O preço da vida

A indiferença diante dos assassinatos de pessoas, seguida da impunidade, é um alerta. Mulheres, pessoas negras, pobres, vêm sendo assassinadas constantemente desde há muitos anos.

Quando um povo não reage a estas formas de extermínio, está abaixando a cabeça e abrindo espaço para a execução de um genocídio continuado.

Quando a vida não têm valor, surge a pergunta: o que é que tem algum valor? A pandemia têm posto a nu a natureza perversa do capitalismo. O lado mais brutal do ser humano vêm a tona quando há garantia de impunidade.

Um “presidente” da república estimula a matança e o uso de armas. O judiciário fecha os olhos diante do golpe de estado que destitui ilegalmente a Presidenta da República Dilma Rousseff.

A população entregue a si mesma para sobreviver ou morrer diante da pandemia e diante da morte anunciada. Cabe lembrar que se é assim de fato, se é a hora de cada um por si, estamos admitindo que foi abolida a ordem social.

Foi extinta a sociedade, uma vez que a existência social supõe a existência de limites. Se não há mais limites, se não há punição para o crime, se um Presidente da República como Lula pode ser perseguido, agredido, caluniado, condenado e preso sem provas, estamos sob o império da barbárie.

É preciso saber se estamos, como pessoas e como comunidade, como nação e como povo, dispostos a pagar esse preço. A história ensina que existe a consciência. Existe a noção de bem e de mal.

Nada obriga um policial ou um militar a ser um assassino. São opções. Qual está sendo a nossa opção como nação? Iremos mansamente ao matadouro? Ou seremos capazes de honrar a vida?

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