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Rondônia: Presidente do Ibama desconsiderou recomendação da equipe técnica sobre impactos da usina de Santo Antônio

“Adicionalmente, no decorrer das análises, são apresentadas diversas recomendações específicas aos programas. Na sua grande maioria, são acréscimos identificados por esta equipe técnica, em termos de abordagens metodológicas e ou ações propostas para melhoria do documento em apreço. Estas recomendações, se tratadas isoladamente, podem não configurar impeditivos graves a emissão da licença requerida, mas, no contexto geral, elas são numerosas e expõem uma certa insipiência do PBA frente ao conjunto de impactos levantados na fase de licenciamento prévio.
Diante das considerações aqui expostas, recomenda-se a não concessão da Licença de Instalação ao aproveitamento hidrelétrico de Santo Antônio, pleiteada pelo Consórcio Madeira Energia S.A.”

Por Telma Monteiro:

O texto acima foi extraido da conclusão do documento intitulado “Análise da solicitação da emissão daLicença de Instalação do Aproveitamento Hidrelétrico de Santo Antônio” datado de 08 de agosto de 2008, emitida pela equipe técnica do Ibama. O parecer analisou as informações do Projeto Básico Ambiental (PBA) e incluiu a avaliação do cumprimento das condicionantes específicas contidas na Licença Prévia (LP), concedida pelo Ibama em dezembro de 2007.

Das condicionantes da LP, no total de 30, treze não tinham sido atendidas ou o foram parcialmente. Apesar das reuniões técnicas de emergência realizadas pelos técnicos, aspectos importantes foram desconsiderados pelo PBA, tais como o efeito de remanso e o imprevisível perímetro do reservatório. Havia necessidade de reformar o conteúdo do PBA e proceder a uma avaliação sinérgica dos impactos que hoje se apresentam e que confirmam as preocupações da equipe técnica na ocasião.

Para que a LI pudesse ser concedida a equipe técnica entendia ser imprescindível comprovar no PBA, na forma de detalhamento das ações que deveriam ser executadas, o atendimento às condicionantes da LP. No entanto, o PBA não atendeu aos requisitos e preceitos necessários para compensar os impactos diagnosticados no EIA e nem os demais apontados pelos especialistas e que deveriam ser objeto de programas e ações mitigadoras.

A usina de Santo Antônio, hoje, é uma lição muito dura para a sociedade, pois mostra as duras consequências de uma LI concedida sem o atendimento das medidas mitigadoras e sem o completo diagnóstico dos impactos sociais e ambientais. Porto Velho está sob um “tsunami” de impactos causados por negligência e descumprimento das condicionantes das licenças ambientais.

Na época, o então presidente do Ibama, Roberto Messias Franco, sem justificativa alguma e sem tomar conhecimento do parecer da equipe técnica, assinou a LI com outras 48 condicionantes que recomendavam novos diagnósticos, programas, subprogramas, monitoramentos e previsão de objetivos. Todas as condicionantes somadas pelas duas licenças, que até hoje não se sabe se foram cumpridas, serviram apenas como trampolim para a Licença de Operação (LO). Essa foi outra transgressão da legislação ambiental.

No Pará, a construção da usina de Belo Monte caminha para o mesmo destino.

Sem saber que estava sendo gravado, Diretor do IBAMA reconhece intenção de exterminar índios

Sem saber que estava sendo gravado, Diretor do IBAMA reconhece intenção de exterminar índios

Em entrevista a uma equipe de TV da Austrália, sem saber que estava sendo filmado, o presidente do IBAMA, Curt Trennepohl, sugeriu que o Brasil faria com os índios a mesma coisa que a Austrália fez com os aborígenes, população nativa do país da Oceania que foi praticamente extinta do continente por colonos britânicos em campanhas de extermínio no século 19.

A TV fazia uma reportagem sobre a licença de instalação da usina de Belo Monte, assinada por Trennepohl. Indagado pela repórter se sua função seria de “cuidar do ambiente”, ele respondeu: “Não, meu trabalho é minimizar os impactos”.

Irritado com o tom recriminatório adotado pela jornalista, Trennepohl rebateu: “Vocês têm os aborígenes lá e não os respeitam”. Ouviu de réplica: “Então vocês vão fazer com os índios a mesma coisa que nós fizemos com os aborígines?”, para em seguida confirmar: “Sim, sim”.

Assista ao vídeo aqui.

(Com Bahia Notícias)

Sem saber que estava sendo gravado, Diretor do IBAMA reconhece intenção de exterminar índios

Em entrevista a uma equipe de TV da Austrália, sem saber que estava sendo filmado, o presidente do IBAMA, Curt Trennepohl, sugeriu que o Brasil faria com os índios a mesma coisa que a Austrália fez com os aborígenes, população nativa do país da Oceania que foi praticamente extinta do continente por colonos britânicos em campanhas de extermínio no século 19.

A TV fazia uma reportagem sobre a licença de instalação da usina de Belo Monte, assinada por Trennepohl. Indagado pela repórter se sua função seria de “cuidar do ambiente”, ele respondeu: “Não, meu trabalho é minimizar os impactos”.

Irritado com o tom recriminatório adotado pela jornalista, Trennepohl rebateu: “Vocês têm os aborígenes lá e não os respeitam”. Ouviu de réplica: “Então vocês vão fazer com os índios a mesma coisa que nós fizemos com os aborígines?”, para em seguida confirmar: “Sim, sim”.

Assista ao vídeo aqui.

(Com Bahia Notícias)

A cruel honestidade do Presidente do IBAMA

Roberto Malvezzi (Gogó)

Finalmente alguém no poder é honesto em suas declarações. Quando Curt Trennepohl, presidente do IBAMA, disse a jornalista australiana que seu trabalho “não é cuidar do meio ambiente, mas minimizar os impactos” e que o Brasil vai fazer “com os índios o que os australianos fizeram com os aborígenes” (F.S.P 15/07/11), foi de uma honestidade rara e cruel. A declaração é um horror, uma proclamação de genocídio.

Porém, é o que está diante de nossos olhos todos os dias. A tarefa do IBAMA é tentar pôr remendo novo em pano velho, isto é, amenizar os estragos feitos pelas grandes obras, seja de iniciativa particular ou oficial. A prevenção e a precaução não fazem parte do roteiro governamental.

A CPT, juntamente com o CIMI, sabe que anda muito só ultimamente nas suas lutas pelo campo. As populações mais vitimadas pelo modelo atual, e pelo governo atual, são exatamente os indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. Os Movimentos da Via Campesina se defendem melhor, até por sua proximidade com o governo. Porém, na hora da luta concreta, as comunidades tradicionais estão enfrentando uma solidão cósmica.

Porém, a honestidade do Ministro não anula a dimensão cruel, anti-humana, que permeia a política desenvolvimentista atual. Antes, a prerrogativa do sacrifício humano pertencia às religiões. Os que têm descendência bíblica acabaram com essa crueldade quando o Deus bíblico não permitiu que Abraão sacrificasse Isaac. Ele não precisava do sacrifício humano, embora judeus e cristãos depois tenham sacrificado multidões ao longo dos séculos. Mas, Astecas, Incas e outras tradições religiosas sacrificaram pessoas enquanto seus impérios duraram.

Hoje a prerrogativa do sacrifício humano pertence ao capital. Ele decide quem deve morrer. E quem morre são indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e o meio ambiente.

Se quisermos manter um pingo de dignidade humana, devemos nos afastar não só da direita, mas também das esquerdas que aceitam o sacrifício humano em nome do desenvolvimento, da revolução, ou de qualquer outra causa onde a vida humana seja o combustível.

Na luta contra as mudanças no Código Florestal, Belo Monte, Transposição, enfim, contra o modelo predador imposto, podemos identificar perfeitamente quem é quem no Brasil de hoje.

Complexo Hidrelétrico de Belo Monte, um completo desastre ecológico, é repudiado até por técnicos do governo

Votou à pauta da imprensa a tentativa do governo de construir, a qualquer custo, o Complexo Hidrelétrico de Belo Monte.

O grupo Avaaz lembrou em comunicado que o Presidente do IBAMA se demitiu no início deste ano devido à pressão para autorizar a licença ambiental de um projeto que especialistas consideram um completo desastre ecológico.

Complexo Hidrelétrico de Belo Monte, um completo desastre ecológico, é repudiado até por técnicos do governo

A mega usina de Belo Monte, informam, iria “cavar um buraco maior que o Canal do Panamá no coração da Amazônia, alagando uma área imensa de floresta e expulsando milhares de indígenas da região”. As empresas que irão lucrar com a barragem estão tentando atropelar as leis ambientais para começar as obras em poucas semanas. A mudança de Presidência do IBAMA poderá abrir caminho para a concessão da licença.

O novo presidente do IBAMA apoia o projeto, mesmo que técnicos do governo tenham dado parecer contrário.

Custo alto, pouco retorno e muitos prejuízos

Nesta semana, uma decisão do Instituto autorizou o início da construção da usina, no Rio Xingu, o que deve gerar uma nova ação judicial. Em novembro de 2010, o Ministério Público Federal (MPF) no Pará recomendou que nenhuma licença fosse concedida até que as condicionantes fossem cumpridas. O custo dessas contrapartidas está avaliado em R$ 1,5 bilhão.

O procurador da República no estado, Ubiratan Cazetta, alerta que é preciso preparar a região de Altamira para receber aproximadamente 100 mil pessoas que serão atraídas pela obra. Atualmente, a população da cidade está estimada em 90 mil pessoas.

Em agosto de 2010, após a assinatura do Decreto de Outorga e o Contrato de Concessão da UHE Belo Monte com o Consórcio N/Morte Energia no Palácio do Planalto, um manifesto assinado por mais de 50 entidades representativas repudiou o processo de aprovação do projeto, que foi feito antes mesmo do Ibama ter concedido a Licença de Instalação à obra.

Por lei, esta licença deve anteceder o processo de licitação (artigo 4 da resolução 006 do CONAMA). Além disso, a assinatura foi feita enquanto ainda tramitam na Justiça 15 Ações Civis Públicas contra a Licença Prévia, contra o leilão e por violação de Direitos Humanos e Constitucionais das populações ameaçadas.

A Avaaz convocou uma manifestação a partir da assinatura de uma petição de emergência para Dilma parar Belo Monte. O documento será entregue em Brasília, após a obtenção de 150.000 assinaturas, e está disponível em http://www.avaaz.org/po/pare_belo_monte?fp

Vistoria mostra que condicionantes de Belo Monte ainda não foram cumpridas

O Ministério Público Federal esteve na última quarta-feira (15/12) na comunidade de Belo Monte, entre os municípios de Vitória do Xingu e Anapu, uma das que será impactada pelo projeto da usina hidrelétrica no rio Xingu, para vistoriar obras de água e esgoto que fazem parte das condicionantes obrigatórias do projeto.

Os técnicos do MPF encontraram apenas um poço perfurado em Vitória do Xingu, que não está produzindo água suficiente. O outro poço, no lado de Anapu, por ter sido perfurado muito perto de uma área residencial, pode estar contaminado.

As obras de distribuição da água ainda estão em fase de escavações. Além dos dois poços, um posto de saúde teve as obras iniciadas. O outro posto de saúde e as salas de aula previstas como condicionantes não começaram a ser construídos.

“Essas obras são as únicas de que se tem notícia para mitigar os impactos na região. Por isso fomos lá conferir e confirmar que são insuficientes para emissão da licença de instalação”, explica o procurador da República Claudio Terre do Amaral, que acompanha o cumprimento das condicionantes do empreendimento de Belo Monte para assegurar que ações preparatórias sejam feitas na região antes que os severos impactos da obra sejam sentidos pela população.

Condicionantes em questão

Estimativas extra-oficiais apontam que o simples anúncio da obra em 2010 já atraiu cerca de 8 mil pessoas em busca de emprego para a cidade de Altamira, a maior da região. A atração populacional pode causar um colapso nos já precários sistemas de abastecimento, saneamento, saúde e educação.

É para evitar esse tipo de colapso que a legislação brasileira determina rigor no rito de licenciamento ambiental: o empreendimento só é considerado viável se cumprir uma série de condições e só após o cumprimento dessas condições é concedida a permissão de instalação. No caso de Belo Monte, são 40 condicionantes impostas pelo próprio Ibama para que projeto tenha viabilidade social e ambiental.

O licenciamento ambiental brasileiro é definido pela Resolução nº 237/97 do Conselho Nacional do Meio Ambiente e ele prevê três etapas para o licenciamento: Licença Prévia, em que se verifica a viabilidade ambiental; Licença de Instalação, que permite o início das obras; e Licença de Operação, que permite o funcionamento do empreendimento causador de impacto.

O MPF teme que o governo federal repita, no entanto, a mesma ilegalidade que cometeu nas hidrelétricas de Rondônia, quando foi criada uma licença inexistente na lei, apenas para instalação de canteiros de obras. “A instalação dos canteiros é a instalação da obra em si, não há como falar em separar as duas coisas. Além de ilegal, se essa licença for concedida, é uma imensa irresponsabilidade do Ibama”, avalia Felício Pontes Jr.

Saiba mais em www.xinguvivo.org.br

Atingidos por Barragens ocupam hidrelétrica em Foz do Chapecó

Mais de 450 atingidos por barragens e agricultores organizados na Via Campesina ocuparam hoje (26/7) a hidrelétrica de Foz de Chapecó, situada no rio Uruguai, na divisa dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O objetivo da ação é reivindicar os direitos que estão sendo negados aos atingidos por barragens pelas empresas privadas do grupo CPFL (Votorantin, Bradesco e Camargo Correa).

No último dia 31 de junho, o Ministério Público Federal proibiu o IBAMA de emitir a Licença Ambiental da Operação – LAO da hidrelétrica, pois mais de 60% da vegetação não foi retirada da área onde se formará o lago da barragem. De acordo com os atingidos, caso essa vegetação não seja retirada, ocasionará um enorme impacto ambiental na qualidade da água. Além disso, na jusante, o rio Uruguai ficará sem água (vazão reduzida) em um trecho de mais de 23 KM.

Segundo Rudinei Cenci, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, a construção da Hidrelétrica não trouxe desenvolvimento como prometido pela empresa construtora da obra. “Para os atingidos e os municípios ela gerou desestruturação econômica, social e ambiental, pois atingiu mais de 3 mil famílias, sendo que mais de 300 famílias estão com os direitos totalmente negados”, afirma Cenci.

Para o agricultor Airton Cristiuk, atingido pela hidrelétrica, a empresa está criminalizando o povo atingido. “Fui despejado com um grande aparato policial de minha própria casa, de minha terra e não tenho mais pra onde ir. Por isso, hoje estou, juntamente com mais de 15 famílias, alojado no ginásio do município de Rio dos Indios”, diz o agricultor.

Setor de Comunicação
Contatos:
Secretaria MAB- 49-33255137
Rudinei – 49-91499056
Evanclei – 49-91333531
E-mail: mab_sul@mabnacional.org.br
MAB Nacional: http://www.mabnacional.org.br

Ex-dirigente do Ibama em apuros

Do Correio Braziliense

O Ministério Público Federal em Brasília abriu uma ação civil pública contra Flávio Montiel da Rocha, ex-diretor do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), acusado de desviar recursos de financiamentos internacionais. Baseada em relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU), a procuradora da República Raquel Branquinho acusa o ex-dirigente de utilizar R$ 42 milhões da União e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para fazer contratações irregulares, fraudar licitações e realizar compras superfaturadas. O MPF pediu também ao Ministério das Relações Exteriores maior controle na aprovação de projetos desta natureza.

Na ação, Raquel Branquinho relata auditoria feita pela Secretaria Especial de Controle, que já havia constatado falta de monitoramento de despesas de reembolso e adiantamentos na aquisição de combustível e de passagens aéreas, na contratação de consultores, entre outras irregularidades. Todos os técnicos contratados com recursos do Pnud, segundo a procuradora, eram pessoas indicadas pelo ex-diretor do Ibama, muitas vezes sem comprovar habilidade na sua área de atuação. “Grande parte dos projetos limitava-se a textos copiados da internet, monografias já apresentadas e transcrição de legislação”, descreve Raquel Branquinho, em seu relatório.

Além da ação, a procuradora da República encaminhou ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, uma recomendação para que a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) — encarregada de fiscalizar projetos com organismos internacionais — evite aprovar propostas que contrate serviços terceirizados, como a contratação de pessoal.

Ativistas sociais protestam contra Belo Monte em frente à sede do Ibama no Rio de Janeiro

De acordo com a decisão do Ibama de conceder a licença prévia para a construção da UHE de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, considerando todos os povos da bacia do Xingu, o respeito à legislação ambiental brasileira e a floresta amazônica, ativistas sociais convidam a todos a participar de uma manifestação pacífica e independente, no dia 24 de fevereiro, às 10h, em frente à sede do Ibama, no Rio de Janeiro, que fica na Praça XV de Novembro, 42, centro da cidade.

Para o movimento, Belo Monte será um dos maiores crimes ambientais da história do Brasil! E solicita aos participantes que levem sua indignação, buzinas, tambores, nariz de palhaço, panelas para fazer barulho em frente à sede do Ibama e mostrar que a sociedade civil não venderá barato essa decisão! Dia 24 de fevereiro, às 10h, no Ibama/RJ!

Clique na imagem para ler mais sobre o caso.