossa multiplicidade interior que nos resgata da uniformidade. A luta pela preservação da minha própria identidade é a bússola que direciona todos meus passos. Por isso insisto.
Aqui se veiculam ações e visões de mundo que potenciam a esperança. Não somos um movimento de massa. Somos uma iniciativa que valoriza a arte, a poesia, a educação.
A construção coletiva que dá significado ao existir. Por isso resisto. Sem reflexão, sem apropriação da história pessoal, seriamos meros objetos manipuláveis.
Humanização dá trabalho. É um trabalho prazeroso. E eu me atrevo a dizer que é inevitável. A alternativa seria a robotização, a alienação, a perda da vida. A morte em vida. Não há alternativa. Humanização ou humanização.
Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ-Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Autor de “Max Weber: ciência e valores” (São Paulo: Cortez Editora). Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/
Escrever sobre José Comblin é mexer com algo que se tornou muito vivo na minha vida. Uma espiritualidade ancorada no social, uma busca de Deus além do intelecto, ou, melhor dizendo, com uma razão iluminada por uma atitude interior de amorosidade e solidariedade.
Encontrei em Comblin uma figura que parecia vinda de algum outro mundo. Uma pessoa profunda e simples. Parecia que uma luz irradiava da sua presença. Nisto lembrava muito de Dom Fragoso. Essa mesma áurea de uma pessoa profundamente humilde, embora possuísse vastíssimo conhecimento. Dom Fragoso e José Comblin.
Adalberto Barreto, outro teólogo da libertação. Não poderia deixar de juntá-los nesta evocação, uma vez que sinto que os três são como encarnações de um mesmo espírito. Uma prática concreta de partilhar saberes normalmente privatizados pelas classes mais favorecidas, com as pessoas mais pobres.
Uma partilha vinda de um sentimento de que todos necessitamos uns dos outros. Não há libertação isolada, de pequenos grupos. A humanidade é uma unidade. Posso dizer que no contato com estas pessoas, e com outras semelhantes no seu espírito de serviço e de transformação desde o amor que estende as mãos para um resgate solidário, fui me tendo de volta.
Pude ir saindo da minha depressão e das marcas de um isolamento em que me encontrava. Pude ir me vendo como rede, em comunidade. Este processo prossegue. A lembrança de Comblin e a minha prática no seio da Terapia Comunitária Integrativa criada por Adalberto Barreto, foram mudando a minha visão de mundo.
Fui me reconhecendo em uma humanidade pobre materialmente, mas rica em solidariedade e em sabedoria popular.
A pessoa vai se recuperando na medida em que se sente acolhida pelos seus semelhantes. Isto aconteceu comigo, não apenas no seio desta rede de base, solidária, que no entanto é o foco principal da minha recuperação e reconstrução constante como ser humano, como na vida diária, na medida em que foi se dissolvendo a barreira invisível mas muito efetiva da alienação que me separava de mim mesmo e dos meus semelhantes.
Fui recuperando um sentido de viver que se faz nas pequenas coisas, no dia a dia vivido com a admiração de quem se descobre maravilhado por estar vivo, por fazer parte desta maravilha que é a vida.
Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ-Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Autor de “Max Weber: ciência e valores” (São Paulo: Cortez Editora). Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/
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