Pra polícia somos zumbis. Pra nós, eles são.
Para os que efetivamente mandam e lucram com a brincadeira, é interessante que assim seja.
Ninguém dialoga com um zumbi, ninguém humaniza um zumbi.
O zumbi é o outro, é o diferente, é o “mal” e o “errado”.
Pro policial o zumbi é “carne pra bater”, pro manifestante o zumbi é o “sem cérebro”.
Pra quem lucra com a brincadeira povo e polícia não passam de “carne sem cérebro pra bater”.
Sacou?
______________
por Renato Kress, antropólogo que não engole essa zumbificação infantil.