É uma ofensa a todos os educadores não só do Brasil, mas do mundo. A ignorância não consiste apenas em não saber, mas também em ignorar que não se sabe, e ainda mais, em achar que não sabendo, sabe.
Este último tipo de ignorância é a que parece ter ganho maior espaço, infelizmente. A pessoa diz qualquer coisa que lhe pagaram para dizer, ou que repete a força de ouvir incontáveis vezes na TV ou nas redes sociais, e acha que está opinando.
Agora, que seja um “ministro” da educação quem aja sem respeito nem moral, é inaceitável. Um cargo público obriga a quem o ocupa, a exercer um papel educativo. É obvio que quando a presidência da república está ocupada por um elemento totalmente imoral e desqualificado, isto não poderia ser diferente.
No entanto, um país é feito por gente que trabalha, gente que constrói, gente que têm princípios e valores, gente que têm conduta, gente que têm respeito e orgulho pela condição humana. Os ditadores e as figuras autoritárias passam e todos agradecemos quando isto ocorre. Entretanto, nas atuais “ditaduras brancas,” é preciso que a opinião pública fique em pé na defesa da sua própria existência.
Paulo Freire foi antes de mais nada um sábio. Não apenas enxergou a capacidade das pessoas virem a saber de si mesmas e, em assim fazendo, se tornarem livres e sujeitos ativos do seu próprio destino, como fez disto uma metodologia educacional que é estudada e aplicada em muitos países do mundo, com excelentes resultados.
Educação não têm a ver com domesticação nem com manipulação. Educação não é enfiar informações na cabeça das pessoas, de maneira acrítica. Ao contrário, educar é conscientizar, é abrir os olhos, é despertar para o poder que emana da descoberta das próprias capacidades. Paulo Freire nos ensina a nos lermos no mundo. A simplicidade e eficácia da sua pedagogia será sempre um elemento chave para a construção de um mundo mais justo e fraterno, mais feliz.