Somos todos negros

Ontem, não tive nenhum momento livre para entrar na internet.

Hoje, começo o dia refletindo sobre o dia da união e consciência negra, que o Brasil celebrou ontem, aniversário do martírio de Zumbi dos Palmares e dia de homenagem a todos os quilombos rurais e urbanos que se espalham pelo Brasil, seja nas comunidades remanescentes de quilombos organizados como tais, seja nas periferias urbanas, os quilombos que não se chamam assim, mas o são pelo seu espírito de resistência e de solidariedade na luta pela vida.

Ao olhar o Brasil de hoje e constatar o quanto, nesse ano, temos regredido em termos sociais, sofro em ver que todos os dias, há notícias de intolerância e perseguição contra cultos afrodescendentes e manifestações de caráter racista. Parece que a barbárie se instala como forma de organização de vida baseada na competição e no individualismo…

E perdemos de vista que os quilombos e terreiros de Candomblé e de outros cultos afro nos dão uma lição profética de comunitarismo e de espiritualidade ecológica que adora a presença divina no universo e em cada ser vivo. Como é triste perceber que muitos dos que se dizem discípulos de Jesus se deixam mover pela intolerância e pelo espírito de desamor e dão testemunho de um Deus mesquinho e cruel que se existisse, mereceria o desprezo de todos nós…

Enquanto isso, a beleza dançante e resistente dos Xirês dos cultos afro nos revelam uma presença do Espirito Divino no amor das pessoas, na comunhão com a natureza e na resistência das culturas oprimidas. Viva a união e a consciência negra.

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