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Um abaixo-assinado para evitar nossa desonra e humilhação

FOLHA CORRIDA DO ATUAL PRESIDENTE DA CBF:

  • COMO DEPUTADO DURANTE A DITADURA MILITAR, EXIGIU QUE FOSSE INVESTIGADA A INFILTRAÇÃO COMUNISTA NA TV CULTURA (PONTO DE PARTIDA DO ASSASSINATO DE VLADIMIR HERZOG) E FOI À TRIBUNA FAZER OS MAIS RASGADOS ELOGIOS AO DELEGADO SÉRGIO FLEURY (O ASSASSINO DO MARIGHELLA). LEIA OS DOIS DISCURSOS DO LAMBE-COTURNOS aqui
  • COMO ESPORTISTA, ROUBOU ATÉ MEDALHA DE CAMPEÃO DA COPA SÃO PAULO (vide aqui).
  • COMO CIDADÃO, FEZ “GATO” PARA SURRUPIAR ENERGIA ELÉTRICA DO VIZINHO (vide aqui).

DEIXAREMOS UM MARIN DESSES REPRESENTAR O FUTEBOL BRASILEIRO NUMA COPA DO MUNDO?!

O ANTÍDOTO ESTÁ aqui.

ASSINE! REPASSE! DIVULGUE!

Governo Berlusconi lança a “Operação Mãos Sujas”

A “Lei Berlusconi” repete a “Lei Fleury”: casuísmo para manter delinquente poderoso fora das grades.

Quando o grande promotor Hélio Bicudo obteve a condenação do delegado Sérgio Paranhos Fleury pelos crimes cometidos como líder do Esquadrão da Morte de São Paulo — quadrilha de policiais que executava contraventores e, apurou-se depois, era financiada por um grande traficante para eliminar seus concorrentes –, os deputados subservientes à ditadura criaram uma lei com o objetivo exclusivo de evitar que ele ficasse merecidamente atrás das grades.

Apelidada de Lei Fleury, ela alterou a regra segundo a qual os condenados em primeira instância deveriam aguardar presos a sequência do processo. Abriu-se uma exceção para os réus primários, com bons antecedentes e residência fixa.

Foi a retribuição do regime militar a um de seus principais carrascos, responsável pela tocaia contra Carlos Marighella, pela chacina da Lapa, pelo dantesco suplício que antecedeu o assassinato de Eduardo Leite (o Bacuri) e, enfim, por um sem-número de homicídios e torturas.

Em nome do serviço sujo e sanguinário que efetuou a partir de 1968 na repressão política, anistiaram-no informalmente das atividades paralelas que ele antes desenvolvera, ao atuar no radiopatrulhamento de São Paulo.

A introdução de uma lei casuística, para aliviar a situação de um poderoso nos processos que já estavam em curso, é até hoje motivo de opróbrio para o Estado brasileiro — uma das muitas aberrações que marcaram o período 1964/85.

A Itália está prestes a seguir um dos nossos piores passos — e em plena democracia! Não tem sequer a atenuante de serem ilegítimos os seus representantes que propõem tal descalabro.

O Senado italiano aprovou nesta 4ª feira (20) projeto de lei do Executivo alterando o prazo de prescrição dos processos judiciais, de forma que aqueles nos quais premiê Silvio Berlusconi é reu (fraude fiscal e suborno) passem a prescrever em seis anos e meio, ao invés dos dez anos atuais.

Ou seja, o governo Berlusconi propôs uma lei que beneficia Berluconi… e o Senado baliu amém.

Se a Câmara também coonestar essa imundície, o premiê terá conseguido escapar pela tangente de todos os processos que lhe são movidos.

Que dizer de um país que aceita ter como primeiro-ministro não um cidadão inocentado das acusações que lhe foram feitas, mas sim um contraventor favorecido pela prescrição dos seus delitos?! Ainda por cima, utilizando em causa própria os poderes que lhe foram concedidos pelo povo italiano.

Também pela tangente, Berlusconi está conseguindo escapar da condenação a que faria jus por ter dado cobertura política à Cosa Nostra na década passada. Esteve a soldo do chefão responsável pelo assassinato de um juiz e seus cinco seguranças.

Se concretizada, a virada de mesa vai produzir um verdadeiro terremoto na Justiça italiana: o número de processos que prescreverão poderá chegar a 100 mil, incluindo grandes casos de falência fraudulenta, como o da Parmalat.

E o Executivo e o Legislativo, acumpliciados, terão conseguido abortar a cruzada contra a impunidade desenvolvida pelo Judiciário, seguindo a tradição dos heróicos magistrados que ousaram confrontar a Máfia com a Operação Mãos Limpas.

Emblematicamente, é um político que protegia mafiosos o atual pomo da discórdia.

Berlusconi encabeça a Operação Mãos Sujas.

Quem tem moral para cassar Suplicy nesse Senado?

Os “bons companheiros”: Sérgio Fleury (1º, da esq. p/ a dir.) e Romeu Tuma (3º), no auge da ditadura, quando atuavam no Dops/SP.

Desta vez, o senador Eduardo Suplicy (PT) corre risco bem maior de ser cassado por quebra do decoro parlamentar: o corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (PTB), informou que abrirá investigações sobre o caso da cueca vermelha na próxima 3ª feira (20), praticamente antecipando que a conclusão será o envio de uma representação ao Conselho de Ética.

Para quem não se lembra, Tuma era superior hierárquico do pior assassino serial da Polícia Civil durante a ditadura militar, o delegado Sérgio Paranhos Fleury.

Diretor-geral da Delegacia de Ordem Política e Social no auge do terrorismo de Estado, Tuma passou depois a chefiar o Serviço de Informações do seu sucessor, o Departamento Estadual de Ordem Política e Social — função que ocupava durante o Caso Herzog.

Em 2005, um dos remanescentes desse episódio e atual presidente da Fundação Padre Anchieta, o jornalista Paulo Markun lançou o livro Meu querido Vlado, trazendo uma gravíssima acusação contra Tuna: foi o primeiro a denunciar Herzog, o que teria feito dele um alvo para o DOI-Codi.

Markun exibiu ata de de uma reunião dos serviços de informações da ditadura, realizada 45 dias antes da morte de Vlado, da qual consta o seguinte informe de Tuma:

“Que o canal 2, através de seu departamento de jornalismo, está fazendo uma campanha sistemática contra as instituições democráticas e esse fato foi notado após ter assumido a direção daquele departamento o jornalista Wladimir Herzog, elemento sabidamente comprometido”.

Tuma assumiu a autoria do informe, como parte de suas atribuições na época, mas negou qualquer responsabilidade nos eventos posteriores: “Há uma distância oceânica entre isso e o que aconteceu com o jornalista Vladimir Herzog”.

Da mesma forma, Tuma sempre conseguiu manter “uma distância oceânica” das torturas e assassinatos cometidos por Sérgio Fleury. Nenhum ex-preso político se lembra dele como torturador, mas Ivan Seixas garante que ele analisava as informações arrancadas nas torturas e decidia quem (e quanto) seria torturado.

XERIFE DE SARNEY

Não há nada a estranhar em sua volta espetaculosa à cena como xerife do Plano Cruzado durante o Governo Sarney. Tinham a afinidade básica de haverem servido fielmente à ditadura militar e conseguido, com inegável jogo de cintura, escapar do destino que lhes deveria caber num país redemocratizado: a responsabilização ou, no mínimo, o ostracismo.

Esse é o personagem que hoje bate no peito e proclama: “É tão ridículo que custei a dar crédito às fotos. É chocante que um senador ande de calcinha por pedido de um programa de TV”.

Será que o episódio burlesco protagonizado por Suplicy no Pânico na TV é o verdadeiro motivo da diatribe de Tuma?

Ou ele estará aproveitando para dar o troco pela recente expulsão simbólica que Suplicy aplicou a seu amigo e protetor Sarney?

O certo é que Tuma fez questão de lembrar o caso do cartão vermelho com estas palavras: “O senador feriu as regras e sujou a imagem do Senado em um período não muito positivo de sua história”.

Noves fora, o que realmente quebrou o decoro parlamentar e sujou a imagem do Senado, em tempos recentes, foi a absolvição do culpadíssimo Sarney, não a palhaçada inofensiva de Suplicy.

Em nome de tudo que Suplicy já fez pelas causas justas, temos a obrigação de defender com todas as forças seu mandato.

Mesmo porque, pior do que a cueca vermelha são os dolares na cueca, contra os quais o Senado jamais agiu com a energia que se impunha.

Suplicy, entretanto, tem de se compenetrar que seu papel como principal defensor dos direitos humanos no Congresso Nacional é incompatível com exposições ridículas de sua imagem.

É hora de optar, de uma vez por todas, pela priorização da credibilidade ou dos holofotes, nas situações em que uns excluírem a outra.