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O país verdadeiro

O que faz um país?

O trabalho, o estudo, a ciência, a cultura, a saúde

Nada disto é possível sem comida.

As pessoas precisam se alimentar, precisam se divertir, precisam confiar umas nas outras

Precisam querer viver e poder viver

Para não cairmos num discurso vazio, temos que dizer claramente que apoiamos o retorno do Brasil à normalidade democrática

As eleições de outubro acenam com esta possibilidade

Pode ser que optemos pelo fim do regime de exceção

O fim da delinquência política institucionalizada

O fim da plutocracia que é, como todas e todos sabem, o regime em que domina o dinheiro

Pode ser que tenhamos aprendido, depois destes anos todos de descaminho e inversão de valores, o valor de uma existência respeitosa

Um começar o dia com o canto dos pássaros e pássaras

A esperança que o sol nos traz

Antes de votar medite, escute a si mesma e a si mesmo

Escolha quem se parece com você

Quem embora nascido pobre, soube trabalhar para o país inteiro, sem exclusões

Temos a possibilidade de sair deste pesadelo

Precisamos voltar a ter orgulho do Brasil

Um país com tradições de acolhimento, trabalho fecundo e criativo

Educação libertadora

Livros para toda a gente, minha gente!

Os livros nos livram da idiotice, da imbecilidade, da estreiteza de miras

Um país se faz somando, colaborando para o bem comum, coexistindo com as diferenças

Podemos encerrar esta etapa sinistra em que fomos comandadas e comandados por alguém sem qualquer qualidade

Uma pessoa sem senso de humanidade.

Do outro lado, vemos voltar a se apresentar como alternativa, o maior estadista que já existiu no mundo

Lula enfrentou a fome, a perseguição política, a prisão injusta, a violência da imprensa venal, a calúnia e a difamação.

E não se dobrou, não se quebrou.

Pense bem.

O que você quer?

Alimentos para quem?

Curioso que os governos brasileiros (esqueça partidos: todos os governos) enchem a boca para dizer que a agricultura familiar responde por 70% da produção de alimentos.

‘Esqueceram’ de avisar que o governo dá a preço de banana subsídios na ordem de quase R$ 140 bilhões/ano da agroindústria (majoritariamente de exportação), contra cerca de R$ 30 bilhões para a agricultura familiar (safra 2013/2014).

Sem meias palavras: o setor que produz de forma sustentável, dando mais empregos e distribuindo renda duas vezes mais que as indústrias recebe em média no mínimo quatro vezes menos subsídios.

Produz duas vezes mais, produz melhor, e recebe quatro vezes menos.

A conta não bate. Incluindo a conta do supermercado.

Movimento ‘Slow Food’ lança aplicativo para quem busca alimentos bons, limpos e justos

Você está de férias e quer jantar num restaurante bacana em Florianópolis, fazer compras no Mercado Municipal de São Paulo ou, simplesmente, saber onde tomar um bom café com pão de queijo em Belo Horizonte. Com uma seleção de dicas para encontrar esses lugares, o Slow Food lança no Brasil o aplicativo Slow Food Planet, realizado com o apoio da Lavazza.

Lançado no Brasil e na Europa simultaneamente, o app inclui 12.500 recomendações em 22 países, sendo 847 no Brasil, escolhidas por mais de 2000 colaboradores ao redor do mundo. São associados do movimento, chefs, produtores artesanais e jornalistas que contribuem com dicas e comentários para selecionar estabelecimentos com práticas que se identificam com o perfil do movimento, ou seja, que ofereçam alimentos bons, limpos e justos.

A seleção final fica à cargo da rede Slow Food. Desta forma, ele está sempre em construção e vai continuar crescendo continuamente, graças às novas sugestões enviadas.

Ele pode ser baixado gratuitamente na Apple Store ou Google Play, com acesso gratuito inicial a um território de sua escolha. Associados do Slow Food têm acesso imediato a dez territórios. Cada local adicional tem custo de U$ 1,99 e pode ser comprado separadamente, de acordo com os interesses e necessidades de cada um. A verba arrecadada com o aplicativo será destinada ao movimento e o app tem como um dos objetivos conseguir patrocinadores e novos apoiadores para a organização.

Saiba mais clicando aqui.

Na véspera da votação do eucalipto transgênico, ações da Suzano e Fibria sobem

Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida

Na véspera da reunião da CTNBio onde será votada a aprovação do eucalipto transgênico, entre outras variedades transgênicas, o jornal Extra noticia a alta das ações da Fibria e Suzano, na contramão do “mercado” [leia aqui]. A matéria atribui o fato à alta do dólar, e a uma suposta elevação do preço da celulose de U$20 por tonelada. Considerando que a Suzano vendeu 3,207 milhões de toneladas de celulose em 2013, isso significaria um aumento de U$60,4 milhões no seu lucro, o que certamente deixaria os “investidores” eufóricos.

O Extra é um jornal das Organizações Globo que costuma estampar mulheres peladas, sangue e futebol em suas capas. Mercado financeiro não é seu forte. Além disso, também soa estranho que este aumento tenha sido informado por “uma fonte com conhecimento do assunto”, e a que alta “teria sido anunciada no final de fevereiro”.

Ora, se foi anunciada, porque usar o futuro do pretérito, denotando incerteza? E se foi em fevereiro, porque a alta hoje?

Pode ser que “a fonte com conhecimento no assunto” saiba que, amanhã, a Suzano e a Fibria terão caminho livre para multiplicar seus lucros às custas de mais venenos, menos biodiversidade, e menos água para a população brasileira.

Como esperado, nenhuma notícia sobre a votação de amanhã na CTNBio circulou na chamada grande mídia. O Brasil pode se tornar o primeiro país do mundo a liberar árvores transgênicas para plantio comercial, e isso não merece nem uma linha.

Nossa posição contra os transgênicos, além de todas as questões científicas, sempre foi de que a transgenia da forma como é feita serve apenas para fazer empresas lucrarem com os royalties da tecnologia, a qual na maioria dos casos os agricultores são obrigados a usar.

Mais uma vez a CTNBio presta o vergonhoso “papel” de leiloar a natureza e destruir a biodiversidade brasileira em benefício do lucro. Os acionistas já agradecem de antemão.

A responsabilidade da CTNBio perante a sociedade

Da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida

Prezad@s Autoridades,

Circula na imprensa nacional acusação de que com base em processo que não cumpre as normas legais, despreza apontamentos de fragilidades e se apoia em estudos que não consideram informações independentes e atualizadas, a CTNBio está prestes a aprovar autorização para plantio e consumo humano (e animal) de variedade de milho tolerante aos venenos agrícolas Haloxifope e 2,4-D e a uma árvore transgênica da espécie dos eucaliptos.

No primeiro caso, tais herbicidas são suspeitos de causarem alterações endócrinas, ativarem células cancerígenas, provocarem impactos teratogênicos e carcinogênicos, que por isso estão sendo proibidos em diversos países do mundo enquanto aqui, paradoxalmente, poderão vir a ser incorporados à cadeia de consumo humano, através de lavouras de milho por eles aspergidas.

No caso da árvore transgênica os danos em áreas com baixa disponibilidade hídrica e atividades envolvendo apicultura serão inestimáveis. E como sabemos, problemas para as populações de abelhas significa problemas para os sistemas de produção de alimentos, já que as mesmas são responsáveis pelo processo de polinização.

No primeiro caso os estudos apresentados para atestar a inocuidade do milho que será banhado com os venenos antes de ser transformado em alimentos servidos a nosso consumo, foram realizados com partes de lavouras colhidas na ausência dos herbicidas e com proteínas extraídas não do milho mas sim de bactérias do solo, durante curto espaço de tempo.

No segundo caso não houve estudo de balanço hídrico nem de impacto sobre dezenas de variedades de abelha. Sabe-se apenas que o Brasil, segundo exportador global de mel orgânico, perderá a certificação e os mercados.

No que se refere ao milho o Ministério Público Federal, após audiência pública com a participação da presidência da CTNBio e alguns de seus membros (que elogiaram publicamente a iniciativa do MPF) solicitou que fosse aguardada análise da ANVISA, que pode proibir o uso do 2,4-D no Brasil, e a complementação de estudos neste sentido. Vasto elenco de argumentos científicos, apontando o disparate desta possível decisão da CTNBio estão disponível em www.movimentocienciacidada.org/documento/detail/25 e em www.movimentocienciacidada.org/documento/detail/26 não estão sendo levados em conta.

Referente a árvore transgênica o Brasil descumpre acordo internacional onde as liberações comerciais de árvores transgênicas restam em moratória até a conclusão de estudos de impacto ainda em andamento.

Face a estes e outros argumentos, NOS MANIFESTAMOS DE FORMA ENFÁTICA CONTRA A APROVAÇÃO DO PEDIDO DE LIBERAÇÃO COMERCIAL DESTAS ESPÉCIES e solicitamos que este órgão encaminhe ações objetivas, neste sentido.

Alertamos ainda que como se sabe a decisão da CTNBio está prevista para o dia 5 de março. NÃO TOLERAREMOS OMISSÕES E ATRIBUIREMOS AOS ENVOLVIDOS TOTAL RESPONSABILIDADE SOBRE AS CONSEQUÊNCIAS DE SUAS DECISÕES, sejam em termos de danos à sociedade, à saúde ou ao ambiente.

Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
www.contraosagrotoxicos.org

Nesta quarta (16) será lançado 'O Veneno está na Mesa II', novo filme de Silvio Tendler


O veneno está na mesa dos brasileiros, no país que mais consome agrotóxicos no mundo. Mas há alternativas viáveis de produção de alimentos saudáveis que respeitam a natureza, os trabalhadores rurais e os consumidores. É essa mensagem que o novo documentário do diretor Silvio Tendler, O Veneno está na Mesa II, quer passar. O filme será lançado na próxima quarta-feira (16), às 20h, no Teatro Casa Grande, no Leblon.
Segundo Valéria Carvalho, pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fiocruz, O Veneno está na Mesa II dá continuidade às reflexões proporcionadas pelo primeiro documentário e avança na desconstrução do mito, pautado pelos interesses do agronegócio, de que a utilização de venenos é a única via para garantir a alimentação na mesa da população.
“O uso de veneno, e toda proposta do modelo de desenvolvimento hegemônico, traz consequências graves e inaceitáveis para a saúde da população, no que diz respeito a todos os aspectos que constituem o conceito ampliado de saúde”, disse a pesquisadora. Ela destaca que a Fiocruz, que apoiou o filme, vem desenvolvendo diversas iniciativas relacionadas ao tema, e analisa que a produção da alimentação sem veneno é uma alternativa viável.
Silvio Tendler tem a mesma opinião. “A agroecologia é fundamental como forma de produção econômica, social e de desenvolvimento”, disse o diretor, que não vê sentido em se construir uma economia baseada na destruição da natureza. “Isso não é economia, isso é catástrofe”, ressaltou.
O primeiro filme seguiu um caminho alternativo de exibição através da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida. A recepção foi surpreendente e o documentário foi visto por mais de um milhão de pessoas.
“O povo brasileiro não pode mais engolir essa história de que o agronegócio é a modernidade no campo. Ele gera câncer, trabalho escravo, e manda todo seu lucro para o exterior. Nós da Campanha assumimos como missão levar este filme a todos os cantos deste país, aos acampamentos, assentamentos, escolas, universidades, igrejas, e onde houver cidadãos e cidadãs preocupados com a saúde do povo e dispostos a lutar por um modelo de produção de alimentos saudáveis para o camponês e para o consumidor”, disse Alan Tygel, da coordenação nacional da campanha.
“Estamos no momento de descomemoração dos 50 anos do golpe, mas também de projeção dos próximos 50, 100 anos. O que nos interessa é discutir o passado para não repeti-lo. A gente fala do passado, mas está ancorado no futuro. Vamos poder colaborar com este debate e estou muito feliz por isso”, finalizou Tendler.
Serviço:
Quarta-feira, dia 16/04/2014
Local: Teatro Casa Grande – Afrânio de Melo Franco, 290 Leblon
Horário: 20h – Entrada gratuita
Após a exibição, haverá um debate com Sílvio Tendler, João Pedro Stédile e Luiz Cláudio Meirelles.
Veja mais informações aqui.