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A vida acorda diante da morte

Quem acompanha as matérias divulgadas nesta revista deve ter percebido a nossa insistência na necessidade de retornarmos à normalidade institucional.

A quebra da ordem constitucional, o afastamento do Brasil da plena vigência do estado de direito, o predomínio da delinquência política institucionalizada tanto no plano governamental nacional quanto nas chamadas redes sociais, são sinais de alerta gravíssimo.

A cidadania vem reagindo de distintas maneiras, a esta farsa pseudodemocrática que vêm dizimando a população não apenas no plano da existência física, como também no que diz respeito à dimensão existencial da pessoa.

O sentido da vida está ameaçado quando autoridades federais debocham do genocídio em marcha. A dimensão mais profunda da pessoa se estremece quando se banaliza a violência exercida contra os segmentos mais vulneráveis.

A destruição e fragilização do respeito ao valor da vida está por trás deste panorama. Ataca-se a ciência, a educação, a arte, a cultura, a diversidade religiosa. É uma operação macabra. Certamente que a vida acorda diante da morte.

Temos saído de uma espécie de letargia. A solidariedade deixa de ser uma palavra vazia. As pessoas se dão as mãos. Sabemos que somente poderemos sobreviver juntos, juntas. A reação está sendo visceral. Diante da morte tudo fica claro. Não temos condição de fechar os olhos.

Talvez muitas pessoas tenham percebido que democracia não é apenas votar em candidatos/as com certa periodicidade. Trata-se do direito à vida. Respeito à diversidade. Fortalecimento dos mecanismos naturais de construção e preservação de vínculos solidários positivos.

Recuperação do sentido do valor da capacidade que temos como seres humanos, de vencer as adversidades. A ditadura instalada em 1964 saiu de cena. Restabeleceu-se a democracia. Contudo, somos chamados e chamadas a refazer este tecido básico e essencial.

Olhar para esse passado sinistro deve nos alertar para o que se instalou a partir do golpe de estado de 2016 e das eleições viciadas de 2018. Um governo claramente afastado do mais elementar respeito aos Direitos Humanos.

Temos mantido nesta revista uma atenção intensa e constante sobre este aspecto. O Brasil caiu novamente sob o olhar preocupado da comunidade mundial de países. O regime atualmente no poder nos envergonha e ameaça. Justiça deve ser restabelecida.

Crimes contra a humanidade são imprescritíveis. O genocídio deve ser detido. Voltemos a refletir por nós mesmos/as. Recuperemos a noção de que vida é um dom de Deus, e deve ser preservada a todo custo!

Brasil de Fato debate operação no RJ e reafirma lugar da comunicação popular

Por Vivian Virissimo

Evento foi organizado em comemoração aos 8 anos do jornal no Rio de Janeiro; 12 convidados participaram da atividade

Brasil de Fato Rio de Janeiro completou oito anos no último sábado (1º), Dia do Trabalhador. Para celebrar o aniversário do jornal, o veículo realizou uma live na última quinta-feira (6), mesmo dia em que a operação na favela do Jacarezinho deixou um saldo de 25 mortes na cidade.

Mariana Pitasse, editora do Brasil de Fato no Rio de Janeiro, explicou que a atividade foi mantida justamente pelo reconhecimento da relevância da comunicação popular na denúncia e divulgação da violência cotidiana sofrida por moradores de favelas na cidade.

“Infelizmente o dia não está para comemoração, amanhecemos com a triste notícia da operação no Jacarezinho que deixou 25 mortos. E o motivo de termos mantido esse evento é justamente por reconhecer a importância de veículos como o Brasil de Fato na divulgação de informações do ponto de vista de quem vive a violência cotidianamente, um ponto de vista diferente da grande mídia”, explicou Pitasse.

Brasil de Fato foi criado pelos movimentos populares no Fórum Social Mundial em 2003 e foi editado em formato standard, vendido em bancas e por assinatura, até 2012. Em 2013, ano de fundação do Brasil de Fato RJ, o jornal uma nova fase com a produção de edições em formato tabloide para realizar o diálogo com a classe trabalhadora.

Durante esse período, redes de jornalistas compuseram a equipe de redação, dezenas de pessoas atuaram nos pontos de distribuição, vários parceiros políticos e sindicais contribuíram com anúncios e vários militantes atuaram no Conselho Editorial na proposição de pautas e acompanhamento político.

Joaquin Piñero

Rodrigo Marcelino, atual coordenador político do jornal, lembrou a trajetória do conselheiro Joaquin Piñero, falecido em março e que foi um dos principais responsáveis pela construção do Brasil de Fato no Rio.

“Quero celebrar a vida e a trajetória do Joaquin, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desde os anos 1990, cumpriu tarefas importantíssimas em várias regiões do país, inclusive internacionais. Ele veio para o Rio de Janeiro com a tarefa de construir o Brasil de Fato com muita disciplina e muito carinho”, contou Marcelino.

Durante a live, o vereador Lindbergh Faria (PT) contou que foi aprovada nesta quinta-feira (6) a concessão da medalha Pedro Ernesto para Joaquin Piñero. A homenagem será concedida no dia 11 de agosto, dia de aniversário do Joaquin, quando também é celebrado o Dia da Justiça.

Ao todo, 12 convidados participaram do evento para debater a comunicação popular e os desafios políticos e econômicos para o estado do Rio e o Brasil. Entre eles, Mônica Francisco, deputada estadual (PSOL); Lindbergh Farias, vereador do Rio (PT); Cláudia Santiago, do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC); Valéria Zacarias, da Frente dos Evangélicos pelo Estado Democrático de Direito; Luana Carvalho, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Carol Solberg, jogadora de Vôlei; Marinete Silva, mãe de Marielle Franco; Paulo Mansan, do Sistema Brasil de Fato de Comunicação; Gizele Martins, comunicadora popular da Maré; Carol Black, militante do Levante Popular da Juventude; Carol Dias, militante da Consulta Popular; e Sérgio Borges, diretor Adminstrativo e Financeiro da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Violência nas favelas

Mônica Francisco, deputada estadual (PSOL), ressaltou que arbitrariedades como as ocorridas na operação na favela do Jacarezinho mostram o quanto a comunicação popular é relevante para a sociedade.

“Um jornal como o Brasil de Fato faz diferença nesse momento em que o aparelho repressor do Estado, logo depois de uma visita do presidente Jair Bolsonaro ao estado do Rio de Janeiro coloca mais fogo nas tropas que já esperam um quê para garantir sua autonomia”, disse Mônica, que é ativista das lutas das favelas há três décadas.

“E digo mais: essa será a tônica daqui pra frente. Precisamos fortalecer veículos como Brasil de Fato para fazer os anúncios das ações da resistências e das lutas para nos fortalecer em rede enquanto movimentos e parlamentares da esquerda”, acrescentou.

Na visão de Luana Carvalho, da direção nacional do MST,  a comunicação popular cumpre o papel de trazer outro retrato do país.

“Os meios de comunicação popular trazem outra narrativa, a voz daqueles injustiçados e que sofrem violência no seu dia a dia. Não são só corpos, são pessoas e a comunicação popular traz a voz desses sujeitos que são calados e silenciados pelos grandes meios de comunicação”, pontuou Luana,  ao contar que teve oportunidade de participar da distribuição de jornais.

“A receptividade do povo é muito boa, é um jornal que tem linguagem popular, o povo lê durante o trem, nas viagens, leva para a casa”, concluiu.

Imprensa dos trabalhadores

Lindbergh Farias, vereador do Rio de Janeiro (PT), reconheceu como um equívoco dos governos do PT não ter trabalhado concretamente pela ampliação de uma imprensa dos trabalhadores.

“Não se pode ter ilusão com as elites brasileiras que são antidemocráticas e deram golpes em Getúlio Vargas, em Jango e no PT. Para conseguir se manter no poder tem que ter mobilização popular permanente. Não podemos voltar e ter a mesma ilusão, temos que nos preparar para a luta e um jornal como o Brasil de Fato tem papel muito importante na formação política”, destacou.

Massacres como o ocorrido na favela do Jacarezinho mostram como a comunicação popular é urgente e necessária, segundo Cláudia Santiago, do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC).

“Não são suspeitos que morreram, são pessoas que foram assassinadas pelo Estado Brasileiro. O que aconteceu reacende o motivo de lutarmos por uma comunicação livre dos interesses patronais e daqueles que financiam o extermínio da classe trabalhadora negra e favelada no Rio de Janeiro”, destacou.

Vitto Giannotti, do NPC, atuou não só como conselheiro do Brasil de Fato, mas desenhou o projeto gráfico editorial e coordenou a distribuição de exemplares.

“A última ação política de Vitto Giannotti foi a distribuição do jornal Brasil de Fato no metrô, na praça Saens Peña, na véspera da sua morte em 2015. O Brasil de Fato foi seu último sonho”, contou Claudia. Segundo ela, para conversar com os trabalhadores é necessário fazer uma comunicação de baixo para cima, ouvindo os reclames dos despossuídos, com a participação de jovens e adultos e de forma amorosa.

Debate de ideias

Um dos eixos temáticos tratados no debate foi a contribuição da manifestação e do engajamento político de figuras públicas no debate das ideias. Para a jogadora de vôlei Carol Solberg esse tipo de manifestação faz toda a diferença.

“Eu considero muito importante que diante de tudo que se vive no Brasil e no mundo aqueles que estão em evidência possam chamar atenção para debates importantes para a sociedade.  Eu, como atleta, vejo poucas manifestações de colegas e acho triste essa visibilidade não ser usada. Quando eu me manifesto cria-se um mal estar, mas a política está na vida, viver é um ato político”, argumentou.

Recentemente, a jogadora criticou a conduta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e sofreu uma série de represálias após se manifestar.

Já Marinete Silva, mãe de Marielle Franco, vereadora morta em março de 2018 no Rio, reafirmou o compromisso de continuar lutando pela memória da filha, pela injustiça que o Brasil vive na pandemia e pelas famílias vítimas de violência.

“Não dá para continuar vivendo o que a gente vive na periferia. A gente está vendo tanta gente se manifestando porque isso que aconteceu é uma chacina. Não tem outro nome. Cada vez mais a gente tem que se unir e vai se unir contra essas violências, como mulheres, como mães, pessoas que não viveram isso diretamente mas tem empatia. Vamos continuar lutando juntos. Vamos estar juntos com o Brasil de Fato, esse veículo tão popular e tão grandioso”, concluiu.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Mariana Pitasse

Deter o genocídio. Redemocratizar o Brasil

A detenção do genocídio e a redemocratização do Brasil são tarefas que deverão ser feitas por aqueles mesmos setores que quebraram a ordem institucional rasgando a constituição no golpe de estado de 2016.

O empossamento de uma pessoa totalmente incapaz, que manifestou publicamente em rede nacional de TV o seu apoio à tortura, está mostrando resultados.

Morte é o programa deste governo, que não se reduz ao atual ocupante da máxima magistratura da república. Congresso e judiciário têm as mãos sujas.

Corrompidos/as por privilégio e a uma total amoralidade e indiferença para com os direitos sociais, humanos e laborais, vivem em um mundo alheio e oposto ao de quem trabalha.

Manifestamos o nosso total apoio à reforma política que afaste para sempre a delinquência institucionalizada responsável pela ruptura da ordem social, política e econômica neste país.

Deve se acabar com o monopólio das comunicações do Brasil, que concentra em umas poucas famílias o poder de desinformar, enganar e manipular a população.

A classe jornalística e o meio intelectual amoral que apoiou a campanha de perseguição a Lula e ao PT deverão fazer algo mais do que pedir desculpas. Deverão ser julgados e processados pelos delitos de acobertamento de crimes contra a humanidade.

Até quando?

Levar adiante um projeto editorial supõe algo mais do que um entusiasmo momentâneo, uma efusividade. É preciso uma continuidade no dia a dia. Uma capacidade de semeadura. Uma aposta num amanhã que nasce todo dia, toda hora.

Uma capacidade de resistência e sobrevivência diante dos males destes tempos: o imediatismo, a banalização da vida, o esvaziamento do sentido da vida, a descartabilidade, o individualismo torpe e cego, a ideologização insana que tapa a realidade, o esvaziamento da palavra.

Esta revista traz estas marcas, esta persistência. Até quando? Se formos capazes de insistir contra tudo que corrói a vontade de construir um mundo melhor em cada uma, em cada um de nós. Então, teremos vencido.

Eleições municipais. Uma possibilidade humanizadora

A proximidade das eleições municipais desperta a nossa consciência diante desta possibilidade de expressar a vontade cidadã de trazer de volta para o Brasil o império da Constituição e da justiça.

O fato de que o Estado e as classes dominantes menosprezem a vida, tida apenas como um “fator de produção” descartável após o uso, nos põe diante da necessidade de tomarmos uma direção clara em defesa da vida humana.

A vida de uma pessoa não termina quando se aposenta, se é que pode se aposentar, uma vez que muitas vezes é obrigada a continuar a trabalhar após a aposentadoria, dada a insuficiência de renda para a sua sobrevivência.

Existem alternativas ao sistema capitalista. A atual situação mundial mostra um quadro em que os movimentos populares, os setores invisibilizados (mulheres, trabalhadores/as informais, agricultura familiar, LGBT, população negra) manifestam a sua vontade decidida de ocuparem o centro da cena econômica, política e social.

O recente Encontro de Movimentos Populares com o Vaticano foi um grito de alerta. Isto não se sustenta. O Brasil não pode ficar de braços cruzados frente à política genocida em marcha sob o atual governo ilegal e ilegítimo, nascido do golpe de estado de 2016 e das eleições fraudulentas de 2018.

É hora de redemocratizar este país. Vote em candidatas e candidatos de fato comprometidos/as com a vida, a justiça, a educação, os direitos humanos e sociais, os direitos laborais.

Estes últimos 4 anos têm nos levado a um quadro de fome, desemprego, desespero, que é imperioso reverter. A opção pela humanidade deve prevalecer por sobre as opções que privilegiam o dinheiro, a propriedade, o lucro.

A vida não têm preço. Neste quadro de pandemia é importante lembrar que a vida continua sendo o bem mais precioso.

Muitas vezes basta uma pessoa, um ato, uma palavra, para nos redimirmos. A responsabilidade pessoal e a integridade quanto aos valores supremos são o único que nos resguarda da destruição. Em qualquer situação, podemos eleger.

La OIM se asocia con la Fundación Gabo para promover el cubrimiento periodístico bien informado sobre migración

El ganador del Premio Nobel, Gabriel García Márquez de Colombia -conocido afectuosamente como “Gabo”-, creó la Fundación Gabo como una institución internacional para promover un mejor periodismo y la estimulación de la creatividad. La fundación se ha comprometido, entre otras cosas, a promover los vínculos entre la migración y el desarrollo sostenible, así como combatir la xenofobia, el racismo y la discriminación contra personas migrantes.

García Márquez fue galardonado con el Premio Nobel de Literatura en 1982.

La Organización Internacional para las Migraciones (OIM) comparte estos objetivos; es por eso que esta semana, la OIM y la Fundación Gabo firmaron un acuerdo que permitirá cooperar de manera estrecha, a nivel global, para llevar a cabo iniciativas dirigidas a periodistas.

“La contribución de los periodistas es crucial para combatir la desinformación sobre la migración”, dijo el Portavoz y Jefe de la División de Comunicaciones y Medios de la OIM, Leonard Doyle. “La cooperación con la Fundación Gabo contribuirá a los esfuerzos que la OIM viene realizando para mejorar el nivel de conocimiento sobre migración por parte de los medios de comunicación, lo que redundará en mejores prácticas en el cubrimiento periodístico. Esto a su vez ayudará a desarmar mitos, estereotipos y actitudes xenófobas.”

Los medios de comunicación, explica Doyle, pueden ser claves para comunicar un fenómeno tan complejo como el de las migraciones. Simultáneamente, lo que aparece en los medios moldea la percepción de la sociedad sobre los migrantes. Al tiempo que los medios pueden ayudar a reducir prejuicios, las redes sociales, en particular, se han convertido en un amplificador poderoso de estereotipos negativos. Lo que realmente importa es tener un periodismo de calidad basado en una pluralidad de fuentes que, a través de una narrativa atrayente, genere conciencia sobre los migrantes y su contribución a la sociedad.

Al mismo tiempo, los medios de comunicación hacen visible a la migración como un factor crucial en el desarrollo sostenible tanto de los migrantes como de las comunidades.

Este acuerdo global, que ha sido impulsado por la Oficina Regional de la OIM para América del Sur, contempla además la realización de distintos proyectos e iniciativas en relación con medios y migración, incluyendo talleres de capacitación para periodistas, conferencias, foros, y exhibiciones.

“El fenómeno de la migración ha estado presente en la historia de la humanidad”, enfatizó el Director General de la Fundación Gabo, Jaime Abello Banfi, quien agregó: “En años recientes nuestra región ha sido testigo de como la migración ha adquirido una importancia social y política acuciante y se ha convertido en un gran tema para el periodismo y los medios.  Iniciativas como las que implementaremos en asociación con OIM son necesarias para que permitan promover un periodismo de servicio público, con narrativas innovadoras e investigación rigurosa, que a su vez ayuden a entender los cambios sociales y estructurales, y que aporten a la construcción de ciudadanía”.

Esta cooperación entre ambas organizaciones articulará proyectos existentes o nuevos, a nivel global, regional y nacional, comenzando en América del Sur.

“En cooperación con la Fundación Gabo iniciaremos una serie de capacitaciones a periodistas sobre migración y desarrollo sostenible, así como webinarios dirigidos a reporteros y público en general que permitirán intercambiar opiniones sobre el importante rol que tienen en combatir los discursos de odio hacia las personas migrantes y demostrar con información factual su importante contribución al desarrollo”, explicó el Director Regional de la OIM para América del Sur, Marcelo Pisani.

Las actividades que se desarrollarán conjuntamente con la Fundación Gabo en América del Sur serán financiadas con fondos del Comité de Asignación de Recursos Migratorios (MIRAC por su sigla en inglés).

 

Para más información por favor contactar a:

OIM:  Juliana Quintero, Oficial Regional de Medios y Comunicación de la OIM para América del Sur, Tel. + (54) 11 5219 2033, Email: juquintero@iom.int

Fundación Gabo: Silvia Navarro, Coordinadora de Proyectos. Email: snavarro@fundaciongabo.org

Fuente: IOM ONU Migración

(13-10-2020)