Primeiros resultados das eleições do Reino Unido

Por Isaac Bigio

LONDRES, 10/5/2005. O partido conservador britânico é o que mais tem estado no poder no mundo. Dominaram o século XX britânico. Com Margareth Tatcher, co-gestaram o colapso soviético e a globalização do monetarismo e das privatizações. Sua derrota nas eleições britânicas de 050505 pode ser tão forte quanto a demoníaca marca 666. Os ‘tories’ não estão acostumados a estar na oposição e nunca tinham sido derrotados três vezes seguidas pelos trabalhistas.

O conservadorismo, inclusive, já deixou de ser o partido das grandes corporações. Muitas delas preferem Blair porque ele oferece às corporações menos inflação e os aproxima do euro. Os ‘tories’ poderiam entrar em uma nova crise interna e se esforçarem pela liderança. Uma saída para eles é a moderação e a aproximação com a centro-direita independente dos Estados Unidos (como Chirac, na França). No momento, o caminho nacionalista consiste em reforçar sua rejeição ao euro e aos imigrantes.

Nestes comícios, é capaz que os ‘tories’ não tenham conseguido ultrapassar o terço que obtiveram nas duas últimas eleições gerais. O que poderia salvar seu líder Howard é que os trabalhistas lhe permitisse aumentar sua bancada entre 20% e 25%.

Reino Unido: Nossos prognósticos

LONDRES, 4/5/2005. Nas eleições britânicas dessa quinta-feira, apesar de sua crescente impopularidade, Blair deverá ser eleito. Porém, não acabará seu terceiro mandato, pois realizou sua campanha junto ao seu tesoureiro Brown prometendo que ele o sucederá. Entre 1997 e 2005, Blair poderia ganhar as votações no parlamento contra os votos da ala esquerda de seu partido. Hoje, ele perderá muitos parlamentares e terá que se apoiar nos votos da esquerda trabalhista.

Os conservadores marcham para sua terceira derrota frente aos trabalhistas. A ala moderada dirá que é por não ter se movido para o centro e apoiado posições pró-euro e anti-guerra iraquiana. Howard retrucará dizendo que ele teve de manter o perfil duro do conservadorismo para manter seu espaço e evitar ser transborado pela ultra-direita xenofóbica (UKIP, BNP e Veritas).

Os democratas liberais poderiam conseguir sua maior bancada desde os anos 20, porém, senguem sendo um grupo de pressão antes de ser uma alternativa de mudança.

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