O governo não negocia com os docentes em greve. Negocia com os negociantes.

A greve docente já se alastra por mais de três meses, e o governo não negocia. O governo não negocia com os docentes em greve, mas negocia com os negociantes. Ou melhor, negocia com os negociantes é uma maneira de não dizer o que é, de não falar a verdade. O governo é dos negociantes. O governo é do capital. O governo é um lugar de corrupção, de mentira, de enganação.

É necessário refletir sobre um mesmo assunto, desde diversos pontos de vista. Quem é que não quer negociar com os docentes em greve? São pessoas eleitas para governar o país. Pessoas que foram eleitas para decidirem o que é importante de ser feito ou não com o dinheiro público. O seu dinheiro leitor, leitora, o meu dinheiro. E essa gente acha que os docentes não devem ganhar mais do que ganham.

Deputados e senadores, legisladores, ganham o que lhes convém. Ou seja, a prioridade é o bolso do governante, não o interesse social. A quem convém que s docentes ganhem pouco ou que o seu salário seja fragilizado? A quem lucra com a ignorância, a quem lucra com a fragilidade da população e da cidadania. Eu sei que os salários de nós, docentes universitários, é melhor do que os de outras categorias. Não se pretendem privilégios, e sim interesses estratégicos, além de corporativos.

Governo entra, sai governo, e a categoria docente permanece no mesmo descaso, quanto ao salário. O governo de Dilma e do PT não negocia com os docentes. Negocia com os negociantes. É necessário que a população acorde quanto a quem está nos governando. Que se abram possibilidades de gestão da coisa pública, atendendo aos interesses da cidadania, não das classes dominantes. Investir na educação não é uma aplicação bancária. É investimento em cidadania.

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