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‘Fraude eleitoral’ conduziu o país a ‘verdadeira tragédia’, diz cientista político

Para o cientista político e integrante do Instituto de Advogados Brasileiros (IAB) Jorge Rubem Folena, as novas revelações sobre a interferência da Polícia Federal (PF) no andamento das eleições de 2018 indicam não apenas a necessidade do aprofundamento das investigações criminais, mas também a necessidade de impugnação da chapa Bolsonaro/Mourão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“A pandemia revela um governo que é consequência de uma forte fraude eleitoral, e que traz problemas gravíssimos para o povo brasileiro”, afirmou Folena a Glauco Faria e Marilu Cabañas, para o Jornal Brasil Atual nesta quarta-feira (20). Ele criticou a falta de um plano efetivo para combater a covid-19 e os constantes conflitos entre o presidente Jair Bolsonaro e os governadores.
Além das acusações do empresário Paulo Marinho, suplente do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), de que a PF teria vazado informações e adiado uma operação para não prejudicar os objetivos eleitorais da família, o jornal Folha de S.Paulo revelou nesta terça (19) que Flávio repassou R$ 500 mil do fundo público eleitoral para um advogado envolvido no esquema da “rachadinha” comandada pelo ex-assessor Fabrício Queiroz.

Trapaça

Outros componentes da fraude eleitoral, segundo Folena, são a prisão ilegal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tirá-lo da disputa e os contatos mantidos pelo então juiz Sergio Moro e a campanha de Bolsonaro ainda antes do fim do processo eleitoral.
Há ainda o esquema montado por empresários bolsonaristas com recursos de caixa 2 para disparos em massa de notícias falsas – fake news – contra o candidato Fernando Haddad (PT), que disputou contra Bolsonaro o segundo turno das eleições.
“Mais do que nunca, independentemente da questão criminal, que tem que ser aprofundada, é importante que o TSE dê prosseguimento nas impugnações da chapa. É inconcebível. Está muito claro que essa eleição teve toda uma situação fraudulenta”, alegou o advogado e cientista político.
Fonte: Rede Brasil Atual

Se tivesse justiça no Brasil, laranjal do PSL causaria nova eleição presidencial

Por Jefferson Miola

Se tivesse justiça no Brasil, a fraude no financiamento da campanha eleitoral de Bolsonaro- Mourão, conhecida como “laranjal do PSL”, levaria à cassação da chapa beneficiada pela fraude e obrigaria à convocação de nova eleição presidencial.

É isso que está escrito no § 3º do artigo 224 do Código Eleitoral brasileiro [Lei 4737/1965] e que, ao que parece, o TSE outra vez pretende ignorar.

Aliás, se o Brasil não estivesse sob a vigência de um Estado de Exceção, a chapa Bolsonaro-Mourão teria seu registro cassado pelo TSE ainda no transcurso do processo eleitoral de 2018; a candidatura fascista sequer teria prosperado.

As causas, evidentes e comprovadas para a cassação, eram a produção industrial de fake news, e o impulsionamento ilegal de mentiras e calúnias via WhatsApp – tudo financiado criminosamente por empresários corruptos e com dinheiro de caixa 2; recurso não declarado à justiça eleitoral [aqui].

A menos de 10 dias do segundo turno, o TSE refutou denúncia protocolada pelo PT e recusou-se a investigar o caso, para não comprometer a continuidade do golpe [aqui aqui]. O Tribunal Eleitoral assumiu, desse modo, seu papel central na ascensão da extrema-direita fascista ao poder.

No período precedente da campanha, foi embaraçoso [e também bizarro] ouvir o então presidente do TSE – o celebrado “In Fux we trust!”, um dos 3 ministros do STF que os bandidos da Lava Jato têm “para chamar de seu” – afirmar que o TSE não estava preparado para combater as fake news nazi-bolsonaristas! [sic] [aqui].

A postura omissa do TSE em 2018 contrasta com a postura pró-ativa e militante adotada após a eleição da presidente Dilma, em 2014; postura encorajada pela relutância antidemocrática do Aécio e do PSDB em aceitarem o resultado eleitoral.

Nos 2 casos – tanto em 2014 como em 2018 – é preciso reconhecer, contudo, que o TSE esteve no mesmo lado, ou seja, postou-se coerentemente contra o Código Eleitoral, contra a Constituição e contra a legalidade – sempre para prejudicar o PT.

Em 2014, o TSE inclusive se colocou como uma espécie de “reserva técnica” para a consecução do golpe para derrubar Dilma, na eventualidade de fracassar a conspiração de Cunha-Temer-Padilha-Geddel-Aécio-FHC e malta golpista por meio do impeachment fraudulento.

Se fracassasse o impeachment comprado pelo PSDB por 50 mil reais de 3 juristas lastimáveis, a cassação da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal seria a alternativa para continuar o itinerário golpista traçado nos EUA.

Em 18 de dezembro de 2014, menos de 2 meses da eleição, a Globo noticiou sem rodeios que “PSDB pede a TSE cassação de Dilma e posse de Aécio como presidente” [aqui]. Como se sabe, o TSE não hesitou e prontamente abriu investigação sobre a “denúncia” do PSDB. A partir daí, manteve o assunto cozinhando em fogo brando.

Em 23 de agosto de 2016, quase 2 anos depois da eleição e uma semana antes da etapa final do impeachment fraudulento no Senado, o Globo noticiou que “Peritos do TSE apontam suspeitas em contas da chapa Dilma-Temer” [aqui].

Era uma espécie de recado aos senadores: ou Dilma seria derrubada pelo Congresso ou, se os senadores não a derrubassem, então o TSE trataria de golpeá-la, pretextando crime eleitoral. O cerco golpista se fechava.

É vergonhoso agora ver o TSE, a justiça brasileira e os tribunais se omitirem diante da fraude da campanha Bolsonaro-Mourão, mas nem por isso deixa de ser compreensível porque agem assim.

Até as pedras sabem que a única saída para restaurar a constitucionalidade no Brasil é a cassação do diploma da chapa Bolsonaro-Mourão e a convocação de eleição presidencial livre e sem farsa jurídica.

Bolsonaro tem consciência de que é protegido pelo sistema corrompido, por isso desafia: “Querem me derrubar?”, pergunta ele, já com a resposta engatada: “Tenho couro duro”.

Bolsonaro, porém, se equivoca. Ele não tem o “couro duro”, mas sim o casco protegido por um judiciário contaminado e capturado pela podridão que devastou o Estado de Direito.

O autor é Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial

Fonte: Brasil 247

Os meritíssimos em cima do muro e os brasileiros marchando para o abismo

Deu numa coluna da grande imprensa muito bem informada sobre o que rola nos bastidores dos Poderes:

A repercussão da revelação de compra de mensagens em massa no WhatsApp contra Fernando Haddad dominou conversas de ministros do TSE, corte que lida com o caso. 

O entendimento majoritário –inclusive o do corregedor, Jorge Mussi, responsável pela ação contra Jair Bolsonaro– foi o de que não caberia promover diligências extravagantes. A eleição não pode ter o curso alterado pelas mãos da Justiça, disse um magistrado. ‘Não sob o calor dos fatos’, concluiu.

Os integrantes do Tribunal Superior Eleitoral ponderaram que, a menos de dez dias do 2º turno, ‘não é hora de criar marola’. Mussi decidiu na noite desta 6ª feira (19) citar Bolsonaro para que ele se manifeste sobre o assunto. E só.

Para registro: o mesmo ministro que disse ser indesejável interferir no curso da eleição, afirmou que a investigação deve continuar correndo na corte. ‘Lá na frente, se for o caso, cassa a chapa.’

Então, estamos conversados:

1. há evidências gritantes de que foram cometidos crimes eleitorais em cascata, mais do que suficientes para influenciarem o resultado do pleito, devendo, portanto, o beneficiário ser excluído da eleição presidencial;

2. mas os meritíssimos preferem permanecer confortavelmente assentados sobre o muro, ao invés de determinarem a imediata apuração das denúncias, adiando o prosseguimento do processo eleitoral para quando houver certeza, ou de que o 1º turno foi válido e o 2º pode ser realizado, ou de que o 1º foi fraudado e precisa ser repetido;

3. assim, o possível criminoso será beneficiado e as possíveis vítimas muito prejudicadas (não só Fernando Haddad, que ainda terá uma chance de vitória, como os demais candidatos, que vão sofrer perda total);

4. uma cassação posterior do mandato presidencial de Bolsonaro, única decisão possível à luz dos acontecimentos, colocará o Brasil à beira do caos.

Se, devido à falta de coragem dos magistrados para agirem como é certo no momento em que isto se faz dramaticamente necessário, adiante ocorrerem episódios terríveis como banhos de sangue ou a instalação de uma nova ditadura, os brasileiros civilizados sabem, desde já, quem terão sido os maiores culpados.