Será que teremos esse tipo de jornalismo humano e cidadão de volta?

A matéria é do jornal “O Globo” de 26 de agosto de 1929, reproduzo-a na íntegra, respeitando a gramática da época, fotocópia nesta imagem. São particularmente interessantes as duas últimas frases:

Matéria é do jornal O Globo de 26 de agosto de 1929
Matéria é do jornal O Globo de 26 de agosto de 1929

“A POLICIA PROMOVENDO DESORDENS; VARIAS PESSOAS FERIDAS A PAO E A TIROS; Uma avenida em polvorosa
Custa a crer hajam investigadores promovido a desordem de que nos vamos occupar nesta noticia, taes os excessos a que se entregaram os seus promotores, chegando a balear um menor e apontar os seus revólveres para mulheres.
Foi hontem, à noite, que o facto ocorreu.
Pela rua Dr. Maciel, passava, á noite, uma turma de cinco investigadores, chefiada por um de côr parda, baixo e magro. Ao defrontarem com a casa n. 27 da referida rua, vendo às portas da mesma varias mulheres e homens ali residentes, o chefe ordenou a todos que se recolhessem, pois, esta era a ordem do commissario de serviço.
Como era natural, houve estranhesa de parte dos intimados, que articularam razões que os levavam a ali permanecer.
Os policiaes retrucaram aos gritos, intimando os moradores a que se recolhessem.
Nessa occasião, Francisco Remper, de 19 annos, solteiro, operario, approximou-se do que os intimava e tentou uma explicação.
A resposta foi um pescoção terrivel.
Percebendo o perigo a que se expunha, Remper correu, procurando fugir ao grupo. O chefe da turma, porém, o perseguiu, a tiros, baleando-o nas costas.
Emquanto isso se passava com Francisco, seu irmão Raphael, de 17 annos, era espancado a begaladas.
Como loucos, os policiaes sacaram dos revólvers e os apontaram contra os demais passageiros, que aggrediram, conseguindo, assim, apavoral-os.
Quando terminarão essas scenas vergonhosas?”

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