Salve o Brasil

Parece que o tempo das grandes mobilizações internacionais em favor da vida das pessoas de um ou outro país teria passado. Mas não é.

Ainda há gente que se importa com o que está a acontecer no Brasil, o maior país da América do Sul, às voltas com um regime ilegal, ilegítimo e inconstitucional.

A ordem internacional parece não ter olhos para outros “inimigos” do que aqueles países que se contrapõem aos interesses econômicos das grandes potências.

No entanto, o fato de que a população brasileira esteja entregue aos desmandos de um regime avesso aos Direitos Humanos, sequer é noticiado pela mídia que faz e desfaz a “realidade” na cabeça dessa humanidade que já faz muito tempo que não vê mais nada.

Apenas vemos o que nos mostram. O que nos mostram é o que interessa ao poder e à dominação. Como um rebanho enceguecido a força de avalanches diárias de toneladas de informação cuja qualidade sequer aferimos, vamos ora para um lado, ora para outro, abestalhadamente.

Aqui e ali despontam algumas luzes. O papa Francisco acaba de lançar um livro que venho lendo com a sensação bastante forte de que é possível escaparmos da cilada em que nos meteram. Vamos sonhar juntos-O caminho para um futuro melhor é um verdadeiro bálsamo no meio à polarização a que temos nos acostumado.

Com lucidez e clareza, apoiado numa visão mundial sobre as perspectivas de que a humanidade possa construir uma saída para a extinção a que pareceríamos estar condenados/as, o papa Francisco aponta para a necessidade de sairmos de posturas que negam a realidade, quer seja pela polarização, quer pela evitação do confronto.

Confesso que está sendo para mim uma lição de humildade. O chefe de estado católico não vêm das alturas de quem pretende saber tudo, mas ao contrário, partilha experiências que ao longo da sua vida lhe ensinaram a enfrentar e resolver conflitos.

É fácil para mim me espelhar, me reconhecer nas palavras do papa Francisco. Aspectos concretos de uma maneira de estar no mundo que ele denomina de “transbordamento”, uma apertura que possibilita um contato mais além do que supúnhamos saber, a fragilidade longe de ser uma deficiência, pode ser uma porta de superação.

Poderia parecer fora de contexto nesta nota o comentário que acabo de fazer acerca do livro do papa Francisco. Não é. O fato de estarmos em meio a uma situação de gravíssima crise no que diz respeito ao cuidado com a vida humana no Brasil, pode ser um elemento que nos acorde para o que mais poderíamos perder caso continuemos com a velha política do avestruz.

Deixar com que o país se precipite num colapso por conta da total imoralidade do atual regime no poder, pode ser um preço demasiado alto para se pagar. Olhar para ver o que está ao nosso alcance para sairmos da estupidez, da idiotice imposta pela overdose informativa que nos enfia goela abaixo todo tipo de ordens e visões de mundo que sequer percebemos criticamente. Pode ser uma maneira de salvar o Brasil no miúdo, no dia a dia, na vida cotidiana.

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