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Mídia Independente em tempo de guerra

Documentário “Mídia Independente em Tempos de Guerra” (EUA, 2003, 30min – Direção: Amy Goodman)

O filme disseca formidavelmente as notícias transmitidas na mídia tradicional americana no contexto da guerra do Iraque. Dirigido por Amy Goodman, uma das fundadoras do Democracy Now, mídia independente que transmite para mais de 800 TV’s e rádios alternativas nos Estados Unidos, o documentário é um alarme sobre o perigo de estarmos a mercê de um monopólio midiático controlado por grupos e corporações com interesses muito distintos da população mundial.

Independent Mídia in a Time of War é um documentário que todo jornalista honesto, todo estudante, todo ativista e toda pessoa com sede de informação deveria assistir, pois é um chamado para mudarmos esse panorama global e desafiarmos esse monopólio na luta por uma mídia mais independente.

Israel busca pretexto para destruir o Líbano novamente

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Israel está momentaneamente impedido, pelos EUA, de atacar o Irã, seu suposto inimigo. Os americanos estão afundando no Iraque e no Afeganistão e uma guerra contra o Irã neste momento está fora de cogitação. Desta forma, a única alternativa para o “Estado judeu” manter sua hegemonia na região é uma nova guerra contra o Líbano. Um novo ataque ao País dos Cedros é conveniente devido a alguns fatores: o exército libanês é militarmente desprezível; segundo, o ataque proporcionará aos israelenses a revanche pela derrota em 2006 (e foi uma derrota, sim, porque Israel não alcançou nenhum objetivo estratégico declarado ou não); além disto, a ofensiva enfraqueceria supostamente o poder do Irã no Oriente Médio (como se a atuação do Irã no Iraque não fosse suficente para desmoralizar o regime dos aiatolás frente aos árabes).
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Tudo indica que a nova invasão, que provavelmente ocorrerá no verão de 2010, durante a Copa do Mundo de Futebol, na África do Sul, será  a mais devastadora e sangrenta  desde a ofensiva de 1982, a chamada Operação Paz (sic) Para a Galiléia, quando mais de 25 mil árabes foram exterminados pelas tropas de Ariel Sharon, em conluio com milícias libanesas. Este cenário sombrio está sendo montado pelo apoio que os israelenses vem recebendo tacitamente do “Eixo Sunita”, formado pelos governos árabes “moderados” (Arábia Saudita, Jordânia, Marrocos e Egito, ou seja, brutais ditaduras que apóiam os EUA) na luta contra a emergência do Irã como potência regional e, quem sabe, potência nuclear.
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O Irã, por sua vez, tem uma atuação ambígua no Oriente Médio. Suposto inimigo dos EUA e de Israel, permitiu que os americanos invadissem e arrasassem o Iraque e o Afeganistão. Além disto, quando os americanos instalaram um governo fantoche em Bagdá, permitiu que este governo promovesse  uma campanha sangrenta de limpeza étnica contra os árabes (cristãos, sunitas e xiitas nacionalistas), turcomenos e palestinos (cristãos e sunitas), em apoio às políticas balcanizadoras dos EUA e de Israel para “quebrar” o Iraque em 3 territórios étnico-confessionais (processo este denominado de libanização). O regime dos aiatolás também foi totalmente omisso quando Israel invadiu e massacrou milhares de árabes no Líbano e em Gaza, entre 2006 e 2009.  Somente no último grande ataque à Faixa de Gaza, as tropas israelenses assassinaram mais de 1400 palestinos, em 22 dias de ofensiva. Teerã usou os ataques israelenses aos árabes como cortina de fumaça para a limpeza étnica que promove no Iraque e para o desenvolvimento do seu projeto nuclear. Mais de 1 milhão de iraquianos foram exterminados  em decorrência da invasão anglo-americana, apoiada pelo Irã, em março de 2003.
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Israel tem buscado incansavelmente um pretexto para invadir e arrasar o Líbano. Desde a retirada de grande parte do sul do Líbano, em maio de 2000, após mais de 22 anos de guerrilha da resistência árabe (líbano-sírio- palestina), liderada pelo Hizbollah, os israelenses têm violado diariamente o território libanês, invadindo  o país por ar, mar e terra, em  pequenas operações. Numa destas violações gerou represália do grupo armado libanês Hizbollah, permitindo que Israel usasse o contra-ataque libanês como pretexto para promover a invasão de 2006, que exterminou mais de 1200 árabes (libaneses e palestinos),  dos quais mais de 400 vítimas fatais eram crianças.
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Somente em setembro de 2009, realizaram-se mais 25 violações israelenses (10 por mar e 15 por ar) contra o Líbano. Estas ações têm por objetivo gerar uma resposta armada dos libaneses (principalmente do Hizbollah) e, assim, ter o pretexto para uma nova e arrasadora invasão do País dos Cedros (e, quem sabe, anexar o sul do Líbano, um velho projeto sionista). Nenhuma destas provocações e violações da soberania do Líbano tiveram resposta nem da ONU, nem do mundo árabe e, muito menos, do Irã, cujo governo enfrenta brutalmente a oposição desde as eleições presidenciais fraudadas em junho de 2009. Neste mês de outubro de 2009, realiza-se a maior operação conjunta militar de treinamento das forças armadas dos EUA e Israel, para repelir um suposto ataque conjunto da Síria, Líbano (Hizbollah) e Irã.  O objetivo implícito é treinar tropas para a ofensiva no Líbano e intimidar os supostos inimigos. O exercício é também uma forma de dar garantias às ditaduras árabes pró-ocidentais (“moderadas “), que enfrentam graves crises internas.
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Israel é um Estado terrorista e fora-da-lei, mantendo mais de 61 anos de invasão e ocupação de territórios árabe-palestinos, em aliança tácita e tática com potências regionais árabes e não-árabes (Irã e Turquia). Apesar de ser oficialmente um “Estado judeu”, mais de 20% de sua população é árabe. Israel ocupa militarmente os territórios da Cisjordânia (Palestina), Faixa de Gaza (Palestina), as Colinas do Golã (Síria) e as Fazendas de Shebaa (Líbano). A Faixa de Gaza está cercada (por terra, ar e mar) por tropas israelenses, apoiados pelo Egito, desde a retirada dos “colonos” judeus, em agosto de 2005. Somando as populações do todos os territórios sob o poder israelense, a proporção de árabes sobe de 21% para 45%, o que contesta a suposta identidade “judia” de Israel.

Soldados americanos abrem fogo contra jornalista iraquiana

Da France Presse, via Folha Online

Soldados americanos abriram fogo contra uma jornalista iraquiana nesta sexta-feira (2), ferindo-a gravemente, depois que ela se negou a colaborar com um posto de controle em Bagdá, informaram neste sábado o Exército americano e a rede de televisão para a qual ela trabalhava.

Segundo a rede Beladi, a vítima se chama Hadil Imad, tem problemas de audição, e está internada “em estado crítico em uma unidade de tratamento intensivo”. O incidente ocorreu no bairro de Karrada, no centro de Bagdá, indicou o exército em um comunicado. Leia mais clicando aqui.

“As tropas americanas atiraram para cima, mas ela não os ouviu porque tem problemas de audição”, disse Mohsen al Darraji, porta-voz da rede de televisão iraquiana Beladi, onde a jornalista trabalha.

Segundo os militares americanos, a iraquiana “não respondeu aos repetidos avisos, e os soldados dispararam duas vezes contra a mulher”. O Exército explica ainda que a área onde aconteceu o episódio foi recentemente alvo de “atentados com carro-bomba cometidos pela Al Qaeda”.

O canal Beladi, propriedade do ex-primeiro-ministro iraquiano Ibrahim Jafari, condenou o episódio em um comunicado, chamando-o de “crime brutal”, pelo qual responsabiliza as forças americanas.

EUA: Exército recorre cada vez mais a empresas privadas

Do Opinião e Notícia – A Blackwater e a Halliburton são os nomes de empresas privadas mais associados à ocupação do Iraque, mas inúmeras outras têm participado dos espólios de guerra. De acordo com o Escritório de Orçamento do Congresso dos EUA, entre 2003 e 2007 o governo norte-americano gastou US$ 85 bilhões em contratos no Iraque. Os EUA têm um vasto histórico de utilização de empresas privadas para auxiliar nos esforços militares.

Na Guerra da Independência dos EUA, civis vendiam, por exemplo, bacon e açúcar para os soldados. Mas a confiança norte-americana no setor privado nunca foi tão grande. Nos Balcãs, em 1990, o número de empregados de empresas privadas e soldados era praticamente o mesmo, tal como acontece atualmente no Iraque.

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Kosovo rompe con Serbia

Isaac Bigio, http://www.bigio.org

Kosovo está declarando su independencia ante Serbia. EEUU y la Unión Europea avalan ello mientras que Rusia apoya la negativa de su tradicional aliada Serbia pues también teme que eso incentive a que los chechenos y otras nacionalidades suyas a querer escindirse.

Hasta le fecha la ONU ha aceptado la independencia de todas las 23 repúblicas que formaron parte de las ‘federaciones socialistas’ de Yugoeslavia, Checoeslovaquia o la Unión Soviética. Sin embargo, Kosovo nunca fue una república federada sino una provincia. Avalar su separación podría animar a otras regiones a exigir lo mismo en Rusia, Georgia, Moldavia, Sudán, Iraq, Turquía, etc. También podría crear una oleada de nuevos Estados que hagan que la ONU supere los 200 miembros o generar un antecedente para quienes quisieran crear un Estado camba o aymara en los Andes.

Bush, al mismo tiempo que busca que Kosovo sea un nuevo país, se esfuerza en impedir que los kurdos (quienes suman más de diez veces el total de kosovares) escindan a sus aliados en Iraq y Turquía.

Bush mentiu 259 vezes sobre o Iraque

Tribuna da Imprensa, 24/01/2008

WASHINGTON. Um estudo de duas organizações de jornalismo sem fins lucrativos constatou que o presidente George W. Bush e altos integrantes de seu governo emitiram centenas de declarações falsas sobre a ameaça que o Iraque representava para a segurança dos Estados Unidos na preparação para a guerra após os atentados terroristas de 2001.

O estudo concluiu que as declarações “faziam parte de uma campanha orquestrada para efetivamente galvanizar a opinião pública e, no processo, levar a nação à guerra sob definitivamente falsas premissas”. O estudo foi divulgado na noite de terça-feira no site do Center for Public Integrity, que trabalhou conjuntamente com o Fund for Independence in Journalism.

O porta-voz da Casa Branca Scott Stanzel não quis entrar no mérito do estudo, apenas reiterou a posição do governo Bush de que a comunidade internacional via o presidente iraquiano Saddam Hussein como uma ameaça. “As ações tomadas em 2003 (a invasão do Iraque) foram baseadas no julgamento coletivo de agências de inteligência de todo o mundo”, destacou Stanzel.

O estudo contou 935 declarações falsas no período de dois anos. Elas foram encontradas em discursos, entrevistas e em outras situações. Bush e seus colaboradores atestaram inequivocamente em pelo menos 532 ocasiões que o Iraque tinha armas de destruição em massa ou estava tentando produzi-las ou obtê-las e que tinha ligações com a rede terrorista Al-Qaeda.

“Agora ninguém mais contesta que o Iraque não tinha armas de destruição em massa nem tinha laços significativos com a Al-Qaeda”, escreveram Charles Lewis e Mark Reading-Smith num resumo do estudo. “A verdade é que a administração Bush levou a nação a uma guerra com base em informação errônea que ela propagou metodicamente e que culminou com a ação militar contra o Iraque em 19 de março de 2003”.

Foram citados no estudo além de Bush o vice-presidente Dick Cheney, a então assessora de Segurança Nacional Condoleezza Rice, o secretário de Defesa Donald Rumsfeld, o secretário de Estado Collin Powell, o subsecretário de Defesa Paul Wolfowitz e os assessores de imprensa da Casa Branca Ari Fleischer e Scott McClellan.

Bush foi quem deu mais declarações falsas: 259 – 231 sobre armas de destruição em massa no Iraque e 28 sobre ligações de Saddam Hussein com a Al-Qaeda. Em segundo ficou Powell – 224 sobre as armas e 10 sobre a Al-Qaeda. “O efeito cumulativo dessas declarações falsas – amplificadas por milhares de matérias na mídia e transmissões – foi maciço, com a cobertura da mídia criando um ruído quase impenetrável por vários meses críticos antes da guerra”, concluiu o estudo.

“Alguns jornalistas – na verdade, até alguns meios de comunicação como um todo – reconheceram que sua cobertura durante esses meses que precederam a guerra foi demasiadamente respeitosa e acrítica. Muito da cobertura deles ofereceu uma validação adicional, ‘independente’, das falsas declarações da administração Bush sobre o Iraque”, concluiu.

Dezesseis mil médicos abandonaram o Iraque

Do Portal Vermelho com agências

Cerca de 16 mil médicos abandonaram o Iraque no período de quatro anos de ocupação militar principiada pelos Estados Unidos, revelou nesta quinta-feira (8/3) o jornal iraquiano al-Mashraq. O jornal reproduziu um comunicado do sindicato dos médicos, que explica que esse número é quase a metade do total de afiliados ao sindicato.

Após a derrubada do governo do presidente Saddam Hussein, executado em dezembro passado, o ocupante estrangeiro e seus aliados iraquianos tornaram o país instável e colocaram em perigo de morte os cidadãos do país árabe. A área da saúde é uma das mais afetadas pela situação, ao ponto de ter cessado completamente a assistência médica em centenas de aldeias e povoados.

De acordo com a mídia, milhares de profissionais e técnicos de outros setores também emigraram, levando consigo familiares, perante a possibilidade de morrer em fogo cruzado ou em ações da “guerra suja” — executadas por esquadrões da morte ligados ao ministério do Interior do país e que realizam ataques sectários.

Um dos setores mais atingido, além dos profissionais de saúde, é o da educação. O país perdeu mais de 40% dos seus estabelecimentos escolares e centenas de professores foram assassinados em ações dos ocupantes.

Quase 2.000 civis mortos no Iraque em janeiro

AFP

O número de civis mortos em atos de violência no Iraque chegou a 1.992, contra 1.925 em dezembro, segundo um balanço obtido com os serviços de segurança do país.

Os números iraquianos são sempre menores que os anunciados pelas Nações Unidas, que havia registrado 2.914 civis mortos em dezembro. “Um total de 1.992 civis faleceram em atos de violência no Iraque no mês de janeiro”, afirmou uma fonte dos serviços de segurança.

O número foi estabelecido com base em dados anunciados pelo ministério da Saúde.