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IstoÉ DESMASCARA A FARSA E EXPÕE A CHANTAGEM BOLIVIANA. E AGORA, DILMA?

 

O advogado dos 12 torcedores corinthianos laçados pela polícia boliviana para servirem como bodes expiatórios da morte do jovem Kevin foi sondado pelo tio do pranteado defunto, o também advogado Jorge Ustarez Beltrán: a família se dispunha a reconhecer a inocência dos gaviões engaiolados, ajudando a defesa a desmontar a farsa, mediante o pagamento de 220 mil dólares (cerca de R$ 400 mil).

 Como o Corinthians se recusou a ser extorquido e a Gaviões da Fiel não tem como arcar com um resgate tão vultoso, o dr. Sérgio de Moura Ribeiro Marques foi para o tudo ou nada, tornando pública a  proposta indecente. Pois, espertamente, gravara as conversas sem conhecimento do interlocutor.

 A história é contada na matéria de capa da revista IstoÉ desta semana, As provas da chantagem boliviana, e pode ser lida aqui.

 A  cantada  do titio ganancioso está neste trecho das gravações:

…o que nós propomos a vocês é acabar de vez com esse processo. Uma vez retirada a denúncia, não é possível, portanto, um processo penal. Os familiares buscam uma reparação material, civil… entendo que essa responsabilidade poderia ser assumida pelo Corinthians… estou consciente de que os 12 não são culpados.

O  malandro otário  passou recibo da tentativa de extorsão, ao escrever de próprio punho a quantia ambicionada num papelucho que a IstoÉ reproduziu.

A revista também detalha o acordo costurado pelos dois advogados, mas frustrado por falta de quem se dispusesse a morrer numa grana preta:

…o tio de Kevin, segundo Marques, produziria uma petição na qual declararia, entre outros pontos, a inocência dos 12 brasileiros presos pela morte de Kevin.

E – mais importante – revelaria que o adolescente boliviano encontrava-se de costas para o campo quando foi alvejado pelo sinalizador. Além de Beltrán, Beymar Jonathan Trujillo Beltrán, primo de Kevin e única testemunha ouvida (em uma declaração de apenas cinco linhas) sobre a morte dele, assinaria o documento que seria incorporado ao processo de investigação.

Por ser uma declaração contundente de uma nova testemunha intimamente ligada ao adolescente morto, seria aberta uma grande possibilidade de libertação para os brasileiros. Apesar de não ter se pronunciado legalmente ainda, o tio de Kevin estava no jogo Corinthians e San José…

Para completar a comédia de erros, o advogado Marques denuncia a existência de “pressão política” por parte do governo brasileiro e do Corinthians para que o escritório do qual é sócio seja afastado do processo. O motivo: “Querem que nós sejamos destituídos do caso e o governo colha o mérito da possível soltura dos torcedores”.

Finalmente, eis a irrefutável conclusão do autor da reportagem, Rodrigo Cardoso:

…se não há como provar a culpa dos 12 torcedores do Corinthians, eles têm de deixar a prisão em Oruro. Passou da hora de o governo brasileiro arregaçar as mangas de verdade e, livre de interesses paralelos, priorizar uma solução rápida para a prisão arbitrária de 12 de seus cidadãos que, na Bolívia, vivem dias de criminosos sem sequer terem sido acusados legalmente.

É a mesma posição que sustento há mais de dois meses. No artigo Vergonha: Bolívia faz 12 brasileiros de bodes expiatórios! (acesse aqui ), de 11/03/2013, já escrevi:

As autoridades de cá estão agindo com tibieza vergonhosa, ao não defenderem da forma mais enérgica BRASILEIROS FLAGRANTEMENTE INJUSTIÇADOS NOUTRO PAÍS.

Já passou da hora de mostrarem algum serviço, pois suas frouxas gestões não tiveram resultado prático nenhum e vêm sendo olimpicamente ignoradas pelos bolivianos.

Voltei ao assunto em Os 12 torcedores sequestrados na Bolívia e a tibieza brasileira (acesse aqui), do último dia 8, quando um grupo de deputados se reuniu em Brasília com representantes de três ministérios e da OAB para discutirem possíveis medidas a serem tomadas:

Vamos ver se, a partir de hoje, nossas autoridades deixam de agir com a TIBIEZA VERGONHOSA que vem caracterizando sua atuação no episódio.

…Tenho certeza de que, se os injustiçados pertencessem à classe média ou à elite, as gestões brasileiras teriam sido incisivas e imediatas.

A Justiça boliviana está agindo de forma tão aberrante que já se justifica uma queixa à OEA.  É o caminho inescapável para o Brasil, caso o sequestro não cesse…

Depois da revelação da IstoÉ, o nosso governo tem a obrigação moral de, finalmente, se fazer valer. Ou seremos obrigados a concluir que ele não vale nada.

OS 12 TORCEDORES SEQUESTRADOS NA BOLÍVIA E A TIBIEZA BRASILEIRA

Eis uma informação da Folha de S. Paulo desta 4ª feira (08/05):

O grupo de deputados que trata da prisão dos 12 corintianos na Bolívia se reuniu ontem com representantes de três ministérios e com a OAB para discutir os avanços no caso. ‘Os próximos 15 dias serão decisivos’, diz Nelson Pellegrino (PT- -BA). O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, viaja à Bolívia na próxima semana para conversar sobre o tema com autoridades locais.

Eis o que escrevi há quase dois meses, no dia 11/03:

…sendo um cidadão dotado de espírito de Justiça, considero ARBITRÁRIOINCONCEBÍVEL e INACEITÁVEL que, por conta do homicídio culposo cometido por UM torcedor, DOZE estejam presos há 20 DIAS

…Estão servindo de BODES EXPIATÓRIOS para as autoridades de lá, PRINCIPAIS CULPADAS PELO OCORRIDO, já que aquele apetrecho naval jamais poderia ter entrado na Bolívia nem no estádio.

É melhor para elas que a ira popular esteja sendo direcionada contra os detidos e ninguém se lembre de perguntar por que não houve revista policial na fronteira e, sequer, na catraca.

Desde quando se admite o ingresso com ARMA numa competição esportiva?! Granadas também podem? E metralhadoras?

As autoridades de cá estão agindo com tibieza vergonhosa, ao não defenderem da forma mais enérgica BRASILEIROS FLAGRANTEMENTE INJUSTIÇADOS NOUTRO PAÍS.

Já passou da hora de mostrarem algum serviço, pois suas frouxas gestões não tiveram resultado prático nenhum e vêm sendo olimpicamente ignoradas pelos bolivianos.

Demorou demais para a ficha cair, se é que realmente caiu.

Vamos ver se, a partir de hoje, nossas autoridades deixam de agir com a TIBIEZA VERGONHOSA que vem caracterizando sua atuação no episódio.

Por enquanto mantenho tal avaliação, pois ela é mais do que merecida. Tenho certeza de que, se os injustiçados pertencessem à classe média ou à elite, as gestões brasileiras teriam sido incisivas e imediatas.

A Justiça boliviana está agindo de forma tão aberrante que já se justifica uma queixa à OEA.  É o caminho inescapável para o Brasil, caso o sequestro não cesse nos próximos “decisivos” 15 dias.

Cartolas brasileiros: um jogo sujo com sócios de peso como TV Globo, CBF e Corinthians

“Sou amigo do Ricardo Teixeira mesmo, sou amigo da Globo mesmo, apesar de ser gângster, não tenho problema não. Agora, eu vejo meu clube”, diz André Sanches, presidente do Corinthians em vídeo amador exibido pela Rede Record este ano.

Sanches, pra quem não sabe, era grande amigo do ex-dirigente mafioso Kia Joarabchian, denunciado pela Polícia Federal por lavagem internacional de dinheiro, entre outros crimes. (Acesse aqui matéria que conta toda a história)

Segundo fontes da reportagem, Kia ainda é o presidente de fato do clube paulista, enquanto Sanches é seu ‘laranja’.

(Vídeo de junho de 2011)

Jogador de futebol também é gente

Mais uma vez um jogador do Flamengo se meteu em confusão nesta semana. Willians, que é titular do time, estava com amigos no restaurante Rei do Bacalhau, na rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias, quando começou um tumulto envolvendo sua noiva.

O jogador foi arrastado para fora do estabelecimento por volta das 4h da madrugada por um segurança, que lhe deu uma gravata. Seus amigos reagiram e começou uma confusão. O volante tentou apartar a briga e pedia calma, em vão. Ninguém ficou ferido e não foi registrada ocorrência policial.

Antes, Adriano (atacante), Bruno (goleiro), Léo Moura (meia) e Vágner Love (atacante) já haviam entrado em polêmicas envolvendo mulheres e amigos suspeitos de fazer parte do tráfico de drogas (o que não era novidade). As investigações devem ser feitas, até porque os jogadores do Flamengo não estão acima (nem abaixo) da lei.

É preciso pensar além dos preconceitos. Contextualizar esta questão.

Fatores culturais

Os jogadores de futebol possuem, quase sempre, duas características socioeconômicas idênticas. Eram pobres e agora são ricos. Estamos falando, portanto, das condições sociais e econômicas. Em termos sociais: moravam em áreas pobres, com pouco acesso a cultura, educação e saúde, por exemplo. Em termos econômicos: eram pobres. Sem grana.

Com isso, sem que a maioria das pessoas perceba, naturaliza-se uma terceira característica: todos ficaram ricos muito rapidamente. Se em suas infâncias viveram em um contexto de violência social, com vinte e poucos anos vivem em uma situação de tranquilidade econômica. Essa passagem é, em si, uma forma de violência cultural.

Como lidar com essa questão? As famílias destes jogadores, se desestruturadas, não puderam dar condições para que o futuro profissional coloque os valores humanistas acima de valores condenáveis pela sociedade.

É o caso do goleiro Bruno, que declarou ser normal, na visão dele, bater em mulher. Bruno é uma referência hoje, daí a reação da imprensa. Mas iguais a Bruno existem milhares de homens, Brasil afora, que nunca tiveram melhor referência e, por isso, fazem tal juízo.

A violência contra as mulheres não é um problema do goleiro do Flamengo: trata-se de um problema nacional. A imprensa popular prefere julgar Bruno, o ser humano, em vez de utilizar sua frase infeliz para ampliar o debate sobre o papel das mulheres na nossa sociedade. É uma opção clara, moralista, que não ajuda em nada. Em nada mesmo.

Nem sequer Patricia Amorim, que é uma mulher forte e segura de si, aceitou o clima dos últimos dias. A presidente do Flamengo afirmou que foi exagerada a reação da imprensa. “Todas as coisas que aconteceram devem ser divulgadas, porque são jogadores, são referência. Mas existe um exagero sem dúvida nenhuma”.

“Não temos como proibir que eles voltem ao lugar de onde vieram”, completa Michel Assef Filho, advogado do clube. “Já perdi muitos amigos na criminalidade, mas nunca usei drogas. Não vou deixar minhas origens e minhas raízes”, reafirmou Vágner Love.

Questão de classe

Aqui encontramos também o preconceito de classe, claro. Esse existe, está vivo e qualquer jornalista sério sabe disso. Ainda persiste a apresentação da favela como um lugar do crime é estampada nos jornais, em descrições racistas como “Morro da Chatuba: refúgio de bandidos expulsos das favelas da Zona Sul” (Veja Rio, mar/2010).

A ligação de jogadores de futebol com o tráfico deve ser investigada, reafirmo. Muitas vezes, pode até ser legal (frequentavam o mesmo espaço, por exemplo), mas os jogadores precisam entender que não fortalece suas comunidades. Não é por meio da liderança do tráfico de drogas que o Rio de Janeiro se tornará menos violento, isso está claro.

A grande hipocrisia, no entanto, está em sugerir que são os jogadores de futebol (e, principalmente, do Flamengo) os maiores incentivadores do tráfico no Rio, como está parecendo pela leitura das revistas semanais. Conforme apontou Renato Prata Biar, em artigo recente, os atores Marcelo Anthony e Fábio Assunção também se envolveram com drogas e com traficantes de drogas. “No entanto, o tratamento que receberam foi do tipo que é dispensado às pessoas doentes, com problemas psicológicos, que precisavam de ajuda, carinho e compreensão”, anota o articulista. Vagner Love, Adriano e os demais jogadores do Flamengo nunca foram pegos usando drogas, é bom destacar. E também são humanos.

Além disso, todos sabem muito bem que a Zona Sul está repleta de “drogados”, pessoas que fazem uso de drogas ilícitas, abastecendo amplamente as redes de narcotráfico na cidade. Recomendo fortemente a leitura do artigo de Renato Prata Biar, na edição online do Fazendo Media (clique aqui).

O que falta, na verdade – para os atores da Globo, por exemplo, mas principalmente para os jovens jogadores – é orientação. De fato, na falta da família, é urgente que o clube, que na maior parte das vezes pega o garoto com 12, 13 anos, se responsabilize pelo crescimento intelectual do jogador, de seu aperfeiçoamento cultural e de aconselhamento financeiro. Registrando que, evidentemente, este é um problema que começa com a ausência deste diálogo no próprio ensino fundamental.

Exatamente por não serem heróis, os profissionais do mais importante esporte nacional precisam desse apoio, sem o qual continuarão a serem explorados de modo irresponsável pela imprensa.

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GOLAÇO DO CORINTHIANS

No início da semana, a diretoria do Corinthians assina acordo de cooperação com o programa “Começar de Novo”. O projeto, do Poder Judiciário, capacitará detentos e egressos do sistema penitenciário para inserção no mercado de trabalho.

No Parque São Jorge, adolescentes em conflito com a lei, detentos e egressos poderão usar as dependências alvinegras para a prática esportiva. O acordo foi selado em parceria com o Conselho Nacional de Justiça, com o Tribunal de Justiça de São Paulo e com a Fundação Casa.

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WOODS, ASTRO DO… PÔQUER?

Veja que curioso: o jogador de golfe Tiger Woods, astro mundial recentemente envolvido em problemas pessoais por conta de um caso de infidelidade conjugal, recusou uma oferta de US$ 75 milhões (R$ 134 milhões) por cinco anos para se tornar jogador profissional de pôquer.

Woods não aceitou a oferta para se tornar garoto-propaganda do site Paddy Power, de acordo com o jornal espanhol Marca. É bom lembrar que, após os problemas acima descritos, Woods perdeu grande parte de seus patrocinadores.

A empresa de telecomunicações norte-americana AT&T, antiga patrocinadora, não irá mais estampar sua marca na bolsa de golfe do desportista, quando este voltar ao Masters. Ele poderia usar a logomarca da Nike, sua fornecedora de material esportivo, mas estampará apenas a sigla TW, em alusão ao seu nome. A empresa de consultoria tecnológica Accenture e a Procter & Gamble, fabricante da Gillette, também deram fim ao contrato com o golfista.

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FÓRMULA 1: CURIOSIDADE ÁRABE

Fernando Alonso foi o grande vencedor do GP de Bahrein, com o tempo de 01h39. Felipe Massa ficou em segundo, a 16s, e Lewis Hamilton chegou em terceiro, a 23s. A próxima etapa será em Melbourne, dia 28.

Bahrein é um pequeno estado insular do Golfo Pérsico, com fronteiras marítimas com o Irã (nordeste), Qatar (leste) e Arábia Saudita (sudoeste). Antiga colônia inglesa, sua capital é Manama.

Trata-se de uma monarquia absolutista, com um primeiro-ministro e um gabinete integralmente apontados pelo Monarca. O atual primeiro-ministro (que é o mesmo desde 1971), bem como a totalidade do gabinete, são da família real.

Da Venezuela, onde há eleições reconhecidas pela União Europeia e referendos consultivos, a imprensa adora falar mal, chamar de ditadura, essas coisas. Já no Bahrein pode.

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BRASIL NO SUL-AMERICANO

Do Globo.com: Juliana Veloso comandou o Brasil no primeiro dia dos saltos ornamentais dos Jogos Sul-Americanos de Medellín. Ela conquistou a prata no trampolim de 1m, e Milena Canto ficou com o bronze na prova. O Brasil levou outras duas medalhas, com Ian Matos no trampolim de 3m, e com ele e Rui Marinho no de 3m sincronizado.

Esta coluna dá os parabéns pela conquista.

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Pela Taça Rio, o Vasco perdeu para o tradicional Olaria e deu chances para que o América chegue ao segundo lugar do grupo B. Apenas dois se classificam para as semifinais da Taça Rio.

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