Algumas questões chamam a atenção no noticiário destas segunda 17 e terça 18, são dignos de nota e as faço.
1. Alguns moradores da Região Serrana do Rio de Janeiro estão dobrando o preço do aluguel. Nada de novo: algumas casas foram derrubadas, com isso se valorizam as que ficaram em pé e estão em bom estado. Pessoas sem qualquer escrúpulo tentam se aproveitar durante uma crise. O problema já foi relatado aqui: a maior parte dos legisladores e governantes acredita que este tema não merece regulamentação. O mercado dá seu jeito e as pessoas, essas são todas dotadas de um enorme e solidário coração. Deve ser isso o que pensam os governantes, que acreditam no ser humano…
2. Além disso, alguns fornecedores e cidadãos comuns estão especulando também com produtos: pacote de velas por R$ 15, galão de água por R$ 40 e por aí vai. Há furto de doações (soube de um dentro do próprio bombeiro), desvio de verbas etc. Mas é necessário ressaltar que trata-se de minoria. O ser humano não muda de uma hora para a outra. É preciso acreditar que as doações estão chegando, porque 90% de fato chega, e isso é suficiente.
3. Parte da imprensa televisiva continua atrapalhando: ocupa espaços em helicópteros e carros oficiais, espaços estes que poderiam ser ocupados por mantimentos e pessoas trabalhando no resgate. Parabéns ao Ricardo Boechat, que fez esta crítica hoje em seu programa pela manhã na Rádio BandNews, completando: “Estendo este meu comentário inclusive aos profissionais da própria Band”. Ele também questionou por que o secretário de defesa civil ocupa um espaço nestes helicópteros. Só para “acompanhar”? No fundo sabemos que muitos políticos querem “estar junto”, “mostrar serviço”, mas sua presença só atrapalha e tira espaço de um profissional de resgate ou médico.
4. A primeira necessidade, que é por doações de todo o tipo, está seguindo bem. Agora temos o desafio maior: fazer com que a administração destas doações funcionem. Não há mágica: dependerá dos governantes e administradores, quase todos eleitos. Se estivéssemos bem nesse tema, talvez muitas das mortes teriam sido inclusive evitadas. Mas não estamos, e a Região Serrana não é exceção. Infelizmente, a questão do código florestal entrou e saiu rapidamente de pauta. A Folha de S. Paulo, como tem sido ultimamente, falha muito em São Paulo, mas foi a melhor cobertura “local”. Informou, por exemplo, que um estudo encomendado pelo próprio Estado do Rio de Janeiro já alertava, desde novembro de 2008, sobre o risco de uma tragédia na região serrana fluminense.
Mesmo conhecendo o enorme risco, segundo reportagem de Evandro Spinelli publicada no último sábado 15, o governo do Estado não agiu. “O secretário do Ambiente do Rio, Carlos Minc, disse que o mapeamento de áreas de risco foi feito, faltando “apenas” a retirada dos moradores, e que os parques florestais da região também foram ampliados.”
5. Por fim, após a leitura de quase uma centena de comentários enviadas por todos os meios, ressalto que a crítica à forma como a imprensa tratou esta questão – que é uma prática comum a muitas crises humanitárias – não é uma crítica à imprensa em si. De fato, se não fossem divulgadas imagens dando a dimensão do problema, as pessoas nem sequer estariam tão solidárias. Este trabalho é muito importante. No entanto, reafirmo que não precisa ficar enfiando o microfone na boca de mulher em trabalho de parto ou vítimas que perderam 10 parentes ao mesmo tempo para perguntar “o que você está sentindo”. Isso é outra coisa: trata-se do “sadojornalismo”, como notou uma observadora atenta citada por mim.
O papel mais importante da imprensa é o de fiscalizar o poder (onde quer que esteja) e procurar entender os erros cometidos, todos previsíveis. De um modo geral, a imprensa não só não cumpre esse papel, como comete outros erros aqui descritos. O repórter, que está em campo, em geral é o mais apto a realizar o bom trabalho da imprensa. O problema é o chefe dele, em geral mais comovido com o interesse dos anunciantes do que com o sofrimento alheio.
_____________________________________________ (*) Gustavo Barreto, jornalista. Contato pelo @gustavobarreto_.
Jornalista, 41, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.
Um estudo encomendado pelo próprio Estado do Rio de Janeiro já alertava, desde novembro de 2008, sobre o risco de uma tragédia na região serrana fluminense -como a que ocorreu na última segunda-feira e que já deixou ao menos 547 mortos.
A situação mais grave, segundo o relatório, era exatamente em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, os municípios mais devastados pelas chuvas e que registram o maior número de mortes. Essas cidades tiveram, historicamente, o maior número de deslizamentos de terra.
O estudo apontou a necessidade do mapeamento de áreas de risco e sugeriu medidas como a recuperação da vegetação, principalmente em Nova Friburgo, que tem maior extensão de florestas.
O estudo apontou que Petrópolis e Teresópolis convivem com vários fatores de risco diferentes – boa parte da área urbana em montanhas e planícies fluviais – e podem ser atingidas por desastres “capazes de gerar efeitos de grande magnitude”.
Sobre Nova Friburgo, o documento relata que boa parte de sua população vive em áreas de risco. A cidade registra um dos maiores volumes de chuva do Estado do Rio.
O secretário do Ambiente do Rio, Carlos Minc, disse que o mapeamento de áreas de risco foi feito, faltando “apenas” a retirada dos moradores, e que os parques florestais da região também foram ampliados.
O governo do Rio gastou dez vezes mais em socorro a desastres do que em prevenção em 2010. Foram R$ 8 milhões para contenção de encostas e repasses às prefeituras contra R$ 80 milhões para reconstrução.
O mesmo acontece com o governo federal, que gastou 14 vezes mais com reconstrução do que com prevenção. Neste ano, a União já liberou R$ 780 milhões para ajudar locais atingidos por enchentes e recuperar rodovias.
ESTUDO
O estudo feito a pedido do governo do Estado em 2008 não apontou os locais exatos de risco de deslizamentos, mas levantou as cidades com maior número de desastres naturais entre 2000 e 2007 e os níveis de ocupação.
A geógrafa Ana Luiza Coelho Netto, professora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e coordenadora do trabalho, disse que o estudo tinha o objetivo de apontar regiões vulneráveis. Por isso, afirmou, não foi possível detalhar os pontos exatos de risco aos moradores. “A partir do estudo poderiam ter feito um detalhamento maior nas áreas mais problematizadas.”
Ontem, em mais uma cidade apontada no relatório, Sumidouro, moradores contabilizavam os mortos. No município, com quase 90% de sua área na margem do rio, pelo menos 19 pessoas morreram. Segundo moradores, corpos foram retirados e enterrados por eles devido ao isolamento da região, que dificulta o resgate.
“Se não encontrarem meu filho, eu passo o resto da minha vida tirando aquela lama de lá”, diz a lavradora Patrícia dos Santos, 24, que conseguiu escapar a tempo do desabamento de sua casa.
Estive este final de semana em Friburgo, para localizar parentes que moram na Estrada do Amparo, a 4 km do centro. Faço algumas observações sobre a situação.
1. Em Friburgo, o número oficial de vítimas na região, de pouco mais de 600 pessoas, é motivo de riso. “São 1.000 só em Friburgo, no mínimo”, afirma uma fonte que trabalha na busca de corpos.
Não consigo entender a neurose em torno das “atualizações” constantes da imprensa em torno do número. Não seria melhor contar as histórias das pessoas?
Rua no centro de Friburgo
2. A imprensa fez um trabalho péssimo. Passavam de helicóptero com o intuito exclusivo de mostrar desgraça – eu assisti essa lógica na Record e na Globo, ouvi relatos de outros. Os moradores querem saber:
(i) de onde falam;
(ii) quem são as pessoas, a família, o sítio;
(iii) de que forma podem ajudar, pois o momento é de crise.
Um helicóptero da Globo chegou a descer num local isolado e encontrou uma mulher em trabalho de parto. Pediram o veículo. A Globo cedeu, mas não sem explorar ao máximo o caso. Chegaram a entrevistar a mulher – repito, em trabalho de parto! – no caminho para o helicóptero.
A mulher sofria, soprava, e a repórter da Globo perguntava insistentemente: “É menino ou menina? Qual o nome dela?” e por aí vai. Jornalismo esgoto da melhor qualidade. É o que, via twitter, Isabella Lychowski (@be11a_) classificou como sadojornalismo.
Entrega de 300kg de donativos no posto comunitário da polícia, comprados pela Obra Lumen de Evangelização. A solidariedade foi o ponto positivo da crise.
3. O cenário em Friburgo é desolador. Algumas pessoas desceram de carro só por curiosidade, uma atitude inacreditável. Há relatos de assaltos (mas nenhum arrastão, um dos mitos). Alguns comerciantes mereciam ser presos, vendiam caixas de leite a 7 reais, garrafa de água a 20. Eu fiquei deprimido em saber que existem pessoas assim, por mais que não seja uma novidade.
O boato da suposta barreira que teria cedido e estava prestes a inundar toda a cidade não fazia sentido, pois não havia sequer barreira no local apontado. O pior de todos os boatos era o de que uma creche com 60 crianças havia sido levada pela chuva. Outra mentira.
Os bombeiros fazem um excelente trabalho, mas imagine você o que é ficar retirando corpos o dia inteiro e não ter o seu trabalho reconhecido. O salário de policiais e bombeiros está entre os piores do Brasil, e o Governador se nega a apoiar a PEC 300. “Os políticos vão para a TV falar do trabalho exemplar deles nestes momentos, mas em 3 anos meu marido recebeu aumento de 0,5%”, me conta uma esposa de um bombeiro.
Uma casa de três andares está claramente em risco, próximo à Estrada do Amparo, mas moradores se negam a deixá-la.
4. A demagogia do governador Sergio Cabral terá de ser registrada para a história: sua base eleitoral é uma das responsáveis pelo caos na questão da habitação. Não há política firme de combate à especulação imobiliária, uma das principais responsáveis pelo cenário visto em Friburgo e outras localidades. Ele denuncia o que ele mesmo representa: o político eleitoreiro.
Pessoas endinheiradas compram a seu bel prazer imóveis para lucrar futuramente (às vezes imediatamente), aumentando custos de locação e, consequentemente, expulsando a população mais pobre para as áreas de risco. O governo pode fazer algo imediatamente: IPTU progressivo para quem especula. Já dá certo em muitos lugares. Mas muita gente poderosa vai perder eleitor e dinheiro se fizer o correto. É melhor deixar morrer. A mídia pouco fala disso, só no momento da crise e olhe lá.
Região central de Friburgo.
5. Inúmeros especialistas criticam a política urbana na área de moradia, apontando que a ênfase maior deve ser na organização do que já existe (áreas de risco, encostas etc) e no combate à especulação imobiliária. A presidenta Dilma não respondeu à seguinte questão: se o programa de habitação der todos os bilhões necessários para construção de novas casas, onde serão construídas? Sob qual critério serão cedidos os terrenos? Sob qual plataforma legal? A especulação será combatida?
Dilma chegou e saiu perdida da região serrana. Na correria, prometer bilhões e bilhões é fácil para qualquer governo federal. Mas para fazer o quê? Pouco foi dito sobre isso.
Além disso, é da base dela, Dilma, o relator do projeto de alteração do Código Florestal. As mudanças de responsabilidade do deputado Aldo Rebelo, que pertence a um partido dito “comunista” (o PcdoB), ampliam ocupações de áreas como as que conheci em Friburgo. Pretende, sem meias palavras, “legalizar o que já é fato consumado”, afirmam defensores das mudanças.
Moradias em encostas foram uma das causas da morte de mais de 1.000 pessoas na Região Serrana do Rio. O deputado Aldo Rebelo quer legalizá-las, a pedido do agronegócio e dos ruralistas. Se conseguir, preparemo-nos para a intensificação das tragédias.
Aldo Rebelo fecha com os ruralistas para vender essas áreas para o agronegócio – ele efetivamente negocia do lado dos ruralistas –, ataca o Greenpeace e outros movimentos sociais na luta contra o desmatamento e divulga em sua página artigo de gente como Denis Lerrer Rosenfield, “filósofo” gaúcho que, entre outras coisas, afirma que o Brasil não precisa de reforma agrária. Em outros tempos, Rosenfield só conseguiria publicar seus artigos em meios como VEJA e Estadão. Hoje está do lado de “comunistas” como Rebelo.
Se aprovadas, as alterações promoverão pelo menos mais 10 anos de tragédias como esta, ano após ano. Grande trabalho, deputado Rebelo. Procurado hoje o dia todo, Rebelo usou uma velha tática dos políticos da extrema-direita: “Não foi encontrado”, “Não retornou as ligações” e por aí vai.
A força da água foi tão forte que as bombas do posto da Petrobras, no centro de Friburgo, não resistiram.
6. Os governos preferem fazer o que sempre fazem: como existem muitos “responsáveis”, eles apontam as responsabilidades alheias. É claro que existem muitos moradores que insistem em ficar em área de risco.
O que não costumam comentar – imagine o leitor o porquê – é que seria necessário aumentar a fiscalização para lacrar essas casas em áreas de risco. Para isso, precisaria acabar também com os políticos que dão cobertura, em troca de voto. E são, veja só, estes mesmos governantes que fazem e fiscalizam as leis. Que coisa, não? Cabral é fruto dessa configuração política, e não um opositor, como gosta de se colocar.
A maior parte das ruas em Friburgo precisa de apoio e está coberta de lama.
7. Eu tenho muitas histórias horríveis de mortes de famílias, tragédias inacreditáveis. De que adianta contar? Eu não me formei jornalista para ficar tocando o terror. Se não tem qualquer informação válida, não tem porque noticiar.
Área de acesso à Estrada do Amparo e à Chácara do Paraíso, em Friburgo.Área de acesso à Estrada do Amparo e à Chácara do Paraíso, em Friburgo.
8. Uma curiosidade. Comentam em uma roda: “Paulo Azevedo morreu”. Umas quinze pessoas se alegram. Ele é ex-prefeito de Friburgo e o comentário é de que ficou rico com tragédia parecida em 2006 e assassinou um vereador à luz do dia (e não foi preso). Posso afirmar que todas as pessoas que conheci e visitei estão felizes com o acontecimento, “uma notícia boa entre tantas ruins”, comentam.
Área do acampamento da Assembleia de Deus, km 4 da Estrada do Amparo. Por lá também houve vítimas, cujos corpos estavam sendo resgatados dentro do possível pelos bombeiros.
9. Existe uma consequência óbviae uma consequência em geral ignorada.
A consequência óbvia é o risco de doenças, tema em que as autoridades sanitárias estão, ao que me pareceu, tratando bem.
A consequência em geral ignorada é o trauma. Depois de apenas um dia em meio à tragédia, não conseguia dormir. Cada vez que fechava o olho, começavam as imagens de terror a povoar a noite. Era estradas que caiam, corpos que sobrevoavam os sonhos, mantimentos destruídos e casas pegando fogo. “Fiquei três dias sem dormir”, conta uma moradora de uma área isolada.
A reação da maior parte das pessoas não é adequada (e nem poderia ser): alguns bebem, outros perdem o controle, outros vão jogar ‘video game’ ou tentar ocupar a mente de qualquer forma, isso mesmo em meio ao caos. Alguns reagem com maestria, ajudando quase que 24 horas por dia quem precisa, mas a maioria não consegue reagir imediatamente. É um momento de fato traumático. Não é nada fácil reagir. Aos poucos todos vão acordando do que parece ter sido um grande pesadelo.
Visão do carro em uma rua próxima à Estrada do Amparo, Friburgo. Esta região foi destruída e isolada, mas com menos vítimas do que em outros lugares. O bairro de Córrego Dantas, por exemplo, praticamente desapareceu.A mesma estrada.Na região próxima à Estrada do Amparo, quase todas as famílias ficaram isoladas, sem luz, sem água e sem informação sobre o que estava acontecendo.
10. Por fim, perceba que a crise expõe pelo menos uma situação: a sociedade sabe reagir. A solidariedade é gigantesca. Em poucas horas, o Brasil inteiro está doando todo tipo de recursos. Centenas de voluntários estendem as mãos. Bombeiros e outros agentes públicos, mesmo mal pagos, correm para socorrer vítimas e minimizar danos. Neste ponto, estamos bem.
O que devemos nos perguntar, no entanto, está relacionando ao que vem pela frente: além de reagir, saberemos agir para o bem comum? Mais do que na reação, é decisivo que a ação seja permeada de solidariedade. Principalmente na união contra os demagogos de sempre, que invariavelmente tentam se passar por redentores da pátria.
Outro ponto pertinente é pensarmos sobre as implicações ambientais ao qual todos nós estamos submetidos. É possível continuar “crescendo” do ponto de vista econômico sem levar em consideração os riscos ambientais que são inerentes à destruição do meio ambiente? Manteremos o mesmo padrão de consumo irresponsável?
A empresa de energia fez um bom trabalho em Friburgo, após os deslizamentos.Casa do governo próxima à entrada da Estrada do Amparo (RJ-150), em Friburgo. O acesso foi totalmente destruído.Casa do governo próxima à entrada da Estrada do Amparo (RJ-150), em Friburgo. O acesso foi totalmente destruído.
_____________________________________________ (*) Gustavo Barreto, jornalista. Todas as fotos de minha autoria e todas as fontes de minha responsabilidade. Lembro que comentários podem ser feitos livremente, abaixo, sem censura. Contato pelo @gustavobarreto_.
Jornalista, 41, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.
Todo morro entendeu
quando o Zelão chorou.
Ninguém riu, nem brincou
e era Carnaval.
No fogo de um barracão
só se cozinha ilusão,
restos que a feira deixou
E ainda é pouco só.
Mas, assim mesmo o Zelão
dizia sempre a sorrir
que um pobre ajuda outro pobre
até melhorar.
Choveu, choveu.
A chuva jogou seu barraco no chão,
nem foi possível salvar violão
que acompanhou morro abaixo a canção
das coisas todas que a chuva levou,
pedaços tristes do seu coração.
“O Corpo de Bombeiros informou por volta das 9h10 desta terça-feira que o número de mortes em decorrência das chuvas que atingem parte do Estado subiu para 15.
“Segundo os bombeiros, a região com maior número de vítimas é o Andaraí, com cinco mortes. Em Vila Isabel, no morro dos Macacos, a corporação afirmou ter registrado outras cinco mortes.
“No morro do Borel, na Tijuca, são duas mortes confirmadas e três pessoas resgatadas com ferimentos após um desabamento. Outros deslizamentos causaram duas mortes ainda em Niterói”.
P.S.: a contabilidade macabra foi aumentando sem parar. Por volta das 13h, as mortes já somavam 50. É esse o Rio de Janeiro que receberá o Mundial de Futebol e a Olimpíada?!