Arquivo da tag: febreamarela

Ministério Público aceita representação do Movimento dos Sem-Mídia

Marcelo Salles, Fazendo Media – O presidente do Movimento dos Sem-Mídia (MSM), Eduardo Guimarães, informou em entrevista ao jornalista Luiz Carlos Azenha que foi aceita pelo Ministério Público a representação contra o alarmismo das corporações de mídia no caso da febre amarela. Ouça aqui a entrevista. Em janeiro deste ano, o oligopólio que controla a mídia no Brasil incentivou irresponsavelmente que todos tomassem a vacina contra a febre amarela, mesmo quem não tivesse indicação médica. Resultado: pessoas passaram mal e houve pelo menos uma morte causada por superdosagem.

O MSM quer que as corporações de mídia paguem indenizações ao Estado e às vítimas da vacinação desnecessária. Leia aqui matéria de Gustavo Barreto a respeito do mesmo tema. E aqui um pequeno comentário meu a respeito, com o título “Jornalismo doentio”.

Conceição Lemes: “Um verdadeiro crime contra a saúde pública”

Luiz Carlos Azenha, Vi O Mundo – O texto abaixo nasceu de uma troca de mensagens que tive com a jornalista Conceição Lemes. Tanto quanto eu, ela ficou alarmada com o tratamento irresponsável que a mídia brasileira deu à epidemia de febre amarela, tão real quanto as armas de destruição em massa que até hoje são procuradas no Iraque. Dessa troca de mensagens nasceu a idéia de produzir um texto com o objetivo de fazer o que muitos não fizeram: bem informar o público. Por isso, convoco todos os leitores a disseminá-lo. E todos os blogueiros a reproduzí-lo. Quem quiser, imprima o texto.

Vou contar um causo verdadeiro para explicar que, mesmo que você não acredite, essa internet funciona. Fiz uma entrevista para o site com o dr. Granato, da UNIFESP. Na entrevista, pedi ao médico um conselho: minha mãe, de 83 anos de idade, moradora de Bauru, deveria ou não se vacinar? Minha mãe não lê o meu site. Porém, uma rádio de Bauru capturou o áudio da entrevista e colocou no ar. E minha mãe, ao ouvir a entrevista que fiz com o dr. Granato, finalmente se tranqüilizou e NÃO tomou a vacina, o que ela havia considerado fazer. Portanto, peço a vocês que tratem o artigo abaixo como uma peça de contra-desinformação. (Clique no título para ler)

Comentário: A febre amarela no contexto ambiental

Por Gustavo Barreto

O corpo dos homens urbanos não precisa de uma vacina de um vírus silvestre. Se fosse assim, nos vacinaríamos de uma dezena de doenças, ou seja, colocaríamos antígenos em nosso corpo sem precisar criar os respectivos anticorpos. O Haemagogus, vetor da febre amarela, é silvestre. A campanha é feita corretamente, mas tendo macaco e floresta, teremos febre amarela sempre. Peguem os números de todos os anos, incluindo os do tempo de Oswaldo Cruz.

O Aedes aegypti, vetor urbano que é a ameaça, é responsabilidade do município. O dinheiro está todo lá, repassado, em grande quantidade. O César Maia, por exemplo, desviou 5 milhões da dengue, está no Tribunal de Contas que ele mesmo criou (leia aqui). Não teve jornal ou tevê que exigiu dos prefeitos posicionamentos firmes, tal como foi feito com o governo federal.

Jose Gomes Temporão, atual ministro da Saúde, é um sanitarista muito competente, veio do mesmo lugar que Oswaldo Cruz (o Instituto de Manguinhos, hoje Fundação Oswaldo Cruz). Pode não ser um excelente comunicador, mas é fruto de um dos movimentos sociais mais antigos do Brasil, o sanitarista, de Carlos Chagas, Adolpho Lutz e Sergio Arouca, entre tantos outros.

Seria ótimo que as pessoas pensassem mais na nossa civilização como um todo e questionassem até que ponto o avanço do homem sobre a mata não problematiza cada vez mais as relações homem-natureza. Nós, homens e mulheres, nos consideramos deuses acima dos animais, com nossa grande “racionalidade”, mas somos todos potenciais hospedeiros, prontos para receber de volta todo o descaso que temos com a Natureza.

“Tendência é que casos de febre amarela se reduzam”, avalia José Gomes Temporão

Angela Pinho e Johanna Nublat, Folha de S. Paulo – Confrontado com uma escalada do número de casos de febre amarela no país e, ao mesmo tempo, com a corrida da população pela vacina, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirma que há “um clima de irresponsabilidade no país” e culpa a mídia por parte dele. Para Temporão, 56, setores dos meios de comunicação induziram a população a uma “interpretação equivocada” da doença. “O governo fala uma coisa e parte da imprensa estimula outra”, disse em entrevista à Folha, por telefone.

Apesar de afirmar que essa mesma mídia, para ele, precisa “esquecer a política com “p” pequeno”, o ministro nega sofrer pressão política e diz que o ministério não vai divulgar a lista de municípios em áreas de risco porque essa tarefa é dos governos estaduais e prefeituras. Temporão voltou a negar a possibilidade de uma epidemia de febre amarela no país, disse que é nula a chance de casos urbanos e, diante da falta de vacina em alguns postos, prometeu que o problema será resolvido nesta semana. Leia aqui a entrevista à Folha de S. Paulo (20/1), via Jornal da Ciência.

Casos de febre amarela superam os de febre amarela

Conversa Afiada – O Ministério da Saúde informou que há 31 casos de reações adversas à vacina da febre amarela: 11 casos em Goiás e 20 casos no Distrito Federal. E até a manhã desta quarta-feira, dia 23, haviam 12 casos confirmados de febre amarela no Brasil. Ou seja, o número de casos de reações adversas à vacina é mais que o dobro do número de casos confirmados da doença.

A Secretaria da Saúde de Goiás confirmou ao Conversa Afiada que todos os 11 casos de reações adversas à vacina são por causa de vacinação duplicada, ou seja, pessoas que tomaram a vacina mais de uma vez. Já no Distrito Federal, onde há 20 casos de reações adversas, pelo menos cinco são por vacinação duplicada.

Isso significa que são, pelo menos, 16 casos confirmados no Brasil de pessoas que tomaram a vacina contra a febre amarela mais de uma vez e tiveram reações adversas. Esse número também é maior do que os 12 casos confirmados da doença. Leia no Conversa Afiada.