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O programa social mais desconhecido do Brasil, o 'Bolsa Rico'

 

Imagem: Getty Images

Uma reportagem da BBC Brasil investigou o tema da desigualdade social promovida pela tributação e, veja só que novidade, descobriu que quem paga a conta do Brasil são os mais pobres.
O Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional) denúncia há décadas o problema e possui atualmente uma campanha, o Imposto Justo.
Jornais como o Brasil de Fato e outros meios independentes batem consistentemente nessa tecla há anos.
Mas vamos à BBC Brasil, que trouxe novamente o tema ao debate:
“(…) Reclamar dos impostos é hábito comum da elite brasileira. Mas uma comparação internacional mostra que a parcela mais abastada da população não paga tantos tributos assim. Estudos indicam que são justamente os mais pobres que mais contribuem para custear os serviços públicos no país.”
Dentro do G20 (grupo que reúne as 19 nações de maior economia do mundo mais a União Europeia), o Brasil só perde em “generosidade” com os mais ricos para a Arábia Saudita e a Rússia.
E o mais importante: apesar de a comparação internacional revelar que os brasileiros mais abastados pagam menos imposto de renda, a carga tributária brasileira – ou seja, a relação entre tudo que é arrecadado em tributos e a renda total do país (o PIB) – é mais alta do que a média.
Quem paga, então? “O que está por trás do tamanho da carga tributária brasileira é o grande volume de impostos indiretos, ou seja, tributos que incidem sobre produção e comercialização – que no fim das contas são repassados ao consumidor final.”
E mais: “Se por um lado os benefícios sociais e os gastos com saúde e educação públicas contribuem para a redução da desigualdade, o fato do poder público taxar proporcionalmente mais os pobres significa que ao arrecadar os tributos atua no sentido oposto, de concentrar renda.”
A solução, antiga: “Os quatro especialistas ouvidos pela BBC Brasil defenderam a redução dos impostos indiretos, que penalizam mais os pobres, e a elevação da taxação sobre renda, propriedade e herança.”
A matéria lembra ainda que, dos cerca de 200 milhões de residentes no Brasil, apenas 111.893 pessoas disseram ao Censo de 2010 receber mais de R$ 20 mil por mês.
Fernado Gaiger, um dos autores da pesquisa, afirma que, por conta desse número baixo, o mais importante seria reduzir as possibilidades de descontos no Imposto de Renda.
Hoje, por exemplo, é possível abater do imposto devido gastos privados com saúde e educação. Na prática, explicam os especialistas ouvidos pela BBC, isso significa que “o Estado está subsidiando serviços privados justamente para a parcela da população de maior renda, ou seja, que precisa menos”.
“É o bolsa rico”, diz Gaiger.
Para 2014, a previsão é de que a Receita Federal deixará de arrecadar R$ 35,2 bilhões por causas de descontos e isenções desse tipo. Para se ter uma ideia, os gastos federais previstos para a educação e a saúde neste ano são de R$ 113,6 bilhões.
E o tal “tamanho da carga tributária”? É um problema central, como repetem como papagaios os meios de comunicação neoliberais?
“O tamanho da carga é uma escolha da sociedade. Se as pessoas quiserem serviços públicos universais e benefícios sociais, o recolhimento de impostos terá que ser maior. Se quisermos que o educação e a saúde seja apenas privada, por exemplo, a carga poderá ser menor”, observa Samuel Pessoa, da FGV.
Para ele, a discussão mais importante “não é a redução da carga tributária”, mas “mudar sua estrutura e simplificá-la, para diminuir as desigualdades e reduzir os custos das empresas com burocracia”.
(Comente este texto também pelo Facebook, em http://on.fb.me/1eCDkdT)

O programa social mais desconhecido do Brasil, o 'Bolsa Rico'

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Uma reportagem da BBC Brasil investigou o tema da desigualdade social promovida pela tributação e, veja só que novidade, descobriu que quem paga a conta do Brasil são os mais pobres.
O Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional) denúncia há décadas o problema e possui atualmente uma campanha, o Imposto Justo.
Jornais como o Brasil de Fato e outros meios independentes batem consistentemente nessa tecla há anos.
Mas vamos à BBC Brasil, que trouxe novamente o tema ao debate:
“(…) Reclamar dos impostos é hábito comum da elite brasileira. Mas uma comparação internacional mostra que a parcela mais abastada da população não paga tantos tributos assim. Estudos indicam que são justamente os mais pobres que mais contribuem para custear os serviços públicos no país.”
Dentro do G20 (grupo que reúne as 19 nações de maior economia do mundo mais a União Europeia), o Brasil só perde em “generosidade” com os mais ricos para a Arábia Saudita e a Rússia.
E o mais importante: apesar de a comparação internacional revelar que os brasileiros mais abastados pagam menos imposto de renda, a carga tributária brasileira – ou seja, a relação entre tudo que é arrecadado em tributos e a renda total do país (o PIB) – é mais alta do que a média.
Quem paga, então? “O que está por trás do tamanho da carga tributária brasileira é o grande volume de impostos indiretos, ou seja, tributos que incidem sobre produção e comercialização – que no fim das contas são repassados ao consumidor final.”
E mais: “Se por um lado os benefícios sociais e os gastos com saúde e educação públicas contribuem para a redução da desigualdade, o fato do poder público taxar proporcionalmente mais os pobres significa que ao arrecadar os tributos atua no sentido oposto, de concentrar renda.”
A solução, antiga: “Os quatro especialistas ouvidos pela BBC Brasil defenderam a redução dos impostos indiretos, que penalizam mais os pobres, e a elevação da taxação sobre renda, propriedade e herança.”
A matéria lembra ainda que, dos cerca de 200 milhões de residentes no Brasil, apenas 111.893 pessoas disseram ao Censo de 2010 receber mais de R$ 20 mil por mês.
Fernado Gaiger, um dos autores da pesquisa, afirma que, por conta desse número baixo, o mais importante seria reduzir as possibilidades de descontos no Imposto de Renda.
Hoje, por exemplo, é possível abater do imposto devido gastos privados com saúde e educação. Na prática, explicam os especialistas ouvidos pela BBC, isso significa que “o Estado está subsidiando serviços privados justamente para a parcela da população de maior renda, ou seja, que precisa menos”.
“É o bolsa rico”, diz Gaiger.
Para 2014, a previsão é de que a Receita Federal deixará de arrecadar R$ 35,2 bilhões por causas de descontos e isenções desse tipo. Para se ter uma ideia, os gastos federais previstos para a educação e a saúde neste ano são de R$ 113,6 bilhões.
E o tal “tamanho da carga tributária”? É um problema central, como repetem como papagaios os meios de comunicação neoliberais?
“O tamanho da carga é uma escolha da sociedade. Se as pessoas quiserem serviços públicos universais e benefícios sociais, o recolhimento de impostos terá que ser maior. Se quisermos que o educação e a saúde seja apenas privada, por exemplo, a carga poderá ser menor”, observa Samuel Pessoa, da FGV.
Para ele, a discussão mais importante “não é a redução da carga tributária”, mas “mudar sua estrutura e simplificá-la, para diminuir as desigualdades e reduzir os custos das empresas com burocracia”.
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O Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional) denúncia há décadas o problema e possui atualmente uma campanha, o Imposto Justo.
Jornais como o Brasil de Fato e outros meios independentes batem consistentemente nessa tecla há anos.
Mas vamos à BBC Brasil, que trouxe novamente o tema ao debate:
“(…) Reclamar dos impostos é hábito comum da elite brasileira. Mas uma comparação internacional mostra que a parcela mais abastada da população não paga tantos tributos assim. Estudos indicam que são justamente os mais pobres que mais contribuem para custear os serviços públicos no país.”
Dentro do G20 (grupo que reúne as 19 nações de maior economia do mundo mais a União Europeia), o Brasil só perde em “generosidade” com os mais ricos para a Arábia Saudita e a Rússia.
E o mais importante: apesar de a comparação internacional revelar que os brasileiros mais abastados pagam menos imposto de renda, a carga tributária brasileira – ou seja, a relação entre tudo que é arrecadado em tributos e a renda total do país (o PIB) – é mais alta do que a média.
Quem paga, então? “O que está por trás do tamanho da carga tributária brasileira é o grande volume de impostos indiretos, ou seja, tributos que incidem sobre produção e comercialização – que no fim das contas são repassados ao consumidor final.”
E mais: “Se por um lado os benefícios sociais e os gastos com saúde e educação públicas contribuem para a redução da desigualdade, o fato do poder público taxar proporcionalmente mais os pobres significa que ao arrecadar os tributos atua no sentido oposto, de concentrar renda.”
A solução, antiga: “Os quatro especialistas ouvidos pela BBC Brasil defenderam a redução dos impostos indiretos, que penalizam mais os pobres, e a elevação da taxação sobre renda, propriedade e herança.”
A matéria lembra ainda que, dos cerca de 200 milhões de residentes no Brasil, apenas 111.893 pessoas disseram ao Censo de 2010 receber mais de R$ 20 mil por mês.
Fernado Gaiger, um dos autores da pesquisa, afirma que, por conta desse número baixo, o mais importante seria reduzir as possibilidades de descontos no Imposto de Renda.
Hoje, por exemplo, é possível abater do imposto devido gastos privados com saúde e educação. Na prática, explicam os especialistas ouvidos pela BBC, isso significa que “o Estado está subsidiando serviços privados justamente para a parcela da população de maior renda, ou seja, que precisa menos”.
“É o bolsa rico”, diz Gaiger.
Para 2014, a previsão é de que a Receita Federal deixará de arrecadar R$ 35,2 bilhões por causas de descontos e isenções desse tipo. Para se ter uma ideia, os gastos federais previstos para a educação e a saúde neste ano são de R$ 113,6 bilhões.
E o tal “tamanho da carga tributária”? É um problema central, como repetem como papagaios os meios de comunicação neoliberais?
“O tamanho da carga é uma escolha da sociedade. Se as pessoas quiserem serviços públicos universais e benefícios sociais, o recolhimento de impostos terá que ser maior. Se quisermos que o educação e a saúde seja apenas privada, por exemplo, a carga poderá ser menor”, observa Samuel Pessoa, da FGV.
Para ele, a discussão mais importante “não é a redução da carga tributária”, mas “mudar sua estrutura e simplificá-la, para diminuir as desigualdades e reduzir os custos das empresas com burocracia”.
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Movimento dos Atingidos por Barragens comemora suspensão do aumento nas contas de luz no Paraná

O MAB afirma que a luta continua pelo cancelamento definitivo do aumento nas contas de luz.

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) comemorou nesta segunda-feira (24) à tarde a notícia publicada no Diário Oficial da União, na qual a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) informa a suspensão do aumento das tarifas de energia elétrica no Paraná, para as empresas Copel e Cocel.

Na última quinta-feira (20), a ANEEL havia autorizado um aumento de 14% nos preços das tarifas de energia pela distribuidora Copel, empresa pública que é gerida pelo governo do Estado do Paraná, que entraria em vigor a partir de hoje.

Para o coordenador do MAB, Robson Formica, esta é mais uma vitória do povo. “Esta é uma vitória para toda a população do Paraná que veio com muita pressão popular”, afirma.

Ao lado de outras organizações como a Plataforma Operária e Camponesa para Energia e a Assembleia Popular, o MAB luta há muito tempo pela redução das tarifas de energia, que nos últimos 10 anos subiram muito acima da inflação.

Em 2007 o MAB organizou e estimulou a campanha “O preço da luz é um roubo”, na qual houve a denúncia por todo o país dos preços abusivos na conta de luz.

O aumento das tarifas no Paraná havia sido repudiado e considerado incoerente pelo MAB desde o seu anúncio. No início do ano, a Presidenta Dilma Rousseff havia baixado o preço da energia em 18%, mas em poucos meses a ANEEL já está sinalizando aumentos que podem praticamente anular os descontos anteriores.

Segundo o coordenador do MAB, Robson Formica, o movimento estimulará o povo do Paraná a exigir o cancelamento definitivo do aumento nas tarifas de energia elétrica.

“Vamos lutar para exigir o cancelamento permanente de qualquer aumento na conta de luz. Além disso, iremos puxar lutas por todo o país e mostrar os verdadeiros beneficiados com o atual sistema, como as grandes empresas multinacionais Tractebel-Suez, Duke Energia e a AES e os bancos, que estão tendo um lucro extraordinário há anos”, apontou.

Em São Paulo, por exemplo, a AES (dona da AES Tiete e Eletropaulo), empresa norte-americana, lucrou quase um bilhão de reais, o equivalente a 500 mega senas, no ano passado e todo esse dinheiro foi enviado à matriz da empresa nos Estados Unidos.

Pobres pagam mais

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que, em 2008, quem ganhava até dois salários mínimos pagou cerca de 54% de tributos no ano. Já os que ganharam mais de 30 mínimos recolheu muito menos, 29%. Em outra perspectiva, enquanto os mais pobres trabalham 197 dias para pagar impostos, os mais ricos “ralam” muito menos: 106 dias, ou três meses a menos. A matéria é de Marcone Gonçalves para o Correio Braziliense (01 de junho de 2010)

Com recolhimento concentrado em tributos indiretos e altas alíquotas sobre produtos in natura, o sistema de arrecadação pesa no bolso de famílias de baixa renda, que não entendem a forma de cobrança

No momento em que a reforma tributária começa a aparecer no discurso dos três principais pré-candidatos à Presidência da República, pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revela que o assunto está distante do dia a dia dos eleitores. Embora eles tenham arcado com R$ 1,09 trilhão em tributos para manter o setor público no ano passado, a desinformação é geral. Poucos contribuintes sabem, por exemplo, que o Brasil é um dos países que mais taxam a alimentação (veja quadro), com alíquota média de 16,9%, muito acima dos europeus (5,1%) e dos norte-americanos (0,7%).

A Fiesp entrevistou mil pessoas em 70 cidades, entre 20 e 30 de março, e descobriu que 84% até sabem que parte do dinheiro de suas compras vai parar nos cofres do governo. No entanto, poucos conseguem adivinhar quanto do preço final dos produtos e serviços vem dos impostos. Não mais do que 30% dos entrevistados disseram conhecer o percentual em itens como açúcar, luz elétrica, telefone, leite longa vida, frango, arroz, máquina de lavar roupa, sabão em pó, carne bovina e pão. O detalhe é que, no caso desses itens, os consumidores apontaram valores mais baixos dos que os efetivamente pagos.

A carga tributária brasileira está em torno de 36% do Produto Interno Bruto (PIB), superior à de nações de igual nível de desenvolvimento. Nas mercadorias nacionais, o peso dos tributos varia de zero a 80% do preço pago pelo consumidor. As alíquotas aplicadas a cigarros (80%), bebidas (44%), gasolina (35%) e eletrodomésticos (33%) seguem o padrão internacional. Os alimentos in natura (frutas, legumes e carnes) têm tributação média de 12%. O encargo é de 11% em itens alimentícios que passaram por algum processo industrial. Para comer fora, a taxação é ainda maior, de 16%.

O comerciário Wendel de Souza Maciel, 28 anos, morador de Taguatinga, concorda que faltam informações claras sobre o pagamento de impostos na hora das compras, especialmente sobre alimentos, principais itens de consumo popular. Ele gasta quase 40% da renda mensal para abastecer a despensa e, eventualmente, almoçar fora com a mulher e os três filhos pequenos. A carga tributária ficou mais visível para Maciel na semana passada, depois que um posto vendeu gasolina dando desconto de mais de 30%, correspondente ao valor dos tributos. “Se fazem isso com a gasolina, imagina o quanto não devem cobrar em cima das frutas, da carne, do leite, que a gente compra toda semana”, afirma Maciel.

Serviços públicos
Adriana Alves, 28 anos, mulher de Maciel, admite que a última coisa em que pensa na hora de fazer compras é nos impostos. Ela nem sabe quais tributos incidem sobre os alimentos. O maior peso vem do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), responsável por 43,6% da carga, seguido da contribuição para a Previdência Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), com 21,6%. “É chato lembrar que parte da nossa renda acaba com o governo”, diz. Ela lamenta que o dinheiro que sobra é destinado a despesas que seriam supridas se o governo oferecesse serviços melhores. “Temos que contratar um convênio de saúde particular porque não temos hospital que nos atenda direito.”

O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, explica que o objetivo da pesquisa foi medir o grau de desinformação dos brasileiros. Segundo ele, a classe política e as autoridades do governo jogam uma cortina de fumaça sobre o assunto e sonegam informações para a sociedade. “Eles roubam a sua carteira sem que você perceba. No fim, parece que tudo é grátis, que o governo recebe recursos de uma ordem divina e, então, oferece para a sociedade brasileira”, emenda.

“Os governos têm vergonha de mostrar para a população como arrecadam impostos”, afirma o economista. Para ele, isso explica a recusa estatal em aprovar uma medida determinando que os consumidores recebam, na nota da compra, a informação do quanto pagaram de tributos em cada produto. Para Francini, o dado poderia ajudar a despertar a consciência e o espírito crítico dos eleitores.

O gerente regional da rede de supermercados Comper, Carlos Paes, lastima o fato de as empresas do setor ainda não terem uma política de divulgação dos impostos repassados aos clientes. Segundo ele, uma carga menor resultaria em preços mais baixos e em vendas maiores. “O consumidor não percebe os impostos e sempre reclama que é o supermercado que está caro. Nunca soube de alguém que viesse perguntar sobre a parte de suas compras que vai para o governo”, se queixa.

Efeito regressivo
Os tributos que incidem sobre o consumo e os serviços públicos, como energia elétrica e telefonia, são embutidos nos preços. Por isso, pesam proporcionalmente mais sobre quem ganha menos. É o que se chama de efeito regressivo da tributação. Atualmente, uma família com renda de até R$ 500 geralmente gasta mais de 32% do orçamento com comida, enquanto o percentual fica em torno de 10% para as famílias que ganham acima de R$ 10 mil.

Segundo a presidenta do Centro de Estudos Avançados de Direito Tributário e Finanças Públicas (CEAT), Mary Elbe Queiroz, as pessoas de baixa renda no Brasil são punidas porque o Estado prefere tributar os produtos, depois a renda e, por último, os ganhos de capital. “Em outros países, a ordem é a inversa”, aponta. A pesquisadora considera inócuo o debate sobre a reforma tributária, pois não será possível mudar a estrutura de arrecadação sem que todo a gestão administrativa seja reformulada. “Não será solução, enquanto tivermos um Estado perdulário e ineficiente.”

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que, em 2008, quem ganhava até dois salários mínimos pagou cerca de 54% de tributos no ano. Já os que ganharam mais de 30 mínimos recolheu muito menos, 29%. Em outra perspectiva, enquanto os mais pobres trabalham 197 dias para pagar impostos, os mais ricos “ralam” muito menos: 106 dias, ou três meses a menos.

A professora Meire Pereira de Souza, 29 anos, divorciada, conta que gasta cerca de metade de sua renda com alimentação para ela e o filho de 7 anos. Ela considera impossível não haver cobrança sobre o consumo, mas reclama dos serviços públicos de saúde, segurança e educação. “O valor arrecadado tinha que ser mais justo, com retorno desse dinheiro para a maioria das pessoas”, reclama.

Documentário canadense mostra como foi possível que trabalhadores argentinos demitissem os patrões

(Canadá, 2004, 87min. – Direção: Avi Lewis, Escrito por: Naomi Klein)

Comovente e inspirador, “The Take” mostra a história de operários argentinos, desempregados após anos de políticas neoliberais, que tomam as indústrias falidas, reativando-as.

Única saída para sobreviver, enfrentam os mais diversos setores de poder. Força de vontade, coragem e solidariedade fazem parte da luta desses homens e mulheres. (Sinopse original do docverdade, clique aqui)

* * *
PENSAMENTO
. Dica de @fabioportugal: “A verdadeira dimensão de um homem vem do modo como ele trata quem não pode fazer nada por ele” (Samuel Johnson).

* * *
IMPOSTOS
. RT @millorfernandes Me arrancam tudo à força e me chamam de contribuinte!

* * *
JORNALISTAS ECOLÓGICOS
. O Jornal O Dia na internet publicou hoje uma matéria sobre a tragédia em Niterói destacando o número de mortos, corpos resgatados, a questão das doações de e a busca por doadores de sangue. Mas, estranhamente, o título foi o seguinte: “Tartaruga e papagaio são resgatados com vida do deslizamento no Morro do Bumba”. É mole?!

Tirando essa particularidade, a referida matéria trouxe um dado impressionante: “O Serviço de Meteorologia do Rio registrou no período o maior índice pluviométrico da cidade desde que começou a medição, há mais de 40 anos: 288 mm”. Por mais que os governantes tenham bastante culpa (e têm, como tenho mostrado aqui), é notável a hipótese de que, segundo a informação acima, esta pode ter sido a chuva mais forte do Rio de Janeiro de todos os tempos, pelo fato de que não há critérios anteriores para determinar os índices de mais de 40 anos atrás.

* * *
BOBEIRA DO DIA
. O futebol é um esporte apaixonante e emocionante. O talento dos craques da bola se soma à garra e ao espírito de equipe. Ou não: www.youtube.com/watch?v=B39aA1rw8nk

* * *
JOGADA DO DIA
. Para os mais jovens (do que eu!), fiquem hoje com um dos melhores lances realizados por um goleiro em todos os tempos: Rene Higuita (clique aqui).

Documentário canadense mostra como foi possível que trabalhadores argentinos demitissem os patrões

(Canadá, 2004, 87min. – Direção: Avi Lewis, Escrito por: Naomi Klein)

Comovente e inspirador, “The Take” mostra a história de operários argentinos, desempregados após anos de políticas neoliberais, que tomam as indústrias falidas, reativando-as.

Única saída para sobreviver, enfrentam os mais diversos setores de poder. Força de vontade, coragem e solidariedade fazem parte da luta desses homens e mulheres. (Sinopse original do docverdade, clique aqui)

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PENSAMENTO
. Dica de @fabioportugal: “A verdadeira dimensão de um homem vem do modo como ele trata quem não pode fazer nada por ele” (Samuel Johnson).

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IMPOSTOS
. RT @millorfernandes Me arrancam tudo à força e me chamam de contribuinte!

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JORNALISTAS ECOLÓGICOS
. O Jornal O Dia na internet publicou hoje uma matéria sobre a tragédia em Niterói destacando o número de mortos, corpos resgatados, a questão das doações de e a busca por doadores de sangue. Mas, estranhamente, o título foi o seguinte: “Tartaruga e papagaio são resgatados com vida do deslizamento no Morro do Bumba”. É mole?!

Tirando essa particularidade, a referida matéria trouxe um dado impressionante: “O Serviço de Meteorologia do Rio registrou no período o maior índice pluviométrico da cidade desde que começou a medição, há mais de 40 anos: 288 mm”. Por mais que os governantes tenham bastante culpa (e têm, como tenho mostrado aqui), é notável a hipótese de que, segundo a informação acima, esta pode ter sido a chuva mais forte do Rio de Janeiro de todos os tempos, pelo fato de que não há critérios anteriores para determinar os índices de mais de 40 anos atrás.

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BOBEIRA DO DIA
. O futebol é um esporte apaixonante e emocionante. O talento dos craques da bola se soma à garra e ao espírito de equipe. Ou não: www.youtube.com/watch?v=B39aA1rw8nk

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JOGADA DO DIA
. Para os mais jovens (do que eu!), fiquem hoje com um dos melhores lances realizados por um goleiro em todos os tempos: Rene Higuita (clique aqui).