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'Vamos matar todo mundo', sugere participante do 'Big Brother' como solução para o fim da aids

No entendimento da 'brother' Angela, a aids se proliferou porque um 'idiota' transou com um macaco, sendo a solução final a morte de todos os que contraíram o vírus HIV. (Foto: Divulgação)
No entendimento da ‘brother’ Angela, a aids se proliferou porque um ‘idiota’ transou com um macaco, sendo a solução final a morte de todos os que contraíram o vírus HIV. (Foto: Divulgação)

A Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS (RNP+ Brasil) lamentou neste domingo (16), por meio de nota, o comentário de Angela, participante do Big Brother, na sexta-feira (14) sobre a pandemia de HIV/AIDS.
Em meio a uma conversa sobre o tema, Angela soltou: “Vamos matar todo mundo”. Depois de um rápido silêncio constrangedor, ela acrescentou que, em seu entendimento, “um idiota” teria feito sexo com um macaco e posteriormente disseminado o vírus.
A RNP+ Brasil observou que a Rede Globo não pediu explicações a ela – como fez em outras ocasiões com afirmações descabidas – e se disse preocupada com os comentários, em um meio que forma a opinião de milhares de telespectadores em todo o país.
“A RNP+ Brasil lamenta profundamente que a Rede Globo tenha se omitido no cumprimento de seu papel social, contribuindo para aprofundar o preconceito, a discriminação e prestando um desserviço às pessoas que vivem com HIV e AIDS”, disse a RNP+.
“Lamentamos ainda que o apresentador do programa, em respeito à sua longa amizade com o cantor e compositor Cazuza, vítima mortal da AIDS, não tenha se sensibilizado com a frase infeliz da participante do reality show”, observou o grupo.
Assista abaixo ao comentário e acesse em seguida a nota na íntegra da RNP+ Brasil.

“RNP+ BRASIL LAMENTA QUE A REDE GLOBO PRESTE DESSERVIÇO À SAÚDE DE MILHARES DE BRASILEIROS
Emissora deveria informar ao invés de reforçar o preconceito e a discriminação às pessoas com HIV
“Vamos matar todo mundo.” Com a frase, uma participante do Big Brother Brasil 14 sugeriu que se acabasse com a epidemia de HIV/AIDS no planeta. Transmitida em rede nacional pela Rede Globo na sexta-feira, 14 de março, a sugestão da pena de morte às pessoas que vivem com HIV e AIDS, acompanhada da informação de que “um idiota” teria feito sexo com um macaco e posteriormente disseminado o vírus, sem que a emissora tivesse pedido explicações a ela – como fez em outras ocasiões com afirmações descabidas –, preocupa a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS (RNP+ Brasil) ao formar a opinião de milhares de telespectadores em todo o país.
A pandemia de HIV/AIDS eclodiu no início dos anos 1980, acompanhada de preconceito, discriminação e uma sentença de morte às suas vítimas. A partir de 1996, a introdução da terapia antirretroviral – combinação (coquetel) de medicamentos – tem aumentado paulatina e significativamente a expectativa de vida das pessoas infectadas pelo HIV, chegando-se a que, na atualidade, para as pessoas que contraíram o vírus por via sexual, com diagnóstico e tratamento oportunos, a expectativa de vida é similar àquela das pessoas sem HIV.
Milhares de cidadãs e cidadãos em todo o Brasil têm HIV e não sabem; significativa parcela destes brasileiros deve chegar aos serviços de saúde com complicações provocadas pela AIDS, síndrome que se instala no organismo de quem tem o vírus HIV, não conhece o diagnóstico e não recebe tratamento.
Recentemente, pesquisas científicas têm mostrado que essas mesmas drogas podem impedir que o vírus instale-se no organismo de um indivíduo possivelmente infectado pelo vírus, se em até 72 horas depois da ocorrência sexual ou profissional procurar um serviço de saúde e tomar o coquetel por um mês.
Adotada há alguns anos pelo Ministério da Saúde em todo o Brasil, essa estratégia é chamada de profilaxia pós-exposição (PEP). Outro estudo, sobre a profilaxia pré-exposição (PrEP), sugere combinar o coquetel ao uso de preservativos para reduzir expressivamente a infecção em populações mais vulneráveis ao vírus, como jovens em fase escolar e adultos em idade de alta produtividade no trabalho.
Atualmente, sabe-se que pessoas com HIV que tomam seus antirretrovirais regularmente têm chance desprezível de infectar suas parcerias sexuais. A estratégia do tratamento como forma de prevenção (TcP) da transmissão do HIV começa a ser implantada no Brasil. A circuncisão masculina tem elevada eficácia na proteção da infecção para homens heterossexuais.
Baseados em evidências, pesquisadores em todo o mundo têm afirmado que essas novas tecnologias de prevenção e de tratamento podem acabar com a transmissão do HIV em até 50 anos.
A RNP+ Brasil lamenta profundamente que a Rede Globo tenha se omitido no cumprimento de seu papel social, contribuindo para aprofundar o preconceito, a discriminação e prestando um desserviço às pessoas que vivem com HIV e AIDS. Lamentamos ainda que o apresentador do programa, em respeito à sua longa amizade com o cantor e compositor Cazuza, vítima mortal da AIDS, não tenha se sensibilizado com a frase infeliz da participante do reality show.
Em nome das pessoas que vivem com HIV e AIDS no Brasil, de seus pais e de seus filhos – que ficariam órfãos com a eliminação de seus pais soropositivos –, a RNP+ Brasil pede que a Rede Globo de Televisão se esforce para corrigir a declaração da participante de seu programa de entretenimento.
Criada em 1995 no Rio de Janeiro, a RNP+ Brasil tem atuação em todos os estados e no Distrito Federal, nos quais participa de conferências e conselhos de saúde, bem como na proposição e monitoramento de políticas públicas de saúde. Acreditamos que contribuímos para o controle da transmissão do HIV e para a eliminação da epidemia de AIDS no Brasil. Até que a cura torne-se uma realidade e não a eliminação das pessoas que vivem com HIV e AIDS.
Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS, 16 de março de 2014.”
Saiba mais sobre a RNP+ Brasil em www.rnpvha.org.br

AIDS: Entre a prevenção e a censura

No artigo “A prevenção à AIDS no governo Dilma e a censura dos vídeos da campanha do Carnaval de 2012”, os pesquisadores Jorge Beloqui, do Grupo de Incentivo à Vida (GIV), e Veriano Terto Jr, da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA), analisam uma série de episódios de censura do governo federal às campanhas governamentais de prevenção à AIDS, em especial a recente campanha de prevenção para o carnaval de 2012.

Segundo eles, tais atos de censura devem ser conhecidos e debatidos pela opinião pública e devem ser confrontados por todos aqueles que lutam por uma saúde sexual de qualidade e pela promoção e garantia dos direitos sexuais. “O silêncio e a omissão nestes casos poderão significar retrocessos, não só na resposta ao HIV/AIDS, mas também a toda uma série de possíveis avanços e conquistas na defesa e promoção dos direitos sexuais e no caráter laico do estado brasileiro”.

Clique aqui para ler o artigo A prevenção à AIDS no governo Dilma e a censura dos vídeos da campanha do Carnaval de 2012.

Veja abaixo o vídeo censurado:

E o que foi veiculado:

Médicos afirmam na Alemanha que curaram homem soropositivo por meio de transplante de células-tronco

(Com FoxNews.com)

Médicos na Alemanha acreditam que um homem de 42 anos foi curado de HIV após ter recebido um transplante de células-tronco em 2007, apontou a revista médica “Blood”.

Timothy Ray Brown, um homem norte-americano soropositivo que vive na Alemanha, tinha leucemia e estava em tratamento quimioterápico, quando recebeu um transplante de células-tronco de um doador carregando uma rara mutação genética herdada, associada com um risco reduzido de HIV.

O transplante surgiu para acabar com ambas as doenças, dando esperança aos médicos. O caso de Brown foi publicado em uma edição de fevereiro de 2009 do New England Journal of Medicine.

“O paciente está bem”, afirmou o Dr. Gero Hutter, que tratou Brown, da Charite Universitatsmedizin de Berlim, na Alemanha, em 2009. “Hoje, dois anos depois de seu transplante, ele ainda está sem sinais da doença pelo HIV e sem medicação antiretroviral”.

Leia em inglês via FoxNews e no New England Journal of Medicine clicando aqui.

Leia mais sobre as células-tronco no site do Ciência Viva.

Precisamos de uma revolução preventiva

“Apenas um a cada 3 jovens tem pleno conhecimento de como é transmitido o vírus HIV. Precisamos de uma revolução preventiva. Faça parte: www.facebook.com/UNAIDS