População de João Pessoa apoia projeto de inclusão social de pessoas com deficiência

Na manhã de hoje reuniu-se um considerável número de pessoas frente à Fundação Casa José Américo, na praia de Cabo Branco, com a finalidade de apoiar a continuidade das atividades de inclusão social para pessoas com deficiência que se realizam nesse local.

A Professora Janete Lins Rodrigues, coordenadora técnico-administrativa do Projeto Acesso Cidadão, nos fez chegar documento onde se relatam as origens e fundamentos das atividades que propiciam a integração das pessoas em deficiência ao lazer, esporte e cultura, entre outras.

Dias atrás, algumas pessoas moradoras de Cabo Branco reclamaram junto ao poder público municipal, dizendo-se incomodadas com a presença de pessoas com deficiência na praia, cartão postal da cidade.

Não se pode de maneira alguma, sob nenhuma alegação, tentar privar as pessoas do acesso e desfrute dos bens comuns, públicos. Leia a continuação na íntegra o documento da Fundação Casa José Américo sobre o projeto Acesso Cidadão:

“SOBRE A MEMÓRIA DO PROJETO 

Acesso Cidadão, ao lazer, esporte arte e cultura

A concretização de um sonho 

As pessoas são diferentes na etnia, na cultura, mas não nos seus sonhos, desejos e alegrias de realização. O início das discussões, que culminou com esse projeto, nasceu da sintonia do sonho de três pessoas: primeiro, da analista de sistemas Gláucia Karina Ribeiro Barros, seguido pelas ideias do servidor da FUNAD Genilson Lima (que depois assinaria a parceria do projeto como Presidente da ONG AC Social). Ambos vivenciam, em suas trajetórias de vida c em situações diferentes, a necessidade de quem tem mobilidade reduzida e a de buscar alternativas de praticas de vivências. A eles se associou a Professora Janete Lins Rodriguez que, ao assumir a direção do museu da FCJA, pretendia tomar esse sonho, e essa ideia em um projeto acessível a todos os cidadãos.

Em março de 2011 as propostas iniciais foram apresentadas ao Presidente da FCJA que imediatamente absorveu a ideia, criando condições para a elaboração do projeto, dessa forma fortalecendo a ação social da instituição que dirige.

As reuniões ocorreram ao longo do primeiro semestre do ano de 2011, todas nas dependências da FCJA, em geral com a presença do Presidente da FCJA Flávio Sátiro Filho, representante da PMJP, na pessoa de Estelizabel Bezerra, então Secretaria de Planejamento, representantes da UNIPÊ, da FUNAD, da Secretaria de Desenvolvimento Humano, entre outros.

Finalmente, aos 16 dias de agosto de 2011, foi assinada uma parceria para o desenvolvimento do projeto, entre o Governo do Estado, o Prefeito do Município de João Pessoa e o Presidente da AC Social. Este Termo de Cooperação foi publicado no Diário Oficial aos 21 de setembro de 2011.

A operacionalização do Projeto Acesso Cidadão

É um projeto inovador e de ampla ação porque agrega atividades na área de esporte, cultura e lazer. Durante as manhãs dos sábados, a partir das oito horas, na praia do Cabo Branco, em frente à Fundação Casa de José Américo, de forma ininterrupta desde o dia 15 de dezembro de 2012, quando foi lançada a etapa da vivência do Projeto.

O Governo do Estado está investindo em torno de um milhão de reais em obras estruturantes para tornar todas as dependências da FCJA, acessíveis a todos os cidadãos: museu, biblioteca, arquivo, auditório, mausoléu, jardins e pomar….

São objetivos do Projeto Acesso Cidadão, oferecer aos seus usuários:

– banhos do mar em cadeiras anfibias; passeios do caiaques adaptados vólei sentado na areia; bocha no tablado; badminton, frescobal, outras atividades recreativas,

Inúmeras festividades vêm sendo realizadas ao longo do ano como:

O Forró Acessível, no período junino;

Magia e Encantamento Acessível na semana da pessoa com deficiência;

– Oficinas de modelagem com argila para deficientes visuais, oficinas de contação de histórias para crianças, lançamento de livros, na 7ª. Semana dos museus

– na semana da criança – shows com palhaços,

Podemos lembrar ainda que são objetivos específicos do projeto, aprofundar as relações entre a instituição e a sociedade, capacitar e formar equipes de profissionais especializados no atendimento à pessoa com deficiência, nas áreas de saúde, esporte e lazer adaptados, incentivar a participação e integração dos familiares de pessoas com deficiência assegurar que pessoas com deficiência tenham acesso a locais e eventos esportivos, recreativos, turísticos e culturais, alertar sobre a necessidade de facilitar a vida das pessoas com deficiência, dentre outros.

A dedicação do voluntariado

Faz-se mister realçar que uma equipe de voluntários ao lado de estagiários comandados pela Professora Iara Fialho do UNIPE assim como aos frequentadores da praia, numa dedicação impar, digna de elogios.

O atendimento médio/dia, é em torno de 50 pessoas. Desde que foi iniciada a vivencia do projeto, mais de 300 pessoas foram cadastradas e passaram a participar das atividades.

As lições de vida, os exemplos de superações, os depoimentos dados emocionam a todos que ali marcam presença. São cidadãos que nunca tinham tido oportunidade de tomar um banho de mar, muitas vezes.

Considerações finais 

O projeto Acesso Cidadão é inédito no país e ousado porque quando ele estiver em pleno funcionamento, ofertará simultaneamente um leque muito amplo de ações: lazer, esporte, arte e cultura, além de ser um projeto impulsionador do turismo acessível. Precisamos dar oportunidade a todos de acesso ao espaço democrático e de lazer que são a praia e o mar,

É preciso continuar cuidando desse “viveiro de esperança” e como afirmou o grande educador Paulo Freire. “Somos, sem dúvidas, homens e mulheres cheios de esperança, pois temos que ter esperança do verbo esperançar, porque há outros que tem esperança do verbo esperar, não é esperança, é espera: eu espero que dê certo, espero que funcione, espero que resolva… Esperançar é ir atrás, é juntar, é não desistir

Com o Acesso Cidadão, nós queremos ir atrás sempre, queremos juntar todas as parcerias possíveis, e não desistir nunca, de lutar contra as barreiras arquitetônicas e sociais

JAMAIS INDIFERENTES AO GRITO DOS EXCLUIDOS, é o nosso lema.

Janete Lins Rodriguez

Diretora do Museu da FCJA

Coordenadora Técnico Administrativa do Projeto Acesso Cidadão

(05/10/2013)”

 

 

 

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