Moçambique: FRELIMO se mantém no poder

Por Isaac Bigio

LONDRES, 23/12/2004. A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) venceu as eleições com o 63% retendo o poder como o fez desde 1975, quando da independência dessa ex-colônia portuguesa na África. O RENAMO, quem em 1999 esteve a poucos pontos do 50%, desta vez baixou aos 29%.

Ambas forças travaram uma brutal guerra civil até o fim da guerra fria. A URSS armava ao FRELIMO e EUA e África do Sul a RENAMO. Em 1992, depois do fim da bipolaridade, o FRELIMO vai renegando o ‘leninismo’ e promove o mercado e o multipartidismo, enquanto a RENAMO procura se distanciar-se do fato de ter feito matanças contra civis.

Como em El Salvador, o poder se mantém em mãos do oficialismo e a sua insurgência se deve à eterna oposição eleitoral. A RENAMO alega fraude e pede novas eleições. Fato verdadeiro é que o 70% dos eleitores se ausentaram. Dois de cada três moçambicanos vivem com dez dólares ao mês. A miséria e a AIDS avançam e a população tende a desconfiar das duas forças tradicionais.

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