Arquivo da tag: Fukushima

Desvio de recursos públicos debilitou segurança de Angra 3!!!

Nunca magnifiquei as denúncias de corrupção, por considerar que se trata de um mal inerente ao capitalismo, daí a impossibilidade de erradicá-lo enquanto não dermos um fim à exploração do homem pelo homem e à ganância desmedida que ela desencadeia (até lá, cruzadas como a do juiz Sérgio Moro enxugarão gelo, fazendo apenas a incidência do delito diminuir momentaneamente); e por jamais perder de vista que, na ponta do lápis, o sistema capitalista em si é muito mais prejudicial aos trabalhadores do que os mensalõespetrolões e eletrolões já desmascarados e todos os outros que sabemos existirem.

Mas, a coisa muda de figura se, por causa da corrupção, milhões de brasileiros estiverem sendo ameaçados de morte terrível. 

 

Então, peço que todos leiam com máxima atenção a denúncia abaixo de Chico Whitaker, membro da Comissão Brasileira Justiça e Paz, da Coalizão por um Brasil Livre de Usinas Nucleares e detentor do  “Prêmio Nobel Alternativo” da Right Livewood Award, que lhe foi conferido pelo Parlamento Sueco em 2006.

Com um adendo: vazou material radioativo da usina de Angra 2 em 15 de maio de 2009, mas a população só ficou sabendo 11 DIAS DEPOIS (!!!), tempo necessário para a situação ser recolocada sob controle. É como se administram tais crises por aqui: para que não sejam prejudicados os negócios, fazem-se apostas temerárias com a vida dos brasileiros, deixando-se de evacuar as vítimas potenciais!

MISTURA EXPLOSIVA.

Por Chico Whitaker

A prisão do presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, lançou novas luzes sobre a corrupção. Nas usinas nucleares, ela é um delito maior que o desvio de recursos públicos. Em Angra 3, p. ex., a caixa-preta da obra nos diz que, para desviá-los, esqueceu-se a exigência fundamental da segurança.

Essa tecnologia para obter eletricidade se apoia em três mitos, sempre repetidos: é a mais limpa, a mais barata e a mais segura.

Os dois primeiros são facilmente desmontáveis. É limpa uma tecnologia que cria enormes quantidades de lixo radioativo, a ser “escondido” por milhares de anos? É barata se forem somados os custos dos depósitos de lixo, do desmantelamento das usinas ao final da sua validade, das sempre novas exigências de segurança? Custa pouco a assistência às vítimas de acidentes?

O terceiro mito é perigoso. Não existe obra humana 100% segura. Falhas de projeto, de material, dos operadores e interferências externas provocam acidentes de gravidade variável. Há os chamados acidentes severos, com derretimento do reator e explosão da usina, que dispersam no meio ambiente toneladas de partículas radioativas (como o césio-137, 19 gramas do qual apavoraram Goiânia em 1987).

Quem defende o nuclear diz que sua probabilidade é mínima, pois são muitos os cuidados tomados. Mas podemos afirmar que, se ocorrerem, serão catastróficos –haja vista Chernobil, em 1986, e Fukushima, em 2011. A caixa-preta de Angra 3 revelou que lá tais cuidados não foram tomados, mas sim empurrados para o lado.

O projeto de sua construção (o mesmo de Angra 2) é dos anos 1970. Não foi atualizado com as normas de segurança da Agência Internacional de Energia Atômica após os acidentes de Three Mile Island, nos EUA, em 1979, e de Chernobil, sete anos depois, na União Soviética.

Engenheiros da Comissão Nacional de Energia Nuclear deram o alerta, mas foram calados. Seu parecer técnico foi desconsiderado. O Ministério Público Federal soube disso e fez exigências. Essas dúvidas imporiam uma revisão do projeto, atrasando e talvez até inviabilizando a obra. A resposta foi quase cínica: atenderiam às exigências, mas depois de terminada a obra.

Em maio de 2010, Angra 3 foi licenciada e conseguiu-se arquivar uma Ação Civil Pública do Ministério Público Federal que pedia a sua nulidade. Propinas tinham sido pagas desde 2009, antes mesmo da licença. Qual punição merecem os autores de tão tenebroso conluio?

 

Os jornais criariam pânico se dessem a esse escândalo mais espaço do que a simples notícia de corrupção? Pode ser. Mas os turistas e moradores da região, do vale do Paraíba, do sul de Minas, do Rio e de São Paulo ignoram o perigo de uma explosão das usinas, com ventos levando partículas radioativas a suas casas. Como em Chernobil, quando uma nuvem cobriu a Europa.

Não seria melhor se os potenciais atingidos tomassem consciência disso e agissem para evitá-lo? Em vez de esconder a ameaça, deveríamos parar Angra 3, rever seu projeto e desmontar Angra 2. A usina de Grafenrheinfeld, na Alemanha, referência de ambas, está sendo desmontada, como todas daquele país.

A segurança nuclear é uma exigência ética. Ninguém tem o direito de ignorar os riscos da manipulação do átomo.


OUTROS POSTS RECENTES DO BLOGUE NÁUFRAGO DA UTOPIA (clique p/ abrir):

“F…-se o mundo!” deixou de ser gracejo

Primeiro vieram os alertas de que as alterações climáticas convulsionariam o planeta, ameaçando a própria sobrevivência da espécie humana.

Depois, os que lucram com as práticas causadoras do aquecimento global e da dilapidação de recursos essenciais para continuarmos a existir, contra-atacaram com uma verdadeira blietzkrieg de propaganda enganosa.

 No capitalismo todos se vendem, até cientistas. Então, não foi difícil encontrar quem preferisse um bom saldo bancário do que boas perspectivas para  os pósteros. É a velha história do “eu não me chamo Raimundo”. Mesmo quando “f…-se o mundo!” deixou de ser gracejo, tornando-se possibilidade concreta.

Veio Fukushima e poucos notaram que as inundações e terremotos causados pelos distúrbios do clima poderão ter efeito semelhante em qualquer usina nuclear do planeta. São bombas-relógio que armamos para nós mesmos.  Passamos tanto tempo temendo que o fim do mundo viesse com as superpotências iniciando uma guerra atômica e não nos demos conta de que a radiação poderá se abater sobre nós… por acaso.

Mas, os grandes poluidores e os grandes devastadores continuam auferindo grandes lucros. Já as chances de haver um século 22 deixaram de ser grandes e diminuem cada vez mais.

E ainda há quem acredite que uma campanha eleitoral deva centrar-se em miudezas paroquiais, quando deveríamos, isto sim, estar tentando deter a marcha da insanidade, na economia e no clima.

Eis um novo alerta, desta vez do colunista Marcelo Leite, da Folha de S. Paulo. Faz lembrar um filme agourento do mestre Robert Altman, Quinteto (1979), sobre os estertores da humanidade sob uma nova Era Glacial. Leiam e reflitam:

Seis dias atrás, o oceano Ártico alcançou um recorde notado por pouca gente. A calota de gelo que flutua sobre ele, na região do polo Norte, encolheu para a menor área já registrada: 3,4 milhões de km² (para comparar, o território do Brasil tem 8,5 milhões de km²).

 …são fortes os indícios (…) de uma tendência para sobrar cada vez menos gelo.

Essa tendência foi prevista por sucessivos relatórios do vilipendiado Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, nos quais se apontava que o aquecimento global seria mais rápido e intenso no hemisfério Norte. Só que as projeções do IPCC indicavam um Ártico livre de gelo no verão ali por 2100, e agora parece cada vez mais provável que esse evento descomunal ocorra já nesta década.

Por trás da aparente aceleração estaria o ‘feedback positivo’ temido por climatologistas, ou seja, uma tendência que se realimenta de si própria -uma reação em cadeia.

Menos gelo significa uma área menor de superfície branca para refletir a luz do sol, radiação que passa a ser absorvida pela água escura. Mais quente, o oceano forma menos gelo, e assim por diante.

…um Ártico sem gelo tumultuaria o clima no hemisfério Norte. Paradoxalmente, prevê-se que seus invernos fiquem mais rigorosos.

Por isso, se lá por dezembro ou janeiro caírem nevascas gigantes na Europa ou nos EUA, fique esperto com os murmúrios de que o aquecimento global é pura farsa.

TEXTOS RECENTES DO BLOGUE DIÁRIO DE CAMPANHA DO LUNGARETTI (clique p/ abrir):
UMA CANDIDATURA CONTRA A FASCISTIZAÇÃO

QUEM É BURRO, PEDE A DEUS QUE O MATE E AO DIABO QUE O CARREGUE
CINZAS EM SETEMBRO

TEXTOS RECENTES DO BLOGUE NÁUFRAGO DA UTOPIA (clique p/ abrir):

O CANDIDATO MAIS HILÁRIO DE SAMPA: TIRIRICA-COVER
veja QUE IMUNDÍCIE!
É PROIBIDO PROIBIR AS CAÇADAS DO PEDRINHO

O capitalismo nos obriga a flertar com a morte

É de Norman O. Brown a tese de que o capitalismo, em sua fase terminal, tornou-se agente da destruição da humanidade.

 

A teorização dele em Vida contra morte (1959) é tão complexa que os resumos se tornam inevitavelmente reducionistas e empobrecedores. É melhor mesmo enfrentarmos a obra, uma das poucas que trazem reais subsídios à compreensão do nosso tempo… mesmo meio século depois!

 

O certo é que, indo além do óbvio ululante de que o capitalismo já esgotou sua função histórica e está prenhe de revolução, O. Brown dissecou com ferramentas freudianas, exaustivamente, as características que o vampiro assume em sua sobrevida artificial, concluindo que ele cataliza as energias destrutivas dos homens, voltando-as contra eles.

 

Fantasioso? Se pensarmos na destruição e no caos que estão à nossa espera nas próximas décadas, decorrentes das agressões insensatas ao meio ambiente, perceberemos que ele foi, isto sim, profético.

 

Vide, p. ex., esta notícia da Agência Brasil, assinada pela repórter Renata Giraldi, que aproveitou despachos da BBC e de outras agências internacionais:

O mundo está ‘perigosamente’ despreparado para lidar com futuros desastres naturais, advertiu a agência de desenvolvimento internacional da Grã-Bretanha. A agência britânica informou que o despreparo é causado pela ausência de contribuição dos países ricos ao fundo de emergência mundial.

 

O fundo de emergência é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas, criada como resposta a tsunamis, com o objetivo de auxiliar regiões afetadas por desastres naturais.

 

De acordo com informações de funcionários da ONU, o fundo emergencial sofre com um déficit equivalente a R$ 130,5 milhões para 2012.

 

A escassez do fundo, segundo especialistas, tem relação direta com a série de tragédias naturais que ocorreram ao longo de 2011, como o tsunami seguido por terremoto no Japão; a sequência de tremores de terra na Nova Zelândia, enchentes no Paquistão e nas Filipinas e fome no Chifre da África.

 

Ontem (26) peritos japoneses e estrangeiros concluíram que medidas de precaução adequadas poderiam ter evitado os acidentes radioativos, na Usina de Fukushima Daiichi, no Nordeste do Japão, em 11 de março deste ano…

 

…Segundo eles, houve falhas no que se refere às influências de terremotos e tsunamis na estrutura física da usina.

Resumo da opereta: o lucro é a prioridade máxima, dane-se a nossa sobrevivência! A mesma lógica perversa se constata numa infinidade de outras ocorrências. O capitalismo nos obriga a flertar com a morte.

 

O pensador nascido no México, filho de um casal estadunidense, apostava na  ressurreição dos corpos, na liberação do erotismo para derrotarmos a repressão e a morte –um pouco na linha de Wilhelm Reich, só que com argumentação bem mais sofisticada.

 

Contudo, deve ser também considerada a tese de Herbert Marcuse sobre a  dessublimação repressiva sob o capitalismo, ou seja, uma dessublimação meia-boca, que não extingue a repressão.

 

É como pode ser considerada a atual banalização do sexo como descarga física, sem real envolvimento amoroso.

 

Ou seja, o sexo casual, coisificado, em que os parceiros usam um ao outro para obterem seu prazer egoísta, sem doação, sem verdadeiramente se complementarem.

 

Este acaba reforçando a repressão, ao deslocá-la para o outro oposto: em lugar do amor com sexo travado de outrora, o sexo animalizado de hoje, dissociado do amor.

 

Já encontrei moças que, nuas e oferecidas, recusavam-se a ser beijadas na boca, como antes era atitude comum das prostitutas. Só faltava repetirem a frase que Hollywood costuma atribuir aos gangstêres: “Não é pessoal, são só negócios”…

 

Neste sentido, acredito em O. Brown: a plenitude amorosa –em que o amor físico e espiritual são uma e a mesma coisa, com a identidade dos parceiros se dissolvendo num conjunto maior, quando um mais um soma bem mais do que dois– continua incompatível com o capitalismo.

 

Transgride-o e o transcende, empurrando os domesticados seres humanos para uma convivência amorosa/harmoniosa com o(a) outro(a) –e, por extensão do mesmo clima, com todos os demais  e com a natureza.

 

Impelindo-os, enfim, à aventura da libertação.

Cabe ao povo decidir se assume os riscos do programa nuclear

Como escritor e jornalista, Carlos Heitor Cony é dos melhores que temos.

Algumas atitudes do homem foram decepcionantes, mas ninguém é perfeito. Suas avaliações de assuntos que não o envolvem pessoalmente continuam sendo das mais consistentes. Portanto, devem ser lidas e consideradas.

Como a da coluna desta 3ª feira (19), Os plebiscitos, na qual faz restrições à proposta de um referendum sobre o uso e a venda de armas, contrapondo-lhe um problema em que a consulta aos cidadãos se faz realmente necessária e premente:

O governo promete ampliar a energia nuclear concluindo Angra 3 e construindo mais quatro usinas, isso numa época em que países mais industrializados, como a Suécia e a Itália, estão desativando seus programas nucleares. O governo da Alemanha também estuda a possibilidade de reduzir ou acabar com suas usinas.

O investimento é vultoso (pelo menos R$ 8 bilhões cada uma) e os riscos de um acidente como o de Three Mile Island (1979), de Chernobil (1986) e, agora, o de Fukushima, cujos efeitos ainda estão se manifestando, exigem uma consulta popular justamente num país que tem numerosos recursos naturais para gerar energia, como as hidrelétricas, além de opções que a tecnologia vai criando sem cessar, como a eólica, a solar etc.

Tamanha verba poderia ser em parte aplicada num programa para tornar mais seguras as usinas que temos em Angra dos Reis (RJ), onde ainda não há condições de retirada imediata da população.

Um acidente de grande proporção no litoral fluminense colocaria em risco as duas maiores cidades brasileiras, além de causar devastação em várias cidades próximas.

Um plebiscito daria ao governo e à sociedade uma orientação mais democrática sobre o programa de energia nuclear, importante demais para ser da agenda exclusiva de técnicos e funcionários [o grifo é meu].

A mesma preocupação, aliás, já havia sido manifestada pelo maior jurista brasileiro vivo, Dalmo de Abreu Dallari:

A tragédia sofrida pelo povo japonês deve servir de alerta, estimulando a busca de outras fontes de energia, para atendimento das necessidades básicas das populações do mundo, mas também influindo para que se faça ampla divulgação dos aspectos básicos das opções existentes, informando o povo e dando-lhe a possibilidade de acompanhar as discussões e, mesmo, de participar das decisões sobre o assunto.

O plebiscito sugerido por Cony daria, exatamente, ao povo “a possibilidade de acompanhar as discussões e, mesmo, de participar das decisões sobre o assunto”.

Nem preciso dizer que concordo em gênero, número e grau com ambos, Cony e Dallari.

Também não preciso dizer que tal proposta  encontrará resistência imensamente maior que a do plebiscito sensacionalista sobre as armas,  por colocar em xeque um programa que pode ser dos mais perigosos para o povo brasileiro mas propicia vultosos ganhos para grandes empresas, as quais o defenderão com unhas, dentes e  o$  argumento$ de $empre.

Nem mesmo as greves de fome de D. Flávio Cappio conseguiram impedir que se desperdiçassem recursos públicos e atentasse contra a natureza para atender aos interesses do agronegócio na região do rio Sâo Francisco.

As cartas de Angra, também embaralhadas a gosto dos interessados, valem R$ 8 bilhões cada. Será necessária uma enorme pressão para desfazer tal jogo.

Com a palavra os parlamentares que honram o seu mandato, as ONG’s, a imprensa e as redes sociais.

WikiLeaks: cias. energéticas japonesas encobriam problemas

Um despacho de 2008 da embaixada dos Estados Unidos em Tóquio revela o descontentamento e preocupação de uma importante figura política japonesa em relação à política nuclear de seu país. No documento, era informado que o governo encobria informações sobre acidentes nucleares, além de ocultar os custos e problemas associados a esse ramo da indústria.

A conversa entre Taro Kono e um grupo diplomático norte-americano teria ocorrido em outubro daquele ano, durante um jantar. O relatório (…) foi obtido pelo site WikiLeaks e publicado pelo Guardian.

O deputado Kono, um dos principais líderes do Partido Liberal-Democrata, que governou o país de 1995 a 2009 e, portanto, estava no poder no momento do encontro, mirou suas críticas na atuação do Ministério da Economia, Comércio e Indústria, responsável pelo setor nuclear no país, e nas companhias energéticas japonesas. No documento, ele fazia forte oposição à estratégia energética e nuclear japonesa, especialmente em relação a questões como custos e segurança.

Segundo os documentos, o deputado acusou o ministério de sonegar e selecionar informações do setor a serem repassadas aos parlamentares de acordo com seu próprio interesse. No despacho, Kono também teria demonstrado grande preocupação com os resíduos de energia nuclear coletados pelas empresas, já que o Japão não possui nenhum local de armazenamento permanente dos resíduos de alto nível.

O documento indicava outra grande preocupação do deputado, que relacionou os armazenamentos temporais com a alta atividade sísmica do país, e alertava sobre a possibilidade e do risco dos materiais serem filtrados em águas subterrâneas em caso de terremoto.

O deputado teria relatado que as companhias energéticas japonesas ocultavam diversos problemas…

…Perguntado sobre a influência das companhias energéticas no país, Kono assegurou que uma rede de televisão realizou uma entrevista com ele, repleta de críticas ao setor, e que seria apresentada em três partes. Mas, após o primeiro programa, ela se viu obrigada a cancelar a exibição, pois as empresas ameaçaram cancelar o patrocínio à rede.

Novamente se confirma o que eu afirmei no meu post de três dias atrás:

Para quem não engole os contos da carochinha do sistema, salta aos olhos que as usinas nucleares jamais serão totalmente seguras.

Trata-se de mais uma opção que o capitalismo impõe à humanidade, a partir de um enfoque em que a relação custo/benefício é tudo e a vida das vítimas, nada.

Interesses empresariais prevaleceram sobre o imperativo de se preservar a existência humana. O lucro pesa mais do que a vida. Governos são corrompidos. Informações vitais, sonegadas. Emissoras de TV, coagidas a calar denúncias.

E assim, o país mais castigado até hoje por bombardeios atômicos agora se vê ameaçado de passar por horrores semelhantes em função de um mais do que previsível acidente nuclear.

Se é discutível a operação de usinas nucleares nos mais remotos desertos, sua instalação em áreas povoadas só pode ser qualificada como um crime contra a humanidade.

E pensar que, sob o primado da ganância, ainda se maximizaram os riscos para que as companhias energéticas multiplicassem seus ganhos!

O capitalismo há muito deveria ter sido substituído por uma forma de organização da sociedade fundada na cooperação entre os homens para a promoção do bem comum — única possibilidade  de sobrevivência da humanidade num planeta superpovoado e com recursos naturais finitos.

Agônico e putrefato, ameaça provocar o extermínio da espécie humana, com a conjugação de catástrofes naturais decorrentes das alterações climáticas e catástrofes nucleares das quais os terremotos, tsunamis, furacões, inundações, etc., serão o estopim.

Os avisos nos estão sendo todos dados. Se demorarmos a despertar para a magnitude dos desafios que enfrentamos, poderemos começar a reagir só quando a situação já tiver chegado a um ponto de não retorno.


SOBRE O MESMO ASSUNTO, LEIA TAMBÉM:
DE HIROSHIMA A FUKUSHIMA, UM PESADELO QUE JÁ DURA 65 ANOS
THE DAY AFTER
APOCALYPSE NOW?
MAIS UMA VEZ A ‘FOLHA’ SE CURVA DIANTE DO BLOGUE ‘NÁUFRAGO DA UTOPIA’…