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Flaskô: Juiz anula decisão e aceita acordo com trabalhadores

Sob comando dos trabalhadores há sete anos, fábrica corria o risco de fechar. Por Patrícia Benvenuti, em 22/07/2010, para a Agência Brasil de Fato.

Os trabalhadores da Flaskô alcançaram mais uma vitória em defesa da fábrica. Na quarta-feira (20), foi publicada nova sentença do juiz André Gonçalves Fernandes, da 2ª Vara Cível de Sumaré (interior de São Paulo), que reverte a decisão anterior de fechar a fábrica, há sete anos sob comando dos operários.

No dia 1º de julho, o juiz havia decretado a falência da unidade, baseando-se em uma dívida da Flaskô com a empresa Fortymil, de R$ 37 mil. De acordo com o Conselho de Fábrica, os trabalhadores tentavam quitar a dívida, mas o juiz desconsiderava o atual comando e se recusava a receber o dinheiro. O magistrado exigia que o valor fosse pago pela antiga proprietária, Cristiane de Marcello, que está foragida.

Com o risco de fechamento da fábrica e da perda dos empregos, os trabalhadores se mobilizaram para reverter a decisão. Os operários receberam mensagens de organizações de todo o país e de várias partes do mundo, mostrando solidariedade à luta dos trabalhadores.

Decisão anulada

No dia 15 de julho, depois de uma audiência com o senador Eduardo Suplicy (PT), o juiz declarou que anularia a falência da Flaskô e aceitaria um acordo com os operários para o pagamento da dívida. Em declarações à imprensa local, o magistrado afirmou ter reconhecido o caráter social da gestão operária apresentado pelo senador.

Para o advogado do Conselho de Fábrica da Flaskô, Alexandre Mandl, a decisão do juiz representa uma vitória. “Nós mostramos que, com união, a gente consegue reverter as decisões mais difíceis”, afirma.

De acordo com ele, a união em torno da Flaskô ficou visível na sexta-feira (16), quando cerca de 200 pessoas participaram de uma manifestação de apoio à Flaskô. O ato contou com movimentos sociais, organizações, partidos políticos e sindicatos.

A Flaskô produz embalagens plásticas industriais e, desde 2003, foi assumida pelos trabalhadores. Além de recuperar a fábrica, que estava a ponto de falir, os operários reorganizaram sua produção, com a fixação de uma jornada de trabalho de 30 horas semanais, sem redução nos salários e com a eleição de um Conselho de Fábrica.