Caros irmãos e irmãs, bom dia!
Poucos dias após o Natal, a liturgia nos convida a fixarmos o olhar na Sagrada Família de Jesus, Maria e José. Faz-nos bem refletir sobre o fato de que o Filho de Deus quis ter a necessidade, como todas as crianças, do calor de uma família. Justamente por isto, é que a família de Jesus, a de Nazaré, é a família-modelo, na qual todas as família do mundo podem encontrar seu Porto Seguro de referência e uma inspiração certeira.
Em Nazaré, foi gestada a primavera da vida humana do Filho de Deus, no momento em que Ele foi concebido, por obra do Espírito Santo, no seio virginal de Maria. Entre as paredes hospitaleiras da Casa de Nazaré, se expressou na alegria a infância de Jesus, rodeado pelos cuidados maternos de Maria e de José, em quem Jesus pôde ver a ternura de Deus.
Na imitação da Sagrada Família, nós somos chamados a redescobrir o valor educativo do núcleo familiar: este requer ser fundado sobre o amor que sempre regenera as relações, abrindo horizonte de esperança. Na família, podemos experimentar uma sincera comunhão quando ela é casa de oração, quando os afetos são sérios, profundos e puros, quando o perdão prevalece sobre a discórdia, quando a aspereza do dia a dia vem adoçada pela ternura recíproca e pela adesão serena à vontade de Deus.
Deste modo, a família se abre à alegria que Deus dá a todos aqueles que sabem dar com alegria. Ao mesmo tempo, a família encontra a energia espiritual para abrir – se ao exterior, aos outros, ao serviço dos irmãos, à colaboração para a construção de um mundo cada vez mais renovado e melhor. E, por isto, capaz de fazer-se portadora estímulos positivos. A família evangeliza com o exemplo de vida.
É verdade que em toda família existem problemas, e por vezes também discussão. “Pai, briguei…” – somos humanos, somos frágeis, e por vezes todos experimentamos de nos desentendermos em família. Que não deixemos findar o dia, sem fazermos as pazes. “Sim, discuti”, mas antes de terminar o dia, faça as pazes. E sabe por que? Porque a guerra fria do dia seguinte é perigosíssima. Não ajuda. Além disso, em família, há três palavras, três palavras que devem sempre ser observadas: “com licença, obrigado, desculpe-me”. “Com licença” para não sermos invasivos na vida dos outros. “Com licença, posso fazer alguma coisa? Você acha que eu posso fazer isto?”. “Com licença”. Sempre, não sejamos invasivos. “Com licença”, a primeira palavra. “Obrigado”: tantas ajudas, tantos serviços que nós prestamos entre em nós, em família. Agradecer sempre. A gratidão é o sangue da alma nobre. “Obrigado”. E depois a mais difícil de dizer: “desculpe-me”. Porque costumamos fazer coisas más e muitas vezes alguém se sente ofendido por isto. “Desculpe – me, desculpe- me”. Não esqueçamos as três palavras: “com licença, obrigado, desculpe-me”. Se, em uma família, em um ambiente familiar, estorcerem presentes essas três palavras, a família irá bem.
Para o exemplo de evangelização com a família nos convida a festa de hoje, propondo mais uma vez o ideal do amor conjugal e familiar, assim como foi sublinhado na Exortação apostólica, Amoris Laetitia (alegria do amor), cujo quinto aniversário de promulgação será celebrado no próximo 19 de março. E será um ano de reflexão sobre Amoris Laetitia e será uma oportunidade para aprofundar os conteúdos do Documento.
Estas reflexões estarão disponibilizadas às comunidades eclesiais e às famílias, para acompanhá-las em sua caminhada. Desde já convido a todos a aderirem às iniciativas que serão promovidas ao longo do Ano e que serão coordenadas pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida. Confiemos à Sagrada Família de Nazaré, em particular a São José, esposo e pai solicito, esta caminhada com as famílias de todo o mundo.
Que a Virgem Maria, a quem agora nos dirigimos pela oração do Angelus, obtenha para as família do mundo inteiro que sejam sempre fascinadas pelo ideal evangélico da Sagrada Família, de modo a se tornarem fermento de uma nova humanidade e de uma solidariedade concreta e universal.
Trad: AJFC
Digitação: EAFC