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Lula e Janja assinam Carta aos Brasileiros pela democracia

Manifesto já ultrapassa 800 mil adesões. Organizadores dos atos de 11 de agosto classificam a data como “grande celebração da Democracia”, e “grito de alerta e defesa firme da ordem constitucional”

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua mulher, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, assinaram nesta segunda-feira (8) a Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito. O manifesto foi elaborado por ex-alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e será lançado oficialmente na próxima quinta-feira (11).

Clique aqui para ler na íntegra e assinar o documento.

Inicialmente, Lula resistiu em assinar o manifesto por receio de partidarizar a iniciativa. No entanto, com a adesão de diversos políticos, o candidato resolveu aderir. Já o atual presidente, Jair Bolsonaro, segue desdenhando da iniciativa, chamando-a repetidamente de “cartinha”.

Entre os presidenciáveis, Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Felipe D’Ávila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Sofia Manzano (PCB), Leonardo Péricles (Unidade Popular) e José Maria Eymael (Democracia Cristã) também assinaram o documento. A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também já aderiram ao movimento.

O documento diz que “ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”, referindo-se à proximidade das eleições, em outubro, e do 7 de Setembro. Nesta data, o Brasil deveria festejar os 200 anos de sua independência, mas todas as referências à data são sobre manifestações convocadas por Bolsonaro par afrontar a democracia.

A peça não cita nominalmente Bolsonaro. Mas trata-se de uma resposta aos seus constantes ataques às urnas eletrônicas, inclusive com ameaças de não reconhecer o resultado das eleições em outubro.

“Celebração da democracia”

Até o fechamento desta matéria, 800.683 pessoas já haviam assinado a Carta aos Brasileiros. Entre os signatários estão os ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), juristas, artistas, esportistas, empresários, intelectuais e a representantes da sociedade civil organizada, além da população em geral.

Em comunicado, os organizadores dos atos da próxima quinta classificam a data como uma “grande celebração da Democracia”. Por outro lado, também destacam o evento como um “grito de alerta e defesa firme da ordem constitucional”.

Na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, ocorrerão dois atos, no mesmo dia: um, às 9h30, no Salão Nobre, com a leitura do manifesto Em Defesa da Democracia e da Justiça, de iniciativa da Fiesp e subscrito por 107 entidades. O documento já foi publicado em alguns dos maiores jornais do Brasil na semana passada. Às 11h30, será feita a leitura pública da Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito.

“A sociedade não admitirá retrocessos autoritários, inobservância das regras do jogo e desrespeito ao resultado das urnas eletrônicas, proclamado exclusivamente pela autoridade legal competente: o TSE”, diz a nota divulgada hoje. “Estamos certos que no Dia 11 de Agosto, neste ano como sempre, o Largo de São Francisco será a fonte do grito que ecoará em cada rincão democrático do nosso país: Estado Democrático de Direito Sempre!”

“Fora, Bolsonaro”

Também na quinta-feira, em que se comemora o Dia do Estudante, movimentos sociais, movimento estudantil e centrais sindicais farão atos públicos em todo o país pela campanha “Fora, Bolsonaro”. As manifestações, organizadas pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular saem às ruas para exigir eleições livres e frear o golpismo de Bolsonaro.

As entidades também se manifestam contra a violência política e lembram o assassinato do dirigente do PT em Foz do Iguaçu Marcelo Arruda, pelo bolsonarista Jorge Guaranho. O crime completa um mês na próxima quarta-feira (10), véspera dos atos pela democracia.

Fonte: Rede Brasil Atual

 

Veja a Declaração Política do XVI Encontro Nacional “Marcelo Arruda” do PT

“O Brasil precisa de paz e precisa mudar já. Lula é a esperança do Brasil!”, afirma a declaração do Partido dos Trabalhadores, aprovada nesta quarta-feira, 20 

O XVI Encontro Nacional “Marcelo Arruda” do Partido dos Trabalhadores, realizado nesta quarta-feira, 20, aprovou declaração política sobre o momento do país, a urgência de mudanças e a esperança do Brasil na eleição de Lula.

*Aos ataques do bolsonarismo, à escalada da violência política e do discurso de ódio, vamos responder com mais e mais presença de nossa campanha nas ruas, nas redes e nos comícios de Lula pelo Brasil”, afirma a nota.

“Vamos responder com mobilização e com a vitória nas urnas. O Brasil precisa de paz e precisa mudar já. Lula é a esperança do Brasil!”, apontam as lideranças do Partido dos Trabalhadores.

Veja a íntegra da resolução:

O XVI Encontro Nacional “Marcelo Arruda” do Partido dos Trabalhadores, realizado nesta quarta-feira, 20, aprovou resolução política sobre o momento do país, a urgência de mudanças e a esperança do Brasil na eleição de Lula.

*Aos ataques do bolsonarismo, à escalada da violência política e do discurso de ódio, vamos responder com mais e mais presença de nossa campanha nas ruas, nas redes e nos comícios de Lula pelo Brasil. Vamos responder com mobilização e com a vitória nas urnas. O Brasil precisa de paz e precisa mudar já.

O processo eleitoral de 2022 apresenta-se decisivo para a superação da gravíssima crise social, política e econômica em que o Brasil foi mergulhado pela ação das forças contrárias ao projeto de transformação democrática e socialmente inclusiva do país, inaugurado pela primeira eleição do presidente Lula, em outubro de 2002. Por todas as razões, esta é a eleição da esperança do povo brasileiro.

O projeto de país com crescimento, distribuição de renda, políticas de bem-estar social, plenas liberdades democráticas e soberania foi interrompido por meio do golpe do impeachment da presidenta Dilma, em 2016, que levou ao poder um projeto neoliberal e fez o Brasil retroceder em conquistas sociais, políticas públicas e investimentos do estado para o crescimento e geração de empregos e renda.

A condenação, prisão e cassação da candidatura do presidente Lula, hoje reconhecidas como manifestamente ilegais, levaram ao governo Jair Bolsonaro, que aprofundou o projeto ultraneoliberal, gerou desemprego e pobreza, abandonou a população ao longo da pandemia e trouxe de volta a fome ao país.

Foram anos de entrega do patrimônio público a interesses privados, muitos dos quais estrangeiros, por meio da privatização de setores inteiros da Petrobrás, mais recentemente da Eletrobrás e a privatização em curso dos Correios. Anos de escalada de desmatamento da Amazônia, dos crimes contra o meio ambiente e quem os denuncia, como o recente assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philips – contando com a criminosa omissão dos poderes de Estado.

Além da disputa entre dois projetos – o que interessa à maioria da população e o que só favorece os mais ricos – estas eleições se caracterizam também pela opção do país entre a democracia e o autoritarismo que Bolsonaro encarna. Nunca antes um presidente eleito atacou tão sistematicamente a Constituição, os direitos, as leis, as instituições, a civilidade, a ciência e as liberdades democráticas.

Por suas atitudes antidemocráticas, especialmente nos últimos quatro anos, intensificadas à medida em que se aproxima o julgamento pelas urnas do pior governo da história, Bolsonaro deixa cada vez mais claro que não é apenas um adversário eleitoral, mas um inimigo da democracia e das liberdades, que planeja manter-se no poder, mesmo que isso custe quebrar o país, pela inviabilização fisiológica dos orçamentos públicos, rasgar a Constituição, agredir as instituições e romper o estado democrático de direito.

Bolsonaro tem medo do povo, tem medo das urnas, e por isso mesmo tenta sabotar a credibilidade do próprio processo eleitoral, emulando seu mestre na trapaça política, Donald Trump, no momento mesmo em que a tentativa de golpe do ex-presidente estadunidense vem sendo desnudada em detalhes no Congresso daquele país.

O mundo assistiu estarrecido a sua última manobra insana neste sentido, quando reuniu dezenas de embaixadores de países estrangeiros no Palácio da Alvorada para desfilar mentiras contra o processo de votação eletrônica brasileiro – reconhecido mundialmente como confiável, seguro e eficaz – além de ofensas contra ministros dos tribunais superiores e também contra Lula.

Esta última sucessão de crimes eleitorais e de responsabilidade – diante dos quais os partidos de oposição, organizações da sociedade e representantes do Ministério Público abriram ações judiciais contra Bolsonaro – veio na sequência de mais um atentado bolsonarista: o assassinato em Foz do Iguaçu do companheiro Marcelo Arruda, a quem reverenciamos neste XVI Encontro Nacional do PT.

As armas de Bolsonaro são a mentira e o ódio, a corrupção e a violência, o preconceito e a discriminação. A elas temos de contrapor a verdade e a solidariedade, a democracia e a paz, o respeito aos direitos individuais e coletivos. Temos de contrapor um projeto de reconstrução e transformação do Brasil e torná-lo novamente um país em que o presente – com emprego, renda e oportunidades para todos – volte a projetar um futuro melhor.

Chegamos a este XVI Encontro Nacional “Marcelo Arruda” tendo já construído uma inédita unidade do campo popular, de esquerda e progressista, reunindo sete partidos, as centrais sindicais e os movimentos sociais. A ampliação da candidatura Lula confirma-se pelas manifestações de apoio de artistas, lideranças e organizações da sociedade e, principalmente, nas multidões que cada vez em maior número comparecem aos atos com Lula.

Estamos diante da próxima etapa, o início oficial da campanha, em 16 de agosto, com nosso candidato mantendo há mais de um ano a liderança em todas as pesquisas eleitorais. A liderança de Lula reflete a esperança que ele desperta, porque em nenhum momento nos afastamos da verdadeira agenda do povo: enfrentar o desemprego, o custo de vida, a pobreza e a fome. Retomar o crescimento com justiça social, a soberania nacional os direitos da população e a democracia com organização popular.

É com estes compromissos que devemos inaugurar a próxima etapa, determinados a manter e ampliar ainda mais nosso movimento pelo Brasil, conscientes de que enfrentamos um adepto do vale-tudo, do uso ilegal e sem limites da máquina pública, que vem amplificando sua indústria de mentiras numa guerra cada vez mais suja para se manter no poder.

Nessa disputa por corações e mentes, quanto mais ampla e enraizada for a organização social da campanha — os comitês populares, a mobilização em torno do programa, a ocupação crescente das ruas — maior será a possibilidade de conquistar uma grande vitória sobre o bolsonarismo e o neoliberalismo e fechar o espaço para qualquer tentativa de desrespeitar o resultado das urnas.
Aos ataques do bolsonarismo, à escalada da violência política e do discurso de ódio, vamos responder com mais e mais presença de nossa campanha nas ruas, nas redes e nos comícios de Lula pelo Brasil. Vamos responder com mobilização e com a vitória nas urnas. O Brasil precisa de paz e precisa mudar já.

Lula é a esperança do Brasil!*

Fonte: PT

(20/07/2022)

Eleja conscientemente

Ninguém pode eleger um criminoso e depois dizer: eu não sabia

Você não sabia que a tortura é um crime?

Você sabia que a tortura é um crime contra a humanidade?

Você sabe que a homofobia é crime?

Não cabe alegar ignorância. Crime é crime.

Escolher para a presidência da república um criminoso, têm consequências.

Você vai repetir o seu erro?

Se você votou num criminoso no passado, pode aprender e se corrigir.

Trate de ver, pensar, decidir, escolher, conversar, analisar, refletir.

Eleja quem tem valores parecidos com os seus.

Lula e Alckmin representam o setor produtivo deste país.

Quem trabalha deve ter voz e vez.

Não se omita.  Não anule o seu voto.

Eleja conscientemente.

Inversão de valores. O sentido das palavras

Imprescindível retomarmos estes eixos. 
Apologia da violência é crime.
Mentira e difamação como política de estado.Inaceitável.
Não podemos nem devemos silenciar diante do inaceitável.
O país deve retornar ao rumo construtivo.
Quem trabalha deve ser valorizado, valorizada.
Quem trabalhou durante toda a sua vida deve ser respeitado, respeitada.
Não se pode deixar que o país prossiga no rumo da destruição.
A defesa da vida não é uma frase vazia.
Compreende um compromisso concreto com a construção.
O conhecimento, a educação, a arte, a cultura, a produção, a saúde.
O futuro não pode ser cancelado em nome de nada.
A confusão deve ser dissipada.
As palavras possuem significados, provocam efeitos.
Os atos trazem consequências.
É tempo de refazer as opções.
Escolha o melhor.
Quem trabalhou pelo Brasil, pela inclusão social, contra a fome.
Basta de negar a evidência.
A morte não é uma opção. Pelo menos para a pessoa sadia.
Não permita que sigam matando a esperança.
O Brasil tem jeito! Foram muitos anos de quebra da ordem social.
Apologia da tortura.
Estímulo à compra de armas.
O golpe de estado de 2016 nos trouxe de volta o pior da política.
A política do engano.
A inversão de valores
A confusão da consciência.
O enevoamento da percepção e da compreensão.
Devemos voltar para o reto caminho
Reconstrução nacional e social.
Essa é a tarefa!

MPF denuncia militar e legista pela morte sob tortura de militante do PCB em 1975

José Maximino, de 62 anos, morreu de infarto após ser torturado durante dias no DOI-Codi de São Paulo

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra o coronel do Exército Audir Santos Maciel e o médico legista Harry Shibata pelo homicídio de José Maximino de Andrade Netto, militante do PCB, em 1975. Com 62 anos, ele morreu devido a um infarto do miocárdio, “provocado pelas intensas sessões de tortura a que foi submetido”. O caso está na 1ª Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária de São Paulo.

De acordo com a denúncia do MPF, Maximino, um ex-integrante da antiga Força Pública, antecessora da PM, foi retirado de casa, em Campinas (SP), e levado para a capital “sem qualquer mandado de busca ou de prisão”. Na época, o DOI-Codi era comandado por Maciel. Já o médico deveria avaliar o estado dos presos, para que a tortura continuasse ou fosse interrompida. “Ao perceber que a vítima não sobreviveria por muito tempo, Shibata mandou que Maximino fosse retirado do DOI-Codi e abandonado em frente de sua casa, em 18 de agosto de 1975”, diz o MPF. Ele morreu no mesmo dia.

Operação Radar

O Ministério Público que o caso se insere na chamada Operação Radar, que tinha o chamado Partidão como alvo, apesar de a legenda ser contrária à luta armada. “Realizada entre 1973 e 1976, (a operação) resultou na morte de 11 membros do Comitê Central do partido e na prisão de 679 filiados.”

O oficial e o legista (que é alvo de outras denúncias similares) estão sendo denunciados por homicídio duplamente qualificado – por motivo torpe (perseguição política) e com uso de tortura. Além disso, o MPF pede a perda de cargo público de ambos e o cancelamento das aposentadorias.

Fonte: Rede Brasil Atual

 

‘Mentiroso’, ‘caviloso’, ‘desonesto’, diz relator sobre Bolsonaro em último discurso na CPI

Por Gustavo Garcia, Marcela Mattos e Sara Resende, g1 e TV Globo

Para senador Renan Calheiros, presidente agiu ‘como um missionário enlouquecido, para matar o próprio povo’. G1 procurou Palácio do Planalto e aguardava resposta.

No último discurso que realizou na condição de relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) chamou na noite desta terça-feira (26) o presidente Jair Bolsonaro de “despreparado”, “desonesto”, “caviloso” (falso, fingido), “arrogante”, “autoritário”, “homicida”, entre outras adjetivações.

O g1 perguntou à assessoria de Bolsonaro se pretendia se manifestar e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.

Renan Calheiros fez o discurso pouco antes da votação que aprovou por 7 votos a 4 o relatório final da comissão, que acusa Bolsonaro de nove crimes e pede 80 indiciamentos.

Adversário político de Bolsonaro, o senador disse que o governo “sabotou a ciência” e que o presidente agiu como um “missionário enlouquecido para matar o próprio povo”. Segundo ele, as “atrocidades cometidas por esse governo” não serão esquecidas.

O relator da CPI também chamou Bolsonaro de “homicida”, que cultua “carniceiros”, como ditadores latino-americanos e o coronel Brilhante Ustra, apontado como torturador durante a ditadura militar brasileira, e “está ao lado deles”.

“Este relator está sobejamente convencido de que há um homicida homiziado no Palácio do Planalto. Sua trajetória é marcada pela pulsão da morte, pelo desejo de exterminar adversários, de armar a população e cultuar carniceiros assassinos como Brilhante Ustra, Augusto Pinochet, Strossner, Alfredo Strossner, Adolf Hitler e outros infames que completam a galeria tenebrosa de facínoras da humanidade. Bolsonaro está ao lado deles”, afirmou.

Renan Calheiros disse ainda que a CPI cobrará “todas as punições” indicadas no relatório final.

“Nós não esqueceremos. O Brasil é o sétimo país na relação habitantes-percentual de mortes, com 2,819 óbitos por milhão de habitantes.”

No discurso final, o relator também declarou que os integrantes da CPI enfrentaram “as bestas-feras que rugiram, ameaçaram e tentaram intimidar” a comissão, “sem sucesso”.

“Eliminamos a agenda da morte repondo a verdade. O maior mérito dessa CPI foi existir, funcionar e iluminar as catacumbas da inoperância, da má-fé, da desonestidade e da morte. Os responsáveis estão apontados, seus crimes fartamente descritos e tipificados. É preciso a responsabilização penal”, disse o emedebista.

“Passamos aqui mais de 400 horas de reunião defendendo vidas. Essa CPI é histórica e jamais será esquecida”, concluiu Renan Calheiros.

Fonte: G1

(26-10-2021)

Parabéns, relator da CPI da Covid!

Grande é a tentação de expressar, por este meio, a alegria e admiração despertada pelo discurso do relator da CPI da Covid, Renan Calheiros, a respeito não apenas de quem ocupa a presidência da República sem ter qualquer condição para isto, como também no que se refere à imprescindível ação que deva decorrer da comprovação dos crimes fartamente noticiados pela mídia.

Intenção de matar, apologia da tortura, omissão de assistência à população em risco de vida. Isto bastaria para encaminhar um processo de julgamento por crimes contra a humanidade. Não pode haver omissão. O Brasil deve ser capaz de retornar ao quadro das nações civilizadas.

As palavras do relator da CPI ainda merecem o aplauso de quem está incumbido ou incumbida na preservação da vida. Vida não é apenas a manutenção da existência física, mas também a construção e conservação de condições para a plena realização da pessoa humana em comunidade.

Educação, ciência, cultura, consciência, arte, solidariedade, confiança mútua, são todas peças chaves na humanização. Sem isto, é o que o genocídio executa. Não apenas como política de estado, política de morte, mas também no dia a dia, na política cotidiana e doméstica, no cara a cara, cada vez que nos tornamos indiferentes aos efeitos deletérios do discurso do ódio, banalizado pelas mal chamadas redes sociais, verdadeiras potenciadoras da morte diária, em conta-gotas.

Parabéns, relator da CPI da Covid. O Legislativo federal pode refazer seus caminhos tortos, se agir com a contundência que a situação demanda.

CPI quer que Bolsonaro seja julgado em Haia por crimes contra a humanidade

Acusação deve constar do relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL)

A CPI da Covid pretende responsabilizar Jair Bolsonaro por crimes contra a humanidade, levando seu caso para o Tribunal Penal Internacional em Haia, na Holanda. “Integrantes da CPI da Covid se articulam para que uma cópia do relatório final da investigação parlamentar seja enviada ao TPI (Tribunal Penal Internacional), em Haia, na Holanda. Pretendem atribuir ao presidente Jair Bolsonaro condutas que, na avaliação deles, configuram crime contra a humanidade, um tipo penal avaliado pela Justiça internacional”, informa o jornalista Marcelo Rocha, em reportagem publicada na Folha.

“A insistência em tratamentos sem eficácia (o que contribuiu para o elevado número de vítimas da pandemia, mais de 600 mil), o atraso na vacinação e a desassistência aos povos indígenas são algumas das acusações. Levada adiante, avaliam senadores, a estratégia de acionar o TPI tem potencial para ampliar o desgaste à imagem de Bolsonaro no mundo, ainda que não produza resultados jurídicos”, diz ainda o jornalista.

Fonte: Brasil 247

(11-10-2021)

#24J: Manifestações contra Bolsonaro acontecem em mais de 500 cidades e reúnem 600 mil pessoas

Pela quarta vez em menos de dois meses, a população foi às ruas em centenas de cidades no Brasil e no mundo em protesto contra o governo Jair Bolsonaro, pela aceleração do programa de vacinação e em defesa da democracia.

De acordo com o estimativa dos organizadores dos atos, as manifestações reuniram cerca de 600 mil em 509 protestos realizados no Brasil e no exterior, sendo pelo menos 12 capitais estaduais e em Brasília (DF).

Além das principais bandeiras de reivindicação – defesa da democracia e das eleições, contra a propina da vacina e a favor da aceleração da vacinação em todo o país -, mais uma vez estiveram presentes as homenagens aos mais de 540 mil mortos vítimas da covid no Brasil.

A Campanha #ForaBolsonaro, organizada por uma série de entidades da socidade civil e agremiações políticas, ganhou mais capilaridade, evidenciada pelo aumento das cidades em que ocorreram as manifestações, mantendo a mobilização que teve início com o primeiro ato, em 29 de maio deste ano.

 

Em São Paulo, milhares de manifestantes fecharam a avenida Paulista nos dois sentidos. Os manifestantes começaram a se reunir na altura do Masp, no meio da avenida, por volta das 15h.  Por volta das 16h, já ocupavam as duas faixas da avenida até a rua da Consolação, de onde seguiram em direção à praça Roosevelt, no centro da cidade. Até as 19h45, não havia registro de incidentes.

O ato contou com a participação dos ex-candidatos à presidência Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL), que discursaram em carros de som. O vereador Eduardo Suplicy (PT-SP), de 80 anos, também marcou presença, em seu primeiro protesto desde o início do surto de coronavírus.

No Rio de Janeiro, o ato teve início às 10h, com concentração no Monumento Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas, e percorreu os quase quatro quilômetros da via, que é uma das principais da cidade, até a Igreja da Candelária. Segundo as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, a manifestação reuniu 75 mil pessoas.

Durante o ato, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) comentou a presença de militares no governo Bolsonaro e as ameaças de golpe feitas na semana passada pelo ministro da Defesa, General Braga Netto, que afirmou que não haverá eleição em 2022 se não houver o voto impresso.

“Não nos movimentamos sob ameaça. O Congresso Nacional é um poder da República brasileira e vai derrotar o voto impresso, porque o voto impresso não é o voto que o Brasil quer, a urna eletrônica é auditável. Bolsonaro quer deslegitimar as eleições. Vamos fazer a luta política avançar, ela vai avançar nas ruas, no Congresso. Lugar de militar da ativa é no quartel, é nas tropas, não é no governo”, disse Jandira.

No Rio Grande do Sul, o dia ensolarado de inverno fez com que cerca de 100 mil gaúchos – segundo os organizadores – fossem às ruas demonstrar seu descontentamento com o governo federal em mais de 60 cidades.

Os manifestantes também lembraram a ameaça do governo Bolsonaro às eleições de 2022, pontuando o desejo do presidente e de alguns dos seus ministros pela volta do voto impresso. Como o caso do ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, que teria condicionado as próximas eleições à aprovação no Legislativo do voto impresso.

Durante as caminhadas, tanto no Interior quanto na Região Metropolitana de Porto Alegre e na capital, muitas pessoas nos comércios, nas calçadas e nas janelas dos prédios manifestaram apoio às manifestações.

Em Pernambuco os atos ocorreram do sertão ao litoral, incluindo as cidades de Caruaru, Garanhuns, Recife, Palmares, Petrolândia, Petrolina, São José do Egito e Serra Talhada.

Na capital Recife, o ato que contou com a presença de cerca de 30 mil manifestantes, segundo as organizações, teve concentração na Praça do Derby com início às 10h. Às 11h, os manifestantes saíram em caminhada pela Avenida Conde da Boa Vista em direção à Avenida Guararapes.

Já em Fortaleza, capital do Ceará, a manifestação também teve início às 15h na Praça Portugal, no bairro Aldeota. Do local, ela seguiu em direção ao Centro Dragão do mar de Arte e Cultura, no bairro Praia de Iracema. Ao ver a manifestação passar em frente a sua casa, a nutricionista Luiza Teixeira, aproveitou para sair também em apoio ao ato, em uma postura de adesão natural às manifestações que se viu ocorrer em todo país.

Em entrevista ao Brasil de Fato, ela observou que “temos que manifestar nossa opinião porque já são quase 600 mil pessoas mortas por conta dessa pandemia e por conta da negligência desse desgoverno. E eu acho que a gente precisa tirar ele o quanto antes do nosso país porque vai acabar com tudo.”

E concluiu: “Ele está acabando com a nossa saúde, com a nossa existência. Então é importante fazermos isso hoje (o ato) porque é uma forma de mostrarmos nossa indignação”.

Em Brasília, os manifestantes se reuniram no Museu Nacional. “Estamos deixando neste protesto as marcas da liberdade, da democracia. Fora Bolsonaro, o seu lugar é na cadeia. É esse movimento que segue em frente em nome de Marielle, em nome da rainha Tereza de Benguela, em nome de Zumbi, de Dandara, de Margarida Alves e Chico Mendes que vai arrancar a faixa presidencial que está no peito estufado do fascista”, discursou a deputada federal Erika Kokay (PT-DF) durante o ato.

 

 

Em Blumenau (SC), uma faixa resumiu o espírito de quem foi às ruas: “Não tire a máscara. Tire o presidente”

 

Atos pelo mundo

Cidades como Bruxelas, Tóquio, Berlim, Paris, Viena, Londres, Zurique, Freiburg, entre outras, registram manifestações pelo impeachment do presidente. São ao menos 35 cidades no exterior, em 15 países. Nas redes sociais, a hashtag #24JForaBolsonaro figuraram entre as mais comentadas, com engajamento internacional, desde as primeiras horas da manhã deste sábado.

Edição: Vinícius Segalla

Fonte: Brasil de Fato