O efeito Bush

Por Isaac Bigio

LONDRES, 27/6/2005. A eleição do político de linha dura Ahmadineyad como presidente do Irã (com 62% dos votos) mostra que as guerras de Bush podem produzir resultados contrários. O Irã, desde a revolução de 1979, tem o principal regime adversário dos Estados Unidos e Israel no mundo muçulmano. Por isso, entre 1980 e 1988 o ocidente encorajou Saddam Hussein a invadí-los. Ao ocupar o Afeganistão e o Iraque, Bush quis “atemorizar” o Irã (que localiza-se no meio de ambos países) e obrigá-lo a se distanciar do Hezbola (Líbano), Hamas (Palestina), Síria e Venezuela.

O ocidente – que apóia a ala “moderada” do regime nacionalista, buscando que ela apazigue a política exterior e “liberalize” a economia do Irã – sustenta as “reformas” de Khatami (presidente de 1997-2005) frente à “intransigência” do líder supremo e revolucionário (Jameini) e queria que o favorito Rafyansani ganhasse a presidência. Entretanto, o intervencionismo norte-americano está gerando um efeito inverso: no Irã, venceu com larga vantagem o candidato mais anti-ocidental e no Iraque crescem os bombardeios e a “resistência”.

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