Gays são perseguidos e torturados no país; crimes não são punidos. Da Cox Newspapers
Na Jamaica um refrão bem popular diz “no problem, mon” (“sem problema, cara”). A não ser que você seja gay, lésbica ou bissexual.
Nesse caso “acontecem muitos problemas”, segundo Karlene, uma mulher de 35 anos que é ativista na capital Kingston co-diretora do Fórum Jamaicano para Lésbicas, Pan-Sexuais e Gays (J-Flag), organização humanitária fundada em 1998.
Karlene –que não se identifica pelo sobrenome com medo de represálias na Jamaica– está em viagem por várias cidades dos Estados Unidos, patrocinada pelo programa da organização americana OUTfront, vinculada à Anistia Internacional, para denunciar a violência homofóbica e constrangimentos que ocorrem na ilha-nação caribenha, tentando buscar apoio por aqui.
Karlene e Gareth, também co-diretor da J-Flag, que igualmente se identifica apenas pelo primeiro nome e que não posa para fotografias, falaram nesta segunda-feira (21/02), no Spelman College em Atlanta, onde eles descreveram o estigma, a intimidação e a violência que, segundo eles, os gays têm que enfrentar na Jamaica.
Ambos os palestrantes descreveram uma situação na ilha que é bem distante do idílico paraíso descrito nas brochuras turísticas.
Karlene, que trabalha para uma empresa de investimentos, disse que tem sido insultada e ridicularizada nas ruas jamaicanas. Ela diz saber de histórias de mulheres jamaicanas que foram estupradas devido a sua condição sexual.
Gareth, 27 anos, estudante na Universidade das Índias Ocidentais, disse que já foi espancado pela polícia e que uma vez testemunhou um linchamento –uma multidão raivosa espancou um homem gay tão furiosamente que ele veio a morrer devido aos ferimentos. Gareth disse que não pôde ajudar, por temer que a multidão viesse a lhe atacar também.
Ele disse que os gays jamaicanos têm sido marginalizados pelas famílias e pelas igrejas, e que perdem seus trabalhos quando sua orientação sexual é revelada. “É um ambiente muito hostil e violento, onde as reações podem ir do ataque verbal até a morte”, disse Gareth. Leia aqui na íntegra.