As andadas pelas ruas da cidade, indo e vindo até e da universidade. As estudantes de saúde mental comunitária. A conversa com um velho e muito querido amigo. As recordações do encontro com os terapeutas comunitários em Santa Luzia. A soneca na maca do hospital. Os entardeceres destes dias que parecem como aquarelas diluídas no tempo. E agora que a noite vem chegando, o tempo parece querer passar por debaixo de si mesmo. Como se quisesse pular um dia. O tempo brinca, a vida brinca, brincamos nós, humanos, a brincar de eternos.
O amanhã parece querer se mostrar como um amanhecer ainda não amanhecido. Umas flores na beira do caminho. As vacas. Os povoados na beira do caminho. A fé que te alimenta. A família a passeio. A recordação viva dos teus tempos de estudante, a te misturar com as pessoas do meio popular, em busca de uma sociologia a serviço das classes trabalhadoras. Como se o tempo tivesse dado um jeito de frutificar sonhos adiados, continuados, prosseguidos, florescidos. As palavras de Adalberto Barreto chegando no meio do círculo. A roda continua. O tempo prossegue e segues tú também, andarilho do tempo.
Doutor em sociologia (USP). Terapeuta Comunitário. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Autor de “Max Weber: ciência e valores” (São Paulo: Cortez Editora, 2001. Publicado em espanhol pela Editora Homo Sapiens. Buenos Aires, 2005), Mosaico (João Pessoa: Editora da UFPB, 2003), Resurrección, (2009). Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/