O valor da vida
Quanto vale o dinheiro? Quanto vale a vida humana? O caso do assassinato do homem negro que foi acusado de ter tentado pagar numa loja com uma nota falsa, nos faz refletir sobre estas questões.
Quanto vale o dinheiro? Vale mais do que a vida humana?
Quando se deixa as pessoas saírem à rua sob o risco de serem contaminadas ou contaminar com um vírus mortal, o que é que está sendo priorizado? O dinheiro ou a vida?
Quando se escolhe um governante que publicamente homenageou um torturador, agride mulheres e homossexuais, o que é que está sendo priorizado? A vida certamente não. Algo foi enfiado nas cabeças de quem prefere algo acima da vida, algo além da vida, algo que sendo perecível, é posto como valor supremo.
O que é que animou os genocidas de todos os tempos? O que é que animou Videla, Pinochet, e toda a laia de açougueiros vendepatrias à qual se junta o delinquente que atualmente preside o Brasil? Certamente é a morte, não a vida. Videla vendía bebês de mulheres sequestradas e assassinadas. Dizia-se católico. Seria mesmo? O que é que significa alguém ser católico, nos dias de hoje?
As palavras necessariamente devem ter um correlato com a realidade. Há de haver um laço, uma estreita conexão entre o que digo e o que faço, entre como vivo e os valores que digo professar.
O que é que leva uma pessoa a escolher a morte e não a vida?
O que é que leva alguém a optar pelo dinheiro e não pela vida?
O que é que eu priorizo: o dinheiro ou a vida?
O confinamento está sendo uma possibilidade para que reflitamos em profundidade sobre o que realmente movimenta os nossos passos.
A vida é só de ida. É só uma vez.