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Mulheres sofrem ataque no campus da UFF, em Niterói

Ato 17.03.14

 [Por Marcela Pereira – 20.03.2014]

No dia 12 de março, apenas quatro dias depois do Dia Internacional da Mulher, mais um ataque covarde às mulheres aconteceu no Gragoatá, campus da UFF, em Niterói. Três estudantes sofreram abuso sexual e violência física. A primeira, logo na entrada, teve uma “passada de mão”. Não “satisfeitos”, os agressores ainda a encararam – no sentido de intimidá-la. Alguns minutos depois, as duas outras, ao saírem do Bandejão: uma, por estar portando um broche com a Foice e o Martelo, se viu sendo indagada provocativamente sobre o símbolo, com direito a presenciar saudação nazista e xingamentos, até que um dos agressores a pega pelo cabelo para forçar o que seria um “beijo”.

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Como a mídia conta o que acontece nas favelas

Por Claudia Santiago, do NPC

Estamos em 2003. Depois de passar a noite do dia 16 de abril sem dormir, chorando a morte de seus meninos, quatro famílias de trabalhadores, moradores do Morro do Borel, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, foram novamente apunhalados quando o dia clareou. No jornal estava escrito: os guris “faziam parte de um bando de traficantes de drogas, que descia o morro para assaltar as ruas do bairro”.

Com riqueza de detalhes o repórter Sérgio Meirelles, do jornal Extra, descreveu a suposta cena: “os PMs apreenderam 145 trouxinhas de maconha, 20 papelotes de cocaína, etc, etc”. Os nomes e sobrenomes dos garotos estavam lá com todas as letras. Mas Sérgio não se preocupou em saber quem eram eles. Se trabalhavam, se estudavam, com quem moravam. Se tinham filhos. Quem eram seus pais. E o que estes tinham a dizer sobre aquilo tudo. A dor das mães pobres, pretas e faveladas que perdiam seus filhos não mereceu sequer uma linha no jornal. Só a voz de quem matou foi ouvida.  Continue lendo Como a mídia conta o que acontece nas favelas

VILA AUTÓDROMO SOFRE VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS! QUEREMOS LIBERDADE!

Jane Nascimento

O projeto lançado para nova moradia da Vila Autódromo foi proposto para a comunidade sob uma forma de afronta aos nossos direitos de escolha.
A prefeitura chegou com tudo pronto sem a participação dos moradores. Passando por cima de um direito que temos de decidir o que queremos. Como no caso do nosso plano popular apresentado ao Prefeito Eduardo Paes em agosto de 2012, cujo ele nos prometeu uma resposta dentro de 45 dias através de uma nova reunião que estamos aguardando até hoje.
A oferta da prefeitura faz parte de um pacote que promete pra famílias da baixa renda piscina com toboágua, área de lazer, comércio, escola entre outras coisas. Acompanhado de uma forte pressão psicológica em cima das famílias que reconhecem o seu direito de não aceitar o que lhe está sendo imposto.
É falta de princípios da prefeitura não querer administrar corretamente os direitos da sociedade e abordar as famílias provocando excitação mostrando um “mundo novo”, as excluindo do direito de qualquer reflexão sensata. A consequência será uma taxa de condomínio que não caberá no bolso de muitos, que sofrerão despejo. Isso a prefeitura não está mostrando. Queremos o direito de manter nossa cultura, direito de voz e de ir e vir.
A Vila Autódromo tem RGI (Registro Geral de Imóveis) de toda a área ocupada pelos moradores e Título de Concessão de direito real de uso, por isso, nem todos os moradores são obrigados a aceitar o Parque Carioca trocando suas casas por um micro-apartamento.
O direito de opção é uma maneira de podermos decidir por uma melhor qualidade de vida. Sairia muito mais em conta e seria mais vantajoso para a sociedade e para o cofre público a pavimentação e legalização da comunidade. Precisamos exigir que o governo ponha em prática as verdadeiras políticas públicas do nosso país. Políticas que realcem a dignidade humana até mesmo o respeito a natureza das vegetações e animais. Pois nada disso está sendo respeitado.
Não somos contra os jogos nem contra o progresso, apenas não aceitamos exclusão social. Cada um decide o que é melhor pra si, ninguém deve impor nada a ninguém.

Quatro exemplos de resistência no Rio de Janeiro

Por Maíra Mathias, Raquel Júnia e Raquel Torres/ Brasil de Fato

No meio do caminho para deixar a cidade mais bonita para os turistas que chegarão ao Rio durante Copa do Mundo e Olimpíadas tinha uma comunidade. E continua tendo, graças à resistência de centenas de pessoas, apesar da investida sistemática dos governos com os argumentos já desgastados de que não se pode barrar o progresso, de que as famílias serão recompensadas, de que haverá assistência no deslocamento, de que um estacionamento é mais importante agora e etc. Em entrevista ao Brasil de Fato, pessoas que participam ativamente de processos de resistência relatam as dificuldades de quatro comunidades no Rio de Janeiro que têm sido emblemáticas na luta por direitos: a Aldeia Maracanã, localizada no terreno do antigo Museu do Índio, ameaçada de demolição e remoção pelas obras da Copa do Mundo; a Vila Autódromo, que há anos sofre ameaças de despejo por governos interessados em explorar a área, na beira da lagoa de Jacarepaguá; o Morro da Providência, com obras de “revitalização” que projetam a remoção de um terço das famílias moradoras; e o território de Manguinhos, alvo de diversas violações aos direitos humanos pelas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O encontro aconteceu em uma manhã de sábado, no antigo Museu do Índio. Até a data do fechamento dessa edição, o governo estadual havia voltado atrás da decisão de demolir o prédio do antigo museu, mas continuava inflexível em relação à remoção da aldeia. Leia abaixo a entrevista com Jane de Oliveira, diretora social da Associação de Moradores da Vila Autódromo, Sidney Ferreira, um dos fundadores da Comissão pelo Direito à Moradia da Providência e membro do Fórum Comunitário do Porto, Urutau Guajajara, mais conhecido como Zé, é professor de línguas indígenas e uma das lideranças da Aldeia Maracanã e Fernando Soares, coordenador do Laboratório de Direitos Humanos de Manguinhos e um dos fundadores do Fórum Social da Comunidade. Continue lendo Quatro exemplos de resistência no Rio de Janeiro

Nota do MST sobre o assassinato do lutador Cícero Guedes

Campos dos Goytacazes, 01 de Fevereiro de 2013

O MST RJ vem a público reconhecer o empenho e a celeridade da Polícia Civil em apurar os responsáveis pelo assassinato do militante Cícero Guedes dos Santos. A eficiência da Polícia nesse caso vem aliviar um pouco a tensão permanente em que vivem os acampados, assentados, militantes e apoiadores do MST.

O assassinato do Cícero foi um crime contra os que lutam pela terra. Em que os principais responsáveis são o latifúndio e a morosidade do Estado Brasileiro em realizar a Reforma Agrária. Cícero, militante histórico do MST, assentado desde 1997 no assentamento Zumbi dos Palmares, foi assassinado por defender a Reforma Agrária e os princípios do MST. Continue lendo Nota do MST sobre o assassinato do lutador Cícero Guedes

Bonde da Cultura relata viagem a São Paulo

Turma do curso do NPC reunida em São Paulo

Neste final de semana que passou (9, 10 e 11/11) o NPC (Núcleo Piratininga de Comunicação) proporcionou uma experiência ímpar ao Bonde da Cultura e a todos que estiveram na viagem de encerramento do curso Vozes das Comunidades de 2012 a São Paulo. Foram momentos de integração e muita fraternidade entre uma juventude que acredita que pode promover mudanças através da COMUNICAÇÃO POPULAR.

Saudamos aqui com um carinho todo especial Vito Giannotti e Claudia Santiago, além de toda turma do curso. Continue lendo Bonde da Cultura relata viagem a São Paulo

Inscrições abertas para a 7ª edição do Curso de Comunicação Popular do NPC

Com o lema “Paz sem voz não é paz, é medo” (Marcelo Yuka), começa no dia 29 de março a sétima edição do Curso de Comunicação Popular do NPC. A aula inaugural será ministrada pelo professor Reginaldo Carmelo de Moraes, da Unicamp. Os alunos participarão de um debate promovido pelo NPC e pelo SENGE sobre “Roger e eu”, documentário de Michael Moore sobre as consequências do projeto neoliberal nos Estados Unidos, com foco nas demissões de milhares de trabalhadores após o fechamento da General Motors em Flint. O diretor mostra o sofrimento das famílias, arrasadas pela lógica do capital.

O Curso de Comunicação Popular do NPC foi criado em 2003, no Rio de Janeiro. De março a outubro, cerca de 30 ativistas de diversos movimentos sociais irão participar de aulas teóricas sobre comunicação, história, política, literatura, música e economia. Também haverá cursos teóricos e práticos de jornal impresso, rádio, vídeo e internet. É destaque na programação o contato com a história e a cultural do Rio de Janeiro a partir de visitas a museus, cinemas, teatros e centros culturais.

Os encontros ocorrerão quinzenalmente aos sábados, das 9h às 18h, no centro da cidade e também nas comunidades em que moram os alunos. Haverá ainda aulas de reforço de redação e internet para quem tiver necessidade. Durante o curso os alunos produzem textos para blogs e jornal popular e comunitário, além de um programa de rádio e um filme de curta duração. Ao final do curso, na manifestação do Grito dos Excluídos (7 de setembro), é lançado o Vozes das Comunidades, veículo impresso produzido pelos próprios alunos desde a escolha da pauta, passando pela apuração, redação e diagramação final. Normalmente são trabalhados temas relacionados diretamente à realidade dos participantes do curso, como direito à moradia, violência policial, cultura popular, educação, saúde, trabalho e outros temas.

Para saber sobre inscrições, basta enviar um e-mail para boletimnpc@terra.com.br e falar com Claudia Santiago. No preenchimento das vagas terão prioridade ativistas de movimentos sociais, alunos do Prouni e beneficiados dos programas de cotas. Não há limite de idade.

Clique na imagem para conferir a última edição do jornal Vozes das Comunidades.