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Exército ataca moradores da Vila Cruzeiro durante visita do príncipe Harry ao Complexo do Alemão

Por Patrick Granja / A Nova Democracia

No último sábado, dia 9 de março, militares do exército, que desde dezembro de 2010 ocupam os complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, protagonizaram novas cenas de violência contra moradores das favelas ocupadas. Dessa vez, o palco da barbarie foi a Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. A ação aconteceu no mesmo dia da visita do príncipe Harry ao Complexo do Alemão. Um jovem que não quis se identificar diz ter sido amarrado e torturado por militares com choques e spray de pimenta. Revoltados, moradores protestaram e foram reprimidos com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha. Mulheres, idosos e até crianças recém nascidas ficaram feridas por conta do spray de pimenta usado pelos militares.

Quando nossa reportagem esteve no local, um homem também denunciou que, há seis meses atrás, teria ficado cego por conta de um tiro de bala de borracha disparado por militares. Muito assustada, uma senhora contou ter vomitado durante horas por conta do spray de pimenta usado pelo exército contra os moradores no último sábado. Segundo ela, o gás invadiu a sua casa sufocando ela e seus familiares.

CASO PINHEIRINHO: A OPINIÃO DOS ESPECIALISTAS

 

 

Caso Pinheirinho: A Opinião dos Especialistas

 

Carlos A. Lungarzo

Em vários artigos que escrevi sobre a pertinência de julgar o caso de Pinheirinho no Tribunal Penal Internacional, eu acredito ter mostrado que os abusos cometidos pelo Estado de São Paulo e o Judiciário Paulista constituem claros paradigmas de Crimes contra a Humanidade, que é uma das variantes de crimes que podem autorizar o julgamento dos responsáveis por esta corte.

A existência de Crime Contra a Humanidade (e não apenas “abuso de poder”) está justificada por vários incisos do Estatuto de Roma que foram violados por essa criminosa e fanaticamente sanguinária ação. Veja aqui meu primeiro artigo sobre o assunto, mas não esqueça que na época não se sabia o caso de abuso sexual; ele deve ser acrescentado!

Acredito que, mesmo se uma condena formal fosse difícil, a denúncia dos algozes contribuirá a difundir a nível internacional a imagem de um submundo camuflado por slogans pretenciosos, onde mais de um 80% das pessoas vivem em condições de total insegurança jurídica e privação de direitos básicos.

Minha convicção se viu reforçada quando, na semana passada, alguns operadores jurídicos progressistas manifestaram sua opinião sobre o assunto. Especialmente preciosa é a posição do procurador do estado de São Paulo, Márcio Sotelo Felippe, que, usando tanto raciocínios factuais como as profundas teorias que ajudaram a entender o nazismo (como a banalidade do mal, de H. Arendt), aprovam o encaminhamento deste processo ao Tribunal Penal Internacional.

Ele confirmou a suspeita de que os crimes cometidos em Pinheirinho são crimes contra a humanidade, e que a caterva que dirigiu o democídio pode ser julgada pelo Tribunal Penal Internacional.

Da mesma opinião é o ex-magistrado Walter F Maierovitch, que se manifestou numa entrevista registrada neste vídeo.

A Banalidade do Mal

No mais brilhante dos textos do procurador Márcio Felippe, ele compara o marco ideológico em que se inscrevem as atrocidades de Pinheirinho com os crimes do nazista Adolf Eichmann, coordenador do holocausto judeu. (Vide)

Felippe aceita a teoria da Banalidade do Mal, com a qual Hanna Arendt explica a frieza do megacriminoso, e a naturalidade com que confessa sua crença de que aquela tarefa de extermínio era mais uma obrigação militar imposta pelo princípio de obediência devida.

Para Eichmann o importante era acatar ordens, único referencial ético que parecia entender, pois todo o mal derivado daquelas ordens (como assassinar 6 milhões de judeus) era para ele apenas uma consequência banal da sacralidade do dever. Felippe compara esta visão do mundo com a conduta de juízes, policiais e agentes do estado, que constroem uma estrutura onde todos os valores são banais, salvo o direito de propriedade.

Numa apresentação brilhante, Felippe aplica estes sutis raciocínios parta despir as grotescas justificações do crime dadas pelos lacaios das elites. De fato, um advogado lobista ao serviço de máfias neoliberais, obtém um generoso espaço na imprensa paulista para dizer algo de cinismo e falsidade rompantes: o direito de propriedade seria o direito humano mais importante desde a origem da civilização. Felippe refuta esta provocação com finos argumentos surgidos da teoria da banalidade. Contudo, a provocação não merecia um raciocínio tão apurado, pois já no século 17 os abolicionistas repudiavam os que, como este triste leguleio, achavam que um bushel de trigo era mais valioso que a vida de 3 crianças negras. (Cf. Mannix & Cowley: Negro Cargoes, Penguin 1977)

Com base nesta comparação impecável, o procurador mostra que os organizadores do ataque são também culpáveis de crimes contra a humanidade. Embora estes crimes também possam ser quantificados, como outros, e dessa reflexão se deduza que o dano produzido em Pinheirinho foi menor que o produzido pelo nazismo, ambos os delitos são da mesma classe e devem ser julgados pelas mesmas entidades.

Numa entrevista à Radio Brasil Atual, Felippe qualifica os crimes cometidos em Pinheirinho como de lesa humanidade, e afirma que o Tribunal Penal Internacional deve expedir mandados de prisão contra o governador do Estado e o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Ele acrescenta ainda entre os que devem ser condenados, o especulador Naji Narras, porque a ação contra o povo de Pinheirinho tinha por objetivo beneficiá-lo economicamente.

Pessoalmente, tenho dúvidas sobre incorporar Nahas ao elenco de réus de lesa humanidade. A maioria dos especuladores e empresários (pelos menos nos países atrasados, ou, para sermos moderninhos, “emergentes”) se beneficia de toda classe de crime, incluídos aqueles contra a humanidade. Mas somente alguns deles são verdadeiros cúmplices desse tipo de crime.

Por exemplo, fabricantes de armas em geral e, em particular, os mais poderosos, como o nazista Alfred Krupp von Bohlen, os financiadores de ditaduras, como as empresas argentinas e brasileiras, as agências de publicidade que “vendem” a imagem de regimes truculentos, devem ser considerados cúmplices e, às vezes, mentores dos criminosos. Quando eles contribuem de maneira significativa ao crime de lesa humanidade, devem ser, claramente, julgados pelas leis que punem esses crimes.  A absolvição de Krupp em Nuremberg foi um típico cambalacho entre os aliados ocidentais e os capitais alemães.

Ora, os especuladores são apenas pessoas sem limites morais e humanitários, que aproveitam a degradação do sistema político e judicial para exigir benefícios injustos, mas, em muitos casos, como parece ser o de Nahas, sem ter participação no planejamento e execução das atrocidades. Este é um assunto delicado por dois motivos.

Por um lado, porque qualquer pessoa que se beneficia por crimes contra a humanidade poderia ser considerada diretamente culpável ou cúmplice do crime.

Por outro, porque os crimes contra os direitos humanos não devem ser confundidos com violações ou abusos aos direitos econômicos, já que isto pode esvaziar o caráter proeminente dos direitos humanos. Em realidade, acumular fortuna não é um direito, mas um privilégio, e quase nunca esse acúmulo é eticamente limpo. Além disso, sendo que a propriedade (salvo a básica para viver dignamente) não é um direito, algumas punições de crimes econômicos sob a rubrica de crimes humanitários poderiam tornar mais fraca a atitude contra os direitos humanos, e sugerir que a questões relativas a dinheiro ou propriedade também têm um lugar no projeto de DH.

Entendo, porém, que dado o poder absoluto das elites econômicas no Brasil, sua denúncia ao TPI pode diminuir sua impunidade. A observação do brilhante procurador sobre Nahas me parece valiosa, porém é um assunto sobre o qual não tenho clareza e prefiro não me manifestar.

Problemas e Atores

No caso Pinheirinho houve, inicialmente, uma forte onda organizada de defesa popular. A audiência de ALESP organizada por Giannazi e Diogo, as denúncias de abuso sexual feitas por Suplicy, a recente audiência na Comissão de Direitos Humanos do Senado são sinais de ação defensiva contra o ataque demolidor do clube do democídio paulista. No plano da iniciativa não oficial, foram realizados e propostos numerosos atos, encontros, campanhas de solidariedade material e moral. Ao nível da propaganda, as páginas da Internet que descrevem o drama de Pinheirinho em forma objetiva publicadas nas principais línguas de Europa, se mantêm estabilizadas num número entre 900 mil e 1,1 mi, o que parece indicar que o efeito internacional poderia estagnar-se, pelo menos, por enquanto.

Até o começo de fevereiro, havia mais de 600 denúncias de abusos da polícia contra os moradores, incluindo detenção violenta, pancadas, coronhadas, tiros com balas deformáveis, uso de armas letais, incêndio de tendas, difusão de gases de efeito “moral”, feridas graves, suspeitas não resolvidas de homicídio, etc. Uma parte delas aparece detalhadamente num informe do CONDEPE que já circulou pela Internet.

Mas, não há certeza de que esses crimes estejam sendo apurados e o único que realmente ganhou enorme impacto público foi a vigorosa denúncia de Suplicy contra o abuso sexual de uma família e o grave ferimento a bala de um rapaz.

Subsistem numerosos interrogantes, que se não fossem esclarecidos em curto tempo, poderão ficar no esquecimento, como aconteceu com Carandiru, Carajás, Praça da Sé, os múltiplos Febéns, e vários outros crimes de estado da aliança PMDB-PSDB, que já somam centenas.

  • A polícia reconhece que infiltrou alcaguetes entre os povoadores, para “protege-los”. De fato, como sempre, foram introduzidos aí para identificar os líderes e depois poder prendê-los e tortura-los. Também, para gerar provocações e atos de vandalismo dos quais se acusará depois aos moradores. Mas, faltam detalhes sobre esta operação.
  • Finalmente, o mais importante: HOUVE OU NÃO MORTOS?
  • A última informação era que a denúncia foi um erro, mas, então, onde está a lista de todos os que realmente passaram pelo IML? Quantos eram exatamente, os moradores que estavam no cenário da chacina, e quantos foram contados depois.

Observe-se que ainda hoje não se sabe com precisão quantos habitantes tinha a comunidade no dia 22 de janeiro.

O coordenador da Comissão de DH da OAB de São José dos Campos, Aristeu César Pinto Neto tinha dito que alguns moradores denunciaram a morte de pessoas, entre elas crianças. Observe a reflexão do advogado registrada na mídia de 23 de janeiro:

“Requisitamos ao IML (Instituto Médico-Legal) relatório sobre as ocorrências do domingo e solicitamos aos hospitais que forneçam a documentação pertinente, já que houve narrativas por parte dos moradores de que houve mortes. São muitos relatos convergentes, como o de um episódio em que uma bomba de gás foi lançada em uma tenda com uma mãe e crianças que depois saíram em ambulâncias”

(Vide)

É verdade que não é possível acusar sem provas, e é verdade que a Agência Brasil, que tinha reproduzido a denúncia de Pinto Neto, se retificou algo depois (Vide). Mas, a retificação da Agência Brasil apenas mostra que ela não dispõe de provas de que existam assassinatos. Não prova que esses assassinatos não existissem. Eles podem ter existido ou não, mas para saber isso é necessário fazer uma investigação.

Aliás, durante semanas foi condicionado o acesso de jornalistas, foi impedido o acesso de pessoas independentes, foi descartada qualquer nova investigação, e incluso o deputado Adriano Diogo esteve em risco de ser sequestrado pela polícia, quando tentou fazer algo tão básico e humano como conhecer o estado dos feridos.

O advogado da OAB que fez a denúncia de assassinatos foi imediatamente removido, num clima de notório constrangimento por parte da instituição. Não teria sido mais consistente exigir provas de sua afirmação, do que mandar ele calar a boca? O fato de que as autoridades da OAB que puniram o advogado por seu comentário se tenham mostrado tão afobadas não é, sem dúvida, uma prova, mas deixa no ar uma grande suspeita de que setores independentes da comunidade podem ter tido algum grau de cumplicidade com os crimes do governo e o judiciário.

Proposta

Face a esta obscura situação, acredito que há numerosas razões para pedir que o Tribunal Penal Internacional inicie uma investigação sobre o caso Pinheirinho e, como medida cautelar, expeça ordens de captura contra:

  • O governador do Estado de São Paulo
  • O Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo.
  • O Secretário de Segurança do Estado de São Paulo.
  • O Prefeito da cidade de São José dos Campos.
  • A juíza da comarca de SJ dos Campos, que interveio neste problema.

Os próximos artigos sobre este assunto estarão destinados a concretizar a forma de realizar a denúncia que proponho.

Defender la vida

Es muy malo cuando un pueblo es condenado a muerte. La vida es todo lo que tenemos, como seres humanos. Y que se mate para robarles la tierra a los indios, es muý malo. También es muy malo que se mate por broncas en el tránsito, por drogas, celos, o lo que sea. No hay que matar a la gente, la vida es muy preciosa. No entiendo cómo se pueda matar a un indio para sacarle la tierra en que vive y usarla para negocio. No entiendo cómo la vida de alguien pueda no valer nada para otros. Hay gente para la cual la vida no vale nada. Algunos son o han sido presidentes. Invaden países o matan a sus propios ciudadanos, esto es muy malo. Hay que defender la vida, y en especial la vida de quienes no se pueden defender, los que son más débiles.

No tenemos tiempo para la omisión, es tiempo de movilizarse en defensa de la vida humana, un don de Dios, un don sin precio. Una forma de defender la vida es cuidar de las personas que viven con nosotros, las personas próximas, las que encontramos en la calle. Todos precisamos unos de los otros. Yo sé que esto puede sonarte muy vago o genérico, pero no lo es. Si nos tornamos indiferentes a la suerte de quienes mueren lejos o indiferentes al dolor de quienes están muy cerca, perderemos de a poco una noción de amor sin la cual la vida deja de tener valor.

“Como o profeta Amós, Padre José Comblin incomodava,” por Frei Carlos Mesters

ADITAL Padre José Comblin morreu. Um bispo o criticou, como: “Comblin, homem cansado e pessimista”. O pessoal das Comunidades por onde ele andava não o chamava de Comblin, mas sim de “Padre José”. Padre Comblin incomodava as pessoas de poder, mas era amado pelos pobres que o acolhiam carinhosamente como Padre José.

Padre José Comblin nasceu na Bélgica nos anos 20 do século passado e nos anos 50 veio trabalhar e anunciar a Boa Nova aqui no Brasil. O profeta Amós era de Judá no Sul e foi trabalhar e anunciar a Boa Nova de Deus em Israel no Norte, no santuário de Betel. Amasias, o sacerdote de Betel, não gostou e denunciou o profeta junto ao rei Jeroboão, dizendo que já não se podia tolerar as palavras de Amós. E mandou dizer ao próprio Amós: “Ó, seu profeta, vá embora daqui. Retire-se para sua terra Judá. Vá ganhar sua vida por lá com suas profecias. Mas não me venha mais fazer suas profecias aqui em Betel, pois isto aqui é o santuário do Rei e o templo do Rei”. Amós mandou dizer: “Eu não sou profeta nem filho de profeta. Sou camponês, criador de gado e cultivador de sicômoros. Foi Javé que me tirou de trás do rebanho e me ordenou, ‘Vá profetizar ao meu povo Israel’!” (Amós 7,10-15).

Como o profeta Amós, Padre José Comblin incomodava aos homens do poder no tempo da ditadura e foi expulso várias vezes. Incomodava também aos que exercem o poder na Igreja. Alguns deles chegaram a dizer que já não se podia tolerar as coisas que ele dizia, e eles proibiram a fala dele várias vezes em vários lugares.

Como o profeta Amós, Padre José, ele mesmo, nunca se apresentou como profeta. Ele se apresentava como ser humano cristão e sacerdote, cumpridor fiel do seu dever. Posso testemunhar: convidado para falar nas comunidades e nos grupos do CEBI, Padre José convencia as pessoas pela simplicidade do seu jeito de conversar e dialogar, pelo testemunho da sua sinceridade e profundidade de vida e pela quantidade enorme de informações de que dispunha para confirmar as coisas que dizia e as denúncias que fazia.

Mesmo ausente ele continua presente. Como o profeta Amós, “seu corpo foi sepultado em paz, mas o seu nome viverá através das gerações” (Eclo 44,14). Eternamente grato.

Frei Carlos Mesters, 0.Carm. Convento do Carmo, São Paulo, 28 de março-2011. Biblista. Fundador do CEBI

As linguagens na Terapia Comunitária

Uma das coisas que mais me chama a atenção, é a questão das linguagens na Terapia Comunitária. Por onde você olhar, há um trabalho constante de ir polindo as palavras, as formas de comunicação, os toques, os cheiros, os sons, os aromas, as rodas. É como se tudo estivesse num constante movimento de ir se ajustando, de ir quebrando rigidezes, de ir abrindo espaço para o novo dentro do novo, para mais liberdade dentro da liberdade, para maior criatividade ainda no movimento da criatividade permanente. De início devo dizer, tanto para mim mesmo como para quem estiver lendo estas linhas, que aqui me proponho a fazer uma curta viagem, não sei se pretensiosa ou despretensiosa, mas uma viagem, uma caminhada por lugares que vão do nascimento à morte, do ir ao ficar, do estar para o se ausentar e o se tornar presente novamente.

Creio que a vida é, de alguma maneira, uma constante mudança, um estar indo para, um estar a caminho. Estas palavras nos levam já a citar alguns nomes: Emmanuel Mounier, Martin Buber. Há muitos mais, sempre há muito mais em tudo, mas eles irão vindo aos poucos, outros hão de ficar de tocaia, e mais alguns, talvez os mais, irão ressoar em ti como um som amplo que se expande e que vem de todas as partes ao mesmo tempo, reverberando como um eco infinito.

Quando digo que me interessa a questão da linguagem na Terapia Comunitária, ou das linguagens em movimento no seio da Terapia Comunitária, estou querendo me referir ao fato de haver, neste universo lingüístico e relacional, uma constante mutação, um constante ir aprimorando a palavra e o gesto até chegar a uma precisão que, se for preciso, precisará ainda mais ser precisada para dizer exatamente o que quer dizer.

O jogo começa com uma roda. Uma roda que te acolhe, aonde és bem-vindo ou bem-vinda. Nunca mais serás o mesmo ou a mesma depois dessa primeira roda, depois de muitas outras rodas em que irás tendo que te abraçar a ti mesmo e a ti mesma, em tantos abraços com tanta gente que nem conhecias e que de repente, vão te trazendo de volta, como a um útero materno. Esta roda é uma das primeiras linguagens que conhecemos quando crianças. Os jogos. Estes jogos que fazem parte da imersão na Terapia Comunitária, são como portas para você mesmo, aperturas para um ser interior que vás começando a vislumbrar e que vai se expandindo para além das culpas e dos pré-conceitos, das idéias feitas que tinhas sobre ti mesmo, sobre os demais, sobre o que tinhas sido e o que poderia ser a tua vida.

(Rascunhos necessáriamente incompletos, a caminho)

Sonho Real, 2005: Qualquer semelhança é mera coincidência

Documentário sobre a ocupação Sonho Real, em Goiânia. O vídeo mostra o desrespeito das autoridades e as violações dos direitos humanos desde antes da violenta desocupação.

A ocupação começou em maio de 2004 em uma área que estava abandonada há anos e rapidamente agregou cerca de 3 mil famílias. Em setembro, a justiça ordenou a reintegração de posse da área, prorrogada por motivos eleitoreiros até janeiro de 2005.

(Via Tatiana Costa)