Polícia Federal abusa de autoridade e prende sem provas professor e estudantes na Universidade Federal de Rondônia

Um vídeo mostra dois policiais federais de Rondônia acusando sem provas o professor e Doutor em História Valdir Aparecido de Souza, da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Aparecido foi preso em seguida, durante protesto de grevistas no dia 21 de outubro. Os grevistas exigem a renúncia do Reitor, acusado pela União de diversas improbidades administrativas.

O “crime” do professor, um suposto desacato, ocorreu sede da Reitoria, após os professores terem fotografado a ação dos policiais na UNIR, que estavam à paisana no local e foram questionados por toda a comunidade acadêmica. Assista ao vídeo:

Primeiro, os policiais afirmam, conforme consta no vídeo, que não podem provar nada, mas que “viram uma bomba” vindo da direção do professor. Eles confirmam que “não o estão acusando”.

Após a chegada de um superior da PF, eles mudaram a versão e acusaram informalmente o professor, que foi preso, sob os protestos de todos os demais professores e alunos. A máquina foi levada sem ordem judicial – mais conhecido como “roubo”. A ação também não tinha mandado e o professor foi levado à carceragem em um carro sem o timbre da Polícia Federal. Um deputado federal que acompanhava a ação também foi agredido.

Um dos agentes federais é aluno da Universidade. No momento da ação, ele disse: “Aqui é assim: quem manda somos nós”.

Somente pelo que foi visto no vídeo, à disposição de qualquer internauta, o professor Valdir Aparecido foi indiciado por “incitação à violência”, “resistência à prisão”, “desacato à autoridade”, entre outros “crimes” que, somados, excedem 4 anos de prisão. Ele está, segundo documento da Justiça Federal, em “liberdade provisória”. Foi impedido ainda de ir à Universidade enquanto a ocupação estivesse ocorrendo.

A onda de protestos se estende desde o mês passado e outros estudantes já foram presos por injúria por entregar panfletos sobre as manifestações. A Reitoria está ocupada desde o dia 5 de outubro e a greve começou dia 14 de setembro.

Corrupção foi levantada por União

O comando de greve se baseia em auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre as contas de 2010 da Fundação Universidade Federal de Rondônia, entidade ligada à UNIR. No documento, a CGU aponta contratos não registrados no sistema de prestação de contas, irregularidades em licitações, falta de fiscalização da aplicação de recursos, má conservação de diversos campi e pagamento de gratificações indevidas a servidores.

Você pode acompanhar a greve acessando http://comandodegreveunir.blogspot.com/. “A greve é por respeito, dignidade e condições necessárias para a produção de conhecimento”, afirma uma chamada para novo protesto na próxima quarta-feira, 9 de novembro. Eles pedem o fim da corrupção na UNIR e a saída do reitor Januário Amaral.

“No curso de engenharia elétrica, por exemplo, eram previstos 17 laboratórios. Não existe nenhum”, diz o estudante Vinícius Nogueira, que cursa o sexto ano de medicina.

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