Eventos extremos, como secas e tornados, são agora uma regra no Atlântico Sul, região que viu chegar nos anos 2000 algo que nunca tinha experimentado antes: um furacão.
Do ponto de vista social, a situação é ainda mais grave no Nordeste, onde o aumento da temperatura em algumas áreas chega a 20% em meia década.
Mudanças do clima, provocadas nos últimos 100 anos pela humanidade. Muitos governantes atuais insistem no modelo de desenvolvimento que põe em risco o futuro do planeta, em prol do lucro a partir dos recursos finitos da Natureza.
Com isso, aumenta a pobreza nas cidades, já que os filhos e filhas dos agricultores estão migrando para os grandes centros urbanos para sobreviver.
Além disso, o aquecimento global afeta também a biodiversidade. Estudos mostram que o mundo pode perder mais de um bilhão de espécies, inclusive grandes mamíferos.
No Brasil, 40% das espécies que vivem no cerrado podem desaparecer com o aumento da temperatura.
E o pior: as reduções propostas pelos atuais protocolos da ONU não são suficientes para controlar o clima, afirmam os especialistas.
Jornalista, 41, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.
“Tudo indica que, depois que a crise passar, o crescimento populacional e econômico mundial continuará. Isso nos faz concluir que a ecologia será a economia do século 21. As tecnologias verdes serão um dos maiores impulsionadores da recuperação econômica dos próximos anos”, disse na conferência Greening the economy: inovação como chave para o desenvolvimento sustentável.
Nesse cenário, Machnig estima que os serviços ecológicos estarão cada vez mais próximos da economia. As emissões anuais de dióxido de carbono, segundo citou, chegaram ao patamar dos 28 bilhões de toneladas e estimativas indicam que, em 2050, serão pelo menos 60 bilhões de toneladas emitidas na atmosfera.
“Uma das metas necessárias para a estabilização climática é a redução de 50% das emissões globais até 2050, mesmo sabendo que até lá a população mundial será maior e, provavelmente, teremos mais indústrias. Por isso, também estamos convencido de que a única saída para atingir as metas ambientais é o início de uma terceira revolução industrial, que garanta a redução drástica do consumo energético nos próximos anos”, disse.
Para Machnig, essa terceira revolução industrial deveria ser subsidiada, em um primeiro momento, pelo investimento maciço em novas tecnologias para redução das emissões de gases poluentes, acompanhada pela aceleração dos esforços mundiais em pesquisa e desenvolvimento para a identificação de inovações na área.
“Dispositivos inteligentes em veículos e edificações, por exemplo, devem não apenas consumir menos energia em curto prazo como também promover a redução das emissões dos gases. As empresas precisam aumentar a competitividade sendo mais amigáveis com o meio ambiente”, alertou.
“Mas essa terceira revolução industrial também só será viável se as empresas conseguirem garantir os empregos, sem deixar de transformar as soluções na área energética em novos problemas sociais. Sairão na frente as empresas que conseguirem ver oportunidades de negócio nessas mudanças de paradigmas ambientais, econômicos e de emprego”, indicou.