Dida Sampaio. 2009
Ameaçar abandonar o governo ( só em um movimento de chantagem, convenhamos, já que se trata do velho PMDB)e retirar o apoio à candidatura Dilma ( que, aliás, está nas páginas dos jornais, hoje, pela grosseria e má-educação com todos. O secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional, Luiz Antônio Eira, destratado em público, se demitiu, ontem), virar oposição, etc, deixando o governo a pé, pois sua estabilidade depende desta gangue, Sarney acha que voltou fortalecido. Governo e PMDB, também.
Essas coisas são como fratura em perna de cavalo: não têm conserto.
Como não há lideranças, e o PMDB não tinha como indicar alguém para ser candidato ( e ganhar…) uma próxima eleição no Senado, no caso de Sarney renunciar, tratou logo de ligar o ventilador no valhacouto e Lula, refém desta situação, passando pelo Brasil, fez o PT recuar e apoiar a velha raposa maranhense – seu parceiro necessário – pelo pavor de qualquer ameaça de ingovernabilidade e turbulências no seu último ano e meio de palácio. E a saída do PMDB da base causaria iss, certamente. Traria uma crise boçal.
Mas, vejam a notícia de hoje, no Estadão, sobre o presidente fortalecido do Senado assinada por Rodrigo Rangel, Leandro Cólon e Rosa Costa:
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ocultou da Justiça Eleitoral a propriedade da casa avaliada em R$ 4 milhões onde mora, na Península dos Ministros, área mais nobre do Lago Sul de Brasília. De acordo com documentos de cartório, o parlamentar comprou a casa do banqueiro Joseph Safra em 1997 por meio de um contrato de gaveta. Em nenhuma das duas eleições disputadas por ele depois da compra – 1998 e 2006 – o imóvel foi incluído nas declarações de bens apresentadas à Justiça Eleitoral.
É uma situação vergonhosa e os congressistas devem acender todo dia uma vela a Juscelino Kubistchek, por ter levado a capital pra Brasília.
Se o Congresso ainda fosse no Rio, a essas alturas, tinha teria sido cercado, apedrejado ( não haveria uma pedrinha portuguesa ali na Cinelândia, onde ficava o Senado), talvez invadido.
Pior a emenda do que o soneto: não habemus Papa, mas habemus um presidente do Senado mantido no cargo através de uma mega chantagem política.
Tempos piores virão.
Quem viver, verá.