Arquivo da tag: biotecnologia

A responsabilidade da CTNBio perante a sociedade

Da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida

Prezad@s Autoridades,

Circula na imprensa nacional acusação de que com base em processo que não cumpre as normas legais, despreza apontamentos de fragilidades e se apoia em estudos que não consideram informações independentes e atualizadas, a CTNBio está prestes a aprovar autorização para plantio e consumo humano (e animal) de variedade de milho tolerante aos venenos agrícolas Haloxifope e 2,4-D e a uma árvore transgênica da espécie dos eucaliptos.

No primeiro caso, tais herbicidas são suspeitos de causarem alterações endócrinas, ativarem células cancerígenas, provocarem impactos teratogênicos e carcinogênicos, que por isso estão sendo proibidos em diversos países do mundo enquanto aqui, paradoxalmente, poderão vir a ser incorporados à cadeia de consumo humano, através de lavouras de milho por eles aspergidas.

No caso da árvore transgênica os danos em áreas com baixa disponibilidade hídrica e atividades envolvendo apicultura serão inestimáveis. E como sabemos, problemas para as populações de abelhas significa problemas para os sistemas de produção de alimentos, já que as mesmas são responsáveis pelo processo de polinização.

No primeiro caso os estudos apresentados para atestar a inocuidade do milho que será banhado com os venenos antes de ser transformado em alimentos servidos a nosso consumo, foram realizados com partes de lavouras colhidas na ausência dos herbicidas e com proteínas extraídas não do milho mas sim de bactérias do solo, durante curto espaço de tempo.

No segundo caso não houve estudo de balanço hídrico nem de impacto sobre dezenas de variedades de abelha. Sabe-se apenas que o Brasil, segundo exportador global de mel orgânico, perderá a certificação e os mercados.

No que se refere ao milho o Ministério Público Federal, após audiência pública com a participação da presidência da CTNBio e alguns de seus membros (que elogiaram publicamente a iniciativa do MPF) solicitou que fosse aguardada análise da ANVISA, que pode proibir o uso do 2,4-D no Brasil, e a complementação de estudos neste sentido. Vasto elenco de argumentos científicos, apontando o disparate desta possível decisão da CTNBio estão disponível em www.movimentocienciacidada.org/documento/detail/25 e em www.movimentocienciacidada.org/documento/detail/26 não estão sendo levados em conta.

Referente a árvore transgênica o Brasil descumpre acordo internacional onde as liberações comerciais de árvores transgênicas restam em moratória até a conclusão de estudos de impacto ainda em andamento.

Face a estes e outros argumentos, NOS MANIFESTAMOS DE FORMA ENFÁTICA CONTRA A APROVAÇÃO DO PEDIDO DE LIBERAÇÃO COMERCIAL DESTAS ESPÉCIES e solicitamos que este órgão encaminhe ações objetivas, neste sentido.

Alertamos ainda que como se sabe a decisão da CTNBio está prevista para o dia 5 de março. NÃO TOLERAREMOS OMISSÕES E ATRIBUIREMOS AOS ENVOLVIDOS TOTAL RESPONSABILIDADE SOBRE AS CONSEQUÊNCIAS DE SUAS DECISÕES, sejam em termos de danos à sociedade, à saúde ou ao ambiente.

Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
www.contraosagrotoxicos.org

Energia da glicerina

Por Thiago Romero, Agência FAPESP – Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) identificou bactérias que degradam a glicerina para sua transformação em biogás. O trabalho utiliza o resíduo bruto da glicerina gerado pela produção de biodiesel que, por não poder ser vendido como matéria-prima para indústrias como a de cosméticos, acaba sendo descartado em aterros industriais. Saiba mais clicando no título.

Relatório chama atenção para a expansão do agrocombustível

A Rede Social de Justiça e Direitos Humanos divulgou na manhã de hoje (06/12), em São Paulo, o Relatório Direitos Humanos no Brasil 2007, com um panorama sobre as violações mais marcantes na área. Um dos destaques do documento é o impacto negativo que a produção de agrocombustíveis terá no meio-ambiente e na soberania alimentar do país. Matéria da Agência Adital.

Tido como uma das principais alternativas para diminuir a poluição ambiental produzida pelas atuais fontes de energia, o benefício dessa energia “renovável” esconde que expansão de monocultivos para essa produção destruirá florestas, causando maior emissão de gás carbônico para a atmosfera. Segundo o Relatório, as organizações ambientalistas alertam que a expansão de monoculturas em áreas de florestas representa um risco muito maior para o aquecimento global do que as emissões de carbono provenientes de combustíveis fósseis.

O governo federal estima que 90 milhões de hectares de terras brasileiras poderiam ser utilizadas para essa produção, dos quais 70 milhões seriam só na Amazônia, para cultivar dendê (óleo de palma).Experiências estrangeiras mostram que a produção de dendê, conhecido como “diesel do desmatamento”, já causou a devastação de grandes extensões de florestas na Colômbia, Equador e Indonésia. Na Malásia, o maior país produtor de óleo de palma do mundo, 87% das florestas já não existem mais.

No Brasil, a cana-de-açúcar é uma das maiores apostas do governo para ser transformada em biocombustível. Mas o impacto sobre o solo e as fontes de água potável é uma preocupação, pois o cultivo e o processamento da cana, além de necessitarem de grande quantidade de água – cada litro de etanol produzido dentro da usina, em circuito fechado, consome cerca de 12 litros de água -, utilizam produtos químicos.

Cada litro de etanol produzido a partir da cana-de-açúcar gera de 10 a 13 litros de vinhoto, essa substância contamina rios e fontes de água subterrâneas. Como anualmente se produz no Brasil 17 bilhões de litros de etanol da cana, pelo menos 170 bilhões de litros de vinhoto são depositados nas regiões de canaviais. Além disso, a queimada da cana, para facilitar a colheita, destrói grande parte dos microorganismos do solo, polui o ar e causa doenças respiratórias.

De acordo com o Relatório, o etanol gerado a partir do milho apresenta uma grave ameaça à soberania alimentar, pois esse é um dos principais grãos que formam a base da alimentação humana. O governo estadunidense pretende alcançar uma produção anual de 132 bilhões de litros de etanol até 2017. Para isso, é necessário utilizar toda a sua atual produção (268 milhões de toneladas de milho) e ainda necessitariam importar cerca de 110 milhões de toneladas-o que equivale ao total da produção anual de milho no Brasil.

Em 2006, o preço do milho no mercado mundial teve um aumento de 80%. A busca por alternativas ao milho que está virando combustível faz também com que outros produtos tenham aumento de preço. Os preços do trigo e do arroz já subiram. A alta do preço do milho deve afetar também o custo da criação de aves, bovinos e suínos, pois representa 75% de todos os grãos utilizados na ração animal.

O documento apresentado hoje disse que, de acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas de Alimentação (International Food Policy Research Institute), o preço dos alimentos pode subir de 20 a 33% até 2010 e de 26 a 135% até 2020, caso se mantenha a atual expansão da produção de agrocombustíveis. Segundo a FAO, atualmente cerca de 854 milhões de pessoas não têm acesso à alimentação adequada e esse número pode subir para 1,2 bilhões em conseqüência do aumento do preço dos alimentos. (original na Agência Adital)

_______________________________________
Lembre-se que você tem quatro opções de participação: (I) Um email de cada vez; (II) Resumo diário; (III) Email de compilação; (IV) Sem emails (acesso apenas online). Para cancelar, responda solicitando. [www.consciencia.net/agencia]

Evento fará lançamento do Biolatina 2008

No dia 24 de outubro (quarta-feira), a Fundação Biominas realizará uma cerimônia para fazer o lançamento oficial do Biolatina 2008. O evento acontecerá em Belo Horizonte (MG) e reunirá líderes empresariais, pesquisadores e cientistas. O Biolatina 2008 será um congresso que debaterá e analisará a biotecnologia nos países da América Latina. Os temas que receberão maior enfoque serão biocombustíveis, agricultura e saúde. Além do lançamento do Biolatina, durante a cerimônia será apresentado o Estudo de Empresas de Biotecnologia do Brasil.

De acordo com a Fundação Biominas, entidade que organiza o evento, a expectativa é de que o congresso reúna 1,2 mil pessoas de mais de 20 países. O Biolatina acontecerá nos dias 28, 29 e 30 de setembro de 2008, em São Paulo (SP). A realização é de responsabilidade da Federação Latino-Americana de Associações de Empresas de Biotecnologia (Felaeb) e da Associação Brasileira das Empresas de Biotecnologia (Abrabi). Mais informações pelos telefones (31) 3324-4080 e (11) 3385-3385.

CNPq apóia recursos humanos em biotecnologia

O CNPq abriu a primeira chamada do programa de formação de recursos humanos em biotecnologia, que receberá inscrições por meio de formulário online até 13 de novembro. O objetivo é aumentar a competitividade das empresas nacionais no mercado global e local. A idéia do CNPq é aumentar o quadro de profissionais especializados em áreas de biotecnologia para a bioindústria; reestruturar programas e disciplinas de graduação e pós-graduação das ciências da vida; integrar pesquisas promovidas em parceria pelo setor privado e público. Os recursos destinados para esse edital somam R$ 6 milhões. A íntegra do edital está em http://www.cnpq.br/editais/ct/2007/028.htm

Brasil ganha política de biotecnologia

Agência FAPESP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quinta-feira (8/2) decreto que cria o Comitê Nacional de Biotecnologia e institui uma política específica para o setor. Segundo o governo, a nova política permitirá investimentos de R$ 10 bilhões em biotecnologia no Brasil nos próximos dez anos. Desse total, 60% viriam de recursos públicos, tanto do Orçamento Geral da União como do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de fundos destinados a investimentos em pesquisa, ciência e tecnologia. Os 40% restantes seriam de parceiros privados. Clique aqui para saber mais.