Não basta não fazer o mal de maneira evidente e ostensiva. É necessário agir energicamente na direção do bem. Nos dias de hoje, existe um certo desprezo pela vida, que se evidencia de muitas formas. Não nos importamos demasiado com os demais. Não damos muita atenção ao que o outro é. E isto é resultado de um desprezo que cultivamos com relação a nós mesmos. A força da rotina pode ter ido deslizando em nós mesmos, uma certa indiferença com relação ao ser que somos, ao ser que cada um, cada uma de nós é.
E isto é a origem de uma forma de violência sutil mas muito evidente, que vai minando o nosso agir no dia a dia. Se eu não valho, nada vale, ninguém vale, tanto faz uma coisa como outra, fazer ou não fazer. Não estou falando de regras morais, e sim de atitudes. Não se trata de impor novas normas ao ser humano, mas,sim, de despertar em cada um, em cada uma de nós, o que pode estar um pouco adormecido: o deslumbramento pela vida. O enamoramento profundo pela existência, não apenas humana, mas de todo que nos rodeia: o ar, as plantas, a terra, os animais.
Doutor em sociologia (USP). Terapeuta Comunitário. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Autor de “Max Weber: ciência e valores” (São Paulo: Cortez Editora, 2001. Publicado em espanhol pela Editora Homo Sapiens. Buenos Aires, 2005), Mosaico (João Pessoa: Editora da UFPB, 2003), Resurrección, (2009). Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/